VAMOS EMBARCAR EM UMA AVENTURA NA SELVA!
Em uma pequena ilha inabitável pelos homens no Atlântico Sul do Brasil vive Ipuã, um homem cujas origens são desconhecidas. Criado em meio à natureza, o mundo e suas civilizações não existiam para ele - vivia...
"Ninguém nunca me viu tão transparente como você, ninguém nunca soube do meu medo de amar demais, de se perder um pouco de tanto amar, de não ser boa o suficiente. __ Tati Bernardi."
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{...Aurora Williams...}
Liberdade, essa era a descrição perfeita para o sorriso estampado em meu rosto, a menina frágil ainda presa dentro daquelas grades de medo, estava começando a libertar-se. As lembranças do passado ainda perturbava minha mente, causando pânico e medo, porém com menos frequência. O sorriso em meu rosto, era a prova concreta de que o tempo podia curar tudo, inclusive as feridas más profundas da alma. Essa era a esperança que eu cultivava em meu peito durante todos esses anos.
Ao fechar meus olhos, ainda via as imagens de Alonso a me perseguir, seu rosto estampado pelo ódio, era visível em meus pensamentos. Ter sido deixado na porta do altar lhe transformou em um monstro ainda maior, cultivando mas ódio em seu coração. Mesmo assim eu não me arrependia de nada, afinal de contas era minha vida meus sonhos sendo destruídos. Eu não amava nem mesmo ele a mim, apenas fazíamos parte de um jogo de interesses ambiciosos. Eu me via condenada a viver em um mundo sem amor, de aparências sem liberdade de escolha, seria esse o meu destino, se caso as águas do Atlântico não tivesse me levado junto a Ipuã. Poderia dizer que tive muita sorte, pois apenas um em um milhão, tem a oportunidade de realmente encontrar a verdadeira felicidade.
Ao olhar pela pequena janela da cabana, lhe vejo sentado sobre a areia da praia, a brisa fresquinha batia em seu rosto fazendo seus cabelos dançarem num movimento único. Sua feição era eterna e serena, podia enxergar em sua alma, a vida havia sido dura e amarga consigo, mesmo assim ele conseguiu conservar em seu peito seu nobre coração. Eu amava cada vez más, sentia me segura em seus braços acolhedores, mesmo assim a insegurança dominava meu peito, instruindo meu subconsciente.
O medo de não conseguir me entregar a ele inteiramente me tomava aos poucos, eu amava, mesmo assim não era suficiente. Eu enxergava como um homem bom, alguém a quem confiar, sabia o quanto me desejava, seu corpo anceava pelo meu incansavelmente, mesmo se controlando para eu não perceber: Eu enxergava toda sua excitação e desejos por mim. Tinha que ser más forte que o medo que me controlava, lutando contra meus próprios demônios, mesmo que parecesse ser impossível eu faria por ele. Ipuã tinha o direito de saber sobre o meu passado, a fraqueza e o medo não poderia me parar, não más! Estava disposta a em fim abrir me para ele, e enfrentar de vez esse passado tão doloroso.
Andando em sua direção eu respirava tranquilamente, com os pés firmes sobre a areia clara da praia, meu corpo se sentia más leve. Ele se encontrava de costas admirando a beleza do azul do mar, acomodo me ao seu lado esquerdo, sentindo a eletricidade do seu corpo físico, parecia concentrado meditando pacientemente. Fico ali algum tempo parada ,admirando seu rosto sereno, até que de alguma maneira ele sente minha presença e abre seus olhos, cor do mar mediterrâneo.
___ Atrapalhei? __ Digo sem graça.
___ Você nunca atrapalha, já estava sentindo a sua falta. __ Diz ao colocar um dos fios soltos do meu cabelo, por de trás da orelha.
___ Não abaixe sua visão, quero adimirar más o seu rosto.
___ Assim você me deixa sem graça Ipuã.
___ Não deveria já que somos... __ Ele pensa ao falar.
___ Como vocês chamam isso na civilização? Amantes! __ Diz apontando para ambos.
___ Namorados. __ Digo sorrindo. Paro por uns segundos, percebendo o quanto ele era inocente nas palavras.
___ Ipuã precisamos conversar. ___ Ele olha atentamente.
___ A algo da minha vida que você precisa saber.
___ Pode falar, estou a te escutar. __ Repete.
___ Eu preciso tirar esse enorme peso da minha mente, pois sinto que se não fizer isso, não poderei viver em paz comigo mesma. Eu só quero que compreenda pois essa não é uma escolha fácil.
Ele olhava encabulado, parecia estar más preocupado com minha reação do que curioso. Eu sabia que após revelar meu segredo as coisas não iriam ser más a mesma de antes. Mesmo assim eu estava disposta a correr esse grande risco.
___ Não sou uma mulher livre, assim como você. Pois sou casada com um homem que não amo. __ Digo de uma só vez.
___ Não compreendo, você tem outro Aurora? __ Sua voz soava decepcionado.
___ Foi um casamento arranjado, apenas de aparências. Não existe qualquer tipo de laços que nos une, tanto físico ou emocional, apenas conjugal. Eu não amava por isso fugi, não o considero como meu marido, pois na presença de Deus não somos casados, apenas na lei dos homens.
___ Por que escondeu isso, já que ele não significava nada pra você? __ Pergunta.
___ Eu não escondi apenas não estava pronta para revelar. Não pensei que iria entender, por isso me calei. Eu compreendo a sua raiva e decepção de minha parte.
___ Não estou com raiva de ti, apenas decepcionado por não confiares em mim. Eu não me importo com o seu passado Aurora, e sim como o presente e futuro.
___ Seremos felizes, não precisamos do mundo lá fora. Prometo cuidar de te, não deixarei que nada á machuque. __ Diz compreensível acariciando meu rosto.
O peso que tanto arrebentava meus ombros tinha sido deixado para trás. E o que restava de agora em diante era apenas dias de glória. Saber que eu tinha a quem confiar, me dava más força para seguir em frente. Um sorriso de agradecimento a Deus, surgiu em meu rosto me fazendo enxergar um novo caminho a minha volta. Estava na hora de deixar o passado, e começar a enxergar um novo futuro a minha frente.