Foi seguindo para leste
A armada desolada
Pois seus mortos lamentavam
Que perderam na jornada
Duas luas se passaram
Desde batalha cruel
Mas nunca se esqueceriam
Amargava feito fel
Já o Sol ardia forte
Brisa alguma emanava
Mas seguiam mesmo assim
E o temor se aflorava
Foi ao longe que enxergaram
Morro alto, estreita gruta
Em seu âmago maldito
Vivia vilã astuta
De onde veio ninguém sabe
Sua raça ignoravam
Mas temiam-lhe a vista
Enfrentá-la não ousavam
Conhecendo o perigo
Levantou as mãos o rei
- “Deste ponto ninguém passa
Eu sozinho adentrarei” –
Uma tocha foi-lhe dada
Para a gruta iluminar
Pois ali escuridão
Não deixava luz entrar
Caminhava com cuidado
Em solo irregular
Ao iluminar seus pés
Se espantou com o lugar
Milhares de pequeninos
Descarnados o olhavam
Suas órbitas vazias
De morte amaldiçoavam
Mal saídos de suas mães
Para ali foram tragados
Pela bruxa impiedosa
E por seus cruéis criados
Logo lhe apareceram
Em visão particular
Criaturas jamais vistas
Sob o brilho do luar
Seus olhos eram cruéis
Suas faces devastadas
Seu semblante desgraçado
Suas bocas desdentadas
Avançaram contra o rei
A cruel horda maldita
Mas caíram sob espada
Que com força decapita
Avançava finalmente