4. Operação Lábios de Sangue

25 1 0
                                    

Eu e Ariana estávamos sentados em uma sala de conferências. Jerry teve que pedir licença por conta de um assunto.
O silêncio ia ficar insuportável, então, decidi conversar com minha futura parceira.
— E ai...— Já faz muito tempo que eu tento ter uma conversa saudável com uma mulher. Garota. Ela é uma garota. — Como foi que você parou aqui?
Ariana olhou pra mim.
— Eu era uma hacker de porão.— Ela disse, rindo. — Meu pai descobriu meus talentos quando eu tirei 500 dólares da conta dele do banco só com o computador. Fiquei de castigo por três meses, mas meu pai me colocou em uma escola para nerds e eu formei na faculdade de ciência da computação com 20. Fiz uns cursos de informática e outra faculdade, só que de engenharia da computação.
— Tirou 500 dólares pra quê? — Fiquei curioso.
— Pra assistir um show do Bruno Mars em Orlando. Consegui ir com minhas amigas.
— Valeu a pena. Mas... como você virou policial?
— Ah, fácil. Meu pai é do FBI.
Cara, FBI.
— E por que você não foi pro FBI?
— Meu pai nunca gostou de me colocar em perigo. Antes de terminar a faculdade, ele me colocou na CIA e o Jerry me encontrou. Ele tem muitos contatos pelo país e até fora dele. Ele disse que quando terminasse o "estágio", eu podia escolher pra onde gostaria de ir. Quando disse "vou aonde você for", o coroa levou a frase ao pé da letra. E cá estou eu, onde ele está.
— Nossa. Bela história.— Sorri pra ela e ela retribuiu de bom grado. O olhar dela é gentil. — E qual é da história da NASA?
— Eu amo a NASA. Eu quero ir pra lá e... — O olho dela brilha. Ela gosta do espaço. — Descobrir coisas. Mas é claro que atirar é muito melhor. NASA é só um sonho pra mim.
Jerry entrou na sala.
— Bem, vamos começar.— Ele apagou as luzes e ligou o monitor na mesa. Virou-o pra gente e começou o slide.
— Vou ser rápido. A Operação Lábios de Sangue é mais investigativa do que qualquer outra coisa. Esse aqui — Mudou a tela, a foto de um executivo de cabelos grisalhos e óculos escuros apareceu. — É John Stewart, um executivo na área de exportação aqui da nossa região. Ele está sendo investigado por tráfico e assassinatos pelo estado. Ele é acusado por uma abordagem de busca contra ele em Venice Beach, que matou quinze dos quarenta policiais envolvidos, e do assassinato de mais quatro nesse último mês. o último foi enterrado hoje. O problema é que ele sumiu dois dias depois do ataque em Venice. E tem alguém por trás dele. E eu tenho uma suspeita.
— Quem é o alvo, Jerry?— Ariana estava apreensiva.
A imagem mudou. Uma garota. Cabelos castanho-escuros, olhos verdes, óculos de grau e um olhar sério e gelado. Tão branca que nem parece pegar sol.
— Kristen Stewart. A filha dele.— Respondeu Jerry. —Algumas testemunhas disseram que ela estava próxima de alguns dos crimes cometidos pela "Red League", o grupo mafioso do pai.
Era ela que deixava o aviso: um papel marcado com um beijo de batom vermelho, sempre próximo a um documento da vítima. Ela também é suspeita pelas quatro mortes esse mês por causa desses papéis. Além de herdeira do trono da liga.
O beijo não tinha registros genéticos. Então a gente só pode especular. E não temos motivo claro pra prendê-la.
— É por isso que estamos aqui, certo?
— Eu quero que vocês peguem a garota, pra podermos usá-la pra achar o pai, vivo ou morto. O objetivo é esse: pegar Kristen. Viva. Só ela deve saber o que o pai esconde. — Jerry deu o plano. — Estão dentro?
—É claro, porra! Por isso que a gente está aqui! — Ariana disse, empolgadíssima.— Vamos nessa, Robert?
Dei um sorrisinho.
— Vamos nessa, garota.— Ela me estendeu o punho e bati nele com o meu.
------------------------------------------------------------------

30 de agosto
(Robert P.O.V)

Chegamos em um galpão abandonado. Não tinha nada por perto. Só areia e pedras. Vi uma estrada de terra a uns metros se estendendo pro nada. Uma pista de pouso.
— Vamos, Ari. — Saí do carro, com uma pistola na mão.— Continue tentando chamar reforço.
— Tá sem sinal em pleno século 21. Incrível.— Ariana estava irritada. — Vou com você. Não deve ter nada aí. E se tiver dá pra pegar. — Ela saiu do carro, tirando a pistola do coldre.
— Eu entro, você me cobre. Qualquer coisa, você vai para a praia.— Ordenei.
— Sim, Capitão!— Ariana é uma ótima atiradora e nesses últimos dias, vi que ela realmente era capaz de tudo.
Vi uma porta lateral e a abri. Não fez barulho. Tinha um avião pequeno lá dentro.
Entrei com a arma erguida e destravada, pronto pra atirar.
Quando percebi um monitor ligado em uma mesa. Dei três passos.
Na tela branca, surgiu em vermelho: Peguei você.
As janelas do galpão escureceram. Uma fumaça preta subiu, densa.
—Droga! Ariana!— Gritei por ela, cobrindo o nariz. Mas não adiantou. Até cheguei a ouvir a voz dela me chamando.
Mas a gente foi pego.

(Fim do flashback)

In Love With The Danger (Robsten)Onde histórias criam vida. Descubra agora