Capítulo 06

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•Daí me, uma nova chance

"Somos prisioneiros da nossa própria infelicidade. ___ Arlete Rodrigues

 ___ Arlete Rodrigues

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{...Aurora Williams...}

O dia já havia amanhecido, o sol com sua exuberante magnitude clareava aquela manhã de verão. Ao me levantar para encarar o dia, constato que estou sozinha mais uma vez. Ipuã não se encontrava na caverna, o que não era nenhuma novidade ao tratar-se dele. Ao me direcionar a saída, és que o deparo diante a mim. Em suas mãos carregavam frutas Silvestres típicas da ilha, ao lado de sua cintura um "odre". __ Objeto, parecido com uma garrafa feita de couro animal. Ao se aproximar, estende suas mãos me entregando as frutas e o objeto, contendo água líquida. Um sorriso de agradecimento, surge em meu rosto, o homem selvagem parecia ter mais coração do que se pensava.

___ Obrigado. __ Digo ao encara-lo.
Ele abre um sorriso, mexendo os músculos de sua boca para pronunciar uma palavra, mas se cala me deixando no vaco. As horas se passam lentamente, a medida em que deixava para trás aquela floresta desconhecida. O caminho era repleto de galhos e plantas nocivas. Ao longe do horizonte, uma visão deslumbrante me deixava boquiaberta. Um lindo campo aberto banhado por margaridas variadas, deixava meus olhos admirados. A deslumbrante beleza da ilha me deixava em êxtase, o lugar era realmente um paraíso.

___ Estou admirada com esse lugar, cada dia me surpreende más. __ Digo ainda sem palavras para descrever o que meus olhos viam.

Como esperado sua resposta não veio em palavras mas sim, de um gesto muito más singelo. Seus dedos tocaram a pele fina do meu rosto, me fazendo desviar minha atenção. Em sua mão uma pequena flor, de pétalas amarelas quase desaparecia entre seus dedos. O gesto era nobre e singelo, más com um significado invertido.

___ Não ficar triste. Aurora. __ Diz com o olhar firme aos meus.

___ Não estou triste, não se preocupe comigo. __ Digo em resposta.

___ Saudade de casa?

Olho para ele, com os olhos marejados de lágrimas, seu olhar parecia más perdido que os meus. Como se estivesse algo a esconder?

___ Eu me vi fugindo a vida inteira, não tenho uma casa para chamar de lar. __ Digo em resposta.

___ Se quiser você pode. __ Fala ao me entregar a pequena flor.

A ênfase das palavras soavam perfeitamente em sua língua, á medida em que o tempo passava más expressivo na comunicação ele se tornava, me impressionando cada vez mais. Prosseguimos o caminho todo em silêncio, mas suas palavras permaneciam em meus pensamentos, me deixando sem reação.

___ O que você quis dizer... __ Me calo, ao perceber que ia falar o que não podia. ___ Deixa pra lá, não e nada. __ Digo disfarçadamente.

___ Não tenha medo, Aurora.

___ Eu só queria saber se estamos muito longe da cabana.

___ Cansada?

___ Não... Quero dizer, estou bem. __ Digo vermelha de vergonha.

___ Certeza?

___ Sim. __ Falo em sussurro.

Durante esse tempo, a nossa aproximação ficou cada vez mas visível, pelo menos em meu ponto de vista. Eu não o enxergava mas como um estranho e selvagem, mas sim, como alguém muito mais próximo a mim. Ipuã havia conquistado em mim, algo que eu jamais permiti: Minha confiança e admiração. Mesmo assim isso não era o suficiente para me abrir para ele, ocultando assim meus sentimentos momentâneos.

A cabana já estava muito próxima, podia ver a uma certa distância. Ipuã se encontrava a minha frente guiando como um lobo em uma alcateia. Meu corpo estava desgasto, pela quantidade de energia perdida em 1 h de caminhada. Sinto meus pés queimarem em carne viva, mesmo assim não queria admitir meu sinal de fraqueza. Ao me apressar entre um passo e outro no intuito de alcança-lo, acabo pisando em falso, escorregando entre as pedras, faturando assim o meu pé esquerdo. A dor era tão agonizante que meu corpo não teve força suficiente para manter-se de pé,  desabando em chão. Ao me vê naquela situação inapropriável, ele não se conteve, correndo em minha direção, na tentativa de me socorrer. A preocupação estava estampada em sua fáce, o homem bruto e selvagem tinha uma alma em seu interior.

___ Aurora!!! __ Grita em desespero.

___ Ipuã, calma. Estou bem.

___ Aurora com dor? Ipuã carregar.

___ Não é necessário, eu consigo andar. __ Digo em vão.

Sem esperar por mais uma negativa minha, ele me joga em suas grandes costas largas com apenas um dos seus braços, demonstrando sua extrema força física. Ao chegar em sua humilde cabana, Ipuã desce me de suas costas, me carregando em seguida em seus braços. Ao deitar me naquela pequena cama de madeira, eu me sentia como nunca senti há muito tempo. Apesar da humilde casa, era ali que eu me sentia feliz. A sensação de não poder se preocupar com o mundo exterior, dava mim aquela felicidade que eu tanto buscava incansavelmente. Teria eu alcançado o caminho da felicidade e não sabia?




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