As Três Jornadas de Helius - Sustas

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Partiu o rei na alvorada

Depois de tantas más notícias

Se eram reais ou fictícias

Descobriria na jornada

Seguiu ao sul, com mil soldados

Cruzou vales, alta campina

Feito ave de rapina

Com os flancos bem armados

No caminho viu belezas

Até então desconhecidas

Mas nem mesmo as mais queridas

Afetou-lhe a frieza

Sendo rei era sereno

Seu olhar nunca vagava

Que impedisse a aljava

De alcançar alvo pequeno

Se seu pai, grande monarca

Como o filho fosse assim

Não teria o mesmo fim

Cedo indo para a barca

Seu cavalo à marcha lenta

A chegada alertou

Quando ao longe se mostrou

A razão de sua tormenta

Alta e negra no horizonte

Se prostrava a montanha

Que escondia na entranha

O terrível brutamonte

Sob o Sol nunca errava

Noite escura era seu lar

E não ousava se mostrar

Pois de barro se formava

Grande crânio, vistas justas

Corpo alto, musculoso

De semblante asqueroso

Mortal era o troll Sustas

Pela encosta já galgavam

Abandonando montaria

Já que ali não subiria

Pois cansados se mostravam

Mil guerreiros escalando

Negra montanha ao pôr do Sol

Iluminados por farol

Com os deuses sempre olhando

Muitas tumbas encontraram

Pois ali era a morada

Dessa raça desgraçada

A qual sempre abominaram

Mas na mais alta caverna

Habitava o seu alvo

Que acreditando estar a salvo

Dorme em meio à baderna

Arma a espada, rei sereno

Preparando o grande fim

Infeliz espadachim

Acertou apenas feno

Quando vira seu olhar

Se depara com o ser

Que por sorte sem querer

Havia ido urinar

Erro simples cometido

Muitos males causaria

Uma dúzia cairia

Ao som de cruel grunhido

Encontrará outra centena

Na caverna a sua tumba

Antes que o troll sucumba

Pra cumprir a sua pena

Com o inimigo já vencido

Pela encosta descerão

E já tão breve partirão

Com destino definido

Já chegara mensageiro

Lhes trazendo novo alerta

Sobre ameaça incerta

Em território forasteiro

Já se vai o rei seguro

Já nem tão sereno assim

Não sabendo o triste fim

Que reserva o futuro

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