Capítulo 07

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• Memórias esquecidas

" As memórias não são apenas sobre o passado, elas determinam o nosso futuro. __The Giver."

    PASSAGEM DE TEMPO

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    PASSAGEM DE TEMPO...

{... Ipuã narrando...}

A ilha é o único lar que realmente conheci, recordo vagamente o dia em que a vi pela primeira vez, meus olhos brilhavam admirados, contemplando a beleza do lugar que um dia eu iria chamar de lar. Ao pisar em seu solo rochoso, eu sabia que aquela era minha casa. Essa era as lembranças de uma criança aos 7 anos de idade. Poderíamos dizer que a nossa felicidade está, onde estão aqueles que mais amamos. __ Bem, esse não era o meu caso já que até onde me recordo, nunca tive uma família.

O mar estava agitado naquela tarde, me lembro perfeitamente como o vento soprava frio, mesmo com o sol rachando ao meio-dia. As gaivotas voavam em bando, procurando um destino para posarem suas asas.
Elisabeth como ela gostava de se chamar era a única pessoa que eu realmente conhecia, visto que sua companhia me alegrava muitas vezes. Ela era uma pessoa de meia-idade, falava pouco e não gostava de comentar sobre sua vida.

Durante um tempo parei de me questionar sobre o passado, já estava acostumado com a vida que o destino havia me proporcionado. Infelizmente Elisabeth morreu a aproximadamente 5 anos atrás. Levando consigo todos os segredos e respostas sobre minha antiga vida, me deixando sem saber ao menos minha verdadeira origem.
Me acomodei com o passar do tempo, afinal essa era a vida que haviam escolhido para mim, não era fácil no começo mais acabei me acostumando, assim como tudo em minha vida, esse era apenas mais um desafio a ser superado.

Em um dia parecido com o de hoje, algo na areia da praia me surpreendeu. Não achei que seria alguém, já que fazia tempos que não via pessoas com tal semelhança a mim. Seu rosto era de um anjo com as asas quebradas, assim que avistei não pude deixar de notar sua beleza, seus olhos estavam semicerrados. Mesmo assim pude enxergar a cor azul de águas cristalinas, sua pele era branca e delicada como as pétalas das flores, seus cabelos castanhos, parecidos com os meus. O perfume em sua pele era de uma fragrância desconhecida, aquele cheiro havia me prendido em uma jaula de grades ao qual eu não conseguia me libertar. Aurora, esse era o nome ao qual ela se chamava, a mulher de aparência delicada, era uma estrangeira para mim. Seu mundo era o oposto do meu, mesmo assim eu tinha a necessidade de protegê-la.

Com o passar do tempo, passei a admira-la cada vez más, sua força interior, assim com sua bondade fez com que eu a enxergasse com outros olhos. Aurora me mostrou o seu mundo ao qual eu desconhecia, a selvageria ainda estava em minhas veias, como uma parte em decomposição, esperando a hora de ser extinta. Já pronunciava algumas palavras ao qual ela havia me ensinado, nada tão exuberante, para uma pessoa na idade em que estava. Confiei a ela os meus maiores segredos e desafios, não esperando nada em troca de sua parte, apenas a confiança que se dispus.

De volta a cabana, ao qual era meu refúgio, a mulher de aparência delicada dormia profundamente, sua presença me alegrava ao longo do dia, mesmo sem poder tocar-lá já sentia o quanto pertencia a mim.
Os desafios eram muitos entre ambos, eu via o medo em seus olhos tentando esconder um passado, ao qual não conseguia revelar para mim, estava disposto a ser paciente, persuasivo pela mulher ao qual o meu coração batia cada vez mais forte.

Já não aguentava más esconder meus sentimentos por ela, doía em meu peito, meu coração queimava feito brasa, ardia em chamas com sua ausência era devastador, agonizante para minha alma. O que me restava era apenas esperar que um dia, seus sentimentos por mim fosse tão puro e belo como o nascer do dia.

Seria uma espera dura, cansativa e talvez sem esperança, eu não fazia ideia do que o destino havia reservado para me más uma vez em meu futuro, assim como parte de minha vida estava em suas mãos. Seria tolice de minha parte pensar com o coração e não com a razão, já que a vida fostes tão injusta comigo.


O capítulo saiu pequeno, más tentei retratar aqui os pensamentos de Ipuã na passagem de tempo. Ou seja, ele já esta um pouco más alfabetizado, digamos entre "aspas."👐

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