Capítulo 05

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• Redescobrindo seu lado selvagem

"A vida é muito curta para desperdiçarmos com momentos passageiros, a beleza da felicidade deve estar dentro de nós mesmos. __ Arlete Rodrigues"

 __ Arlete Rodrigues"

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{...Aurora Williams...}

Aos poucos a luz do luar ia me dando uma nítida visão, o caminho já não se tratava más do mesmo. A trilha de mata fechada tinha galhos extenso tão grandes e afiados que no mínimo contato com minha pele deixavam marcas por todo meu corpo. ___ Já não bastava os roxos de suas mãos em meus braços, agora também terei por todo meu corpo. __ Digo em alto som, no intuito em que ele me ouvisse.

Após falhas tentativas frustradas, o selvagem bruto libera me de seus ombros fortes. Com os pés firmes ao chão eu o encarava intrigada, sua feição não esboçava nenhuma reação. O mesmo me desafia no olhar, mudando sua postura diante a mim. Com seu indicador aponta uma direção específica, ao me virar para a direção apontada a surpresa veio como um dilúvio. Em meu campo de visão, uma caverna robusta e escura se escondia em meio aos galhos. ___ Você está louco se suponhas que vou entrar aí. __ Digo convicta de minhas palavras.

Ele sorri de canto de maneira cínica, seus dentes incrivelmente alinhados esboçavam um sorriso de deboche.
Após estar dentro de uma caverna fria e desconhecida, muitas coisas passavam em minha mente. Não poderia dizer que se tratava de medo, pois me sentia segura ao seu lado, mesmo ele agindo daquela forma. A fogueira ao meio lutava para permanecer acesa, mas a umidade daquele lugar não ajudava muito.

Meus braços espremem meu pequeno corpo, na tentativa de cobrir me do frio. Meus olhos se fecharam instantaneamente de cansaço e exaustão. Aos poucos sinto o calor de um corpo oposto me aquecer, meu coração dispara no peito e a estrutura de todo meus nervos se contrai. Suas grandes mãos ásperas tocam minha pele arrepiando se inteira, seus braços possuem meu corpo, aumentando ainda más o calor em meu peito. Viro me, para ficar de frente a ele encontrando seus pares de olhos azuis turquesas. Hipnotizada por sua beleza meus lábios não pronunciavam nenhuma palavra, apenas admirava.

A diferença de altura era incomparável, mesmo assim isso não nos impediu de colar nossos lábios um ao outro. O beijo era feroz e devastador sentindo como se minha alma saísse do meu corpo; o desejo era uma chama intensa, que fluía minha virtude em um calor emanado. Aos poucos nossas bocas foram se afastando uma da outra e a respiração volta a se normalizar.
Ele me encara com seu olhar indecifrável, não consegui desvendar o que se passava em sua mente. Talvez o selvagem nativo não soubesse o que era um beijo, e nem mesmo o calor do corpo de uma mulher.

O tempo na ilha havia lhe transformado em uma criatura pré-histórica, te tirando o direito de saber o que era uma civilização, e as vantagens de está dentro dela. __ Seria então o meu destino! Ensiná-lo sobre o meu mundo, enquanto aprendo a sobreviver no mundo dele.

___ Ei, não precisa ficar assustado, foi apenas um beijo. __ Digo quebrando o silêncio.

___ Bei-jo! __ Ele repete, Impressionando me do seu feito.

___ Então você fala? Pensei que eras mudo.

Obviamente ele não compreendia, mas já era um grande passo ao que parecia ser impossível. O clima fica tenso o homem a minha frente desenhava linhas imaginárias por todo meu corpo. Fico recusa, mas ao mesmíssimo, tempo ansiosa para saber seu próximo passo.
Suas mãos entrelaçava por volta da minha cintura, pressionando más seu corpo junto ao meu. Meus batimentos voltam a acelerar e a respiração cada vez mais pesada.  A eletricidade percorria em minhas veias, a aproximação dos nossos corpos queimava, aumentando ainda mais a pressão em meu interior.
Já estávamos próximos de más, a um passo de colar nossos lábios mais uma vez. Seu cheiro prendia me em seus braços como imã, impedindo de enxergar a dolosa realidade. O beijo era ardente, cheio de luxúria e volúpia, nossas línguas dançavam em ritmos harmônicos. Suas grandes mãos percorriam todo meu corpo, me deixando em êxtase. O fogo do desejo queimava feito brasa, aumentando a temperatura em nossos corpos.

Sinto como se tivesse ido do céu ao inferno, ao sentir o cós de sua calça tocar em meu ventre, sentindo assim um volume visivelmente rígido. Naquele momento todos os sentimentos e desejo deram lugar a lembranças perturbadoras. A imagem de Alonso a minha frente me causava pânico. Eu me sentia suja, imunda; suas mãos asquerosas tocavam minha pele, causando me asco.

O repúdio e a revolta estavam em meu interior com uma ferida em chamas. Empurro com toda minha força o distanciando de mim, as lágrimas rolavam sem permissão molhando todo meu rosto. Meu corpo todo tremia, o meu interior estava um caos.
Ao abrir meus olhos Ipuã me encarava com expressão confusa. O homem selvagem parecia não entender o que de fato estava acontecendo. Meu ataque de pânico havia lhe assustado.

___ Não posso! Não consigo. __ Digo entre lágrimas.

O mesmo me olhava tentando pronunciar palavras. A dificuldade em formar frases completas, não o impedia de tentar se comunicar. Mesmo parecendo ser mais difícil para ele.

___ Aurora, Ipuã machucar?

___ Não tem nada haver com você. Minhas feridas são mais antigas do que se pensa. __ Digo em resposta.

Era estranho me comunicar tão claramente com ele. Ipuã era um homem desconhecido que havia salvado minha vida em uma praia. Mas de alguma forma ele havia quebrado em mim algo maior que o medo, algo que nem mesmo eu sabia o que era más talvez estava más próxima a descobrir.


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