Amor

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Rafe se afasta e está tão ofegante quanto eu. Ele coloca meu cabelo atrás da orelha e me encara por um tempo.

– Qual a desculpa dessa vez? – Ele pergunta.

– Como assim?

– Vai dizer que não teve escolha, denovo? Ou vai dizer que te manipulei? Porque força pra parar de me beijar você tem, na festa kook me provou isso.

– Vou com a desculpa de que você me manipulou.

Ele solta uma risadinha.

– E como eu teria feito isso?

– Você sorriu pra mim ué, isso é manipulação o suficiente. Se você se ver sorrindo no espelho, você vai querer beijar a si próprio.

Ele agora da uma gargalhada.

– Você é hilaria sabia?

– Blablabla, pode fazer denovo?

– O que? – Sonso. Ele sabe o que eu quero.

– Você sabe o que.

– Diga, pequena.

– Me beija.

– Qual a palavrinha mágica?

– Please Daddy! – Digo em tom de deboche.

– Cala a boca vai. – E então ele me beija novamente.

Eu quero morar ali, exatamente ali, nos lábios dele. Quando ele encosta sua boca na minha eu me sinto em casa. Meu lar.

Nem sempre "lar" é a casa em que moramos, meu lar, por exemplo, sempre foi qualquer lugar que eu estivesse com meus amigos, mas sempre achei que faltava uma última peça do quebra cabeça.

Com ele eu me sinto completa.

Como fui tão tola? Por que nunca abaixei a guarda? Por que nunca me permiti ver o quão doida por ele eu sou?

Merda. Minha família vai me matar.

Minha mãe e minha avó dizem que sou muito nova pra entrar em relacionamento. Não que eu vá entrar em um com Rafe. Nem sei se ele gosta de mim do jeito que gosto dele. Meu irmão ia ficar puto! Ele sempre foi muito ciumento comigo e Rafe é um dos seus melhores amigos. Meu pai não tem direito de dar opinião nenhuma, mas sei que também não iria gostar.

Rafe é irmão da sua melhor amiga.

Como Sarah reagiria? Quando eu contei sobre os beijos ela se sentiu um pouco sem graça, e ficou mais aliviada quando falei que não queria nada com Rafe. Kie e Cloe iam rir da minha cara. Talvez JJ ficasse puto e JB e Pope chateados por eu estar com um kook.

Mas no momento não penso em nada e nem em ninguém. Enquanto seus lábios tocas os meus e suas mãos estão em minha cintura, eu pela primeira vez na vida penso em mim. Em nós.

– Naaaao! – Reclamo fazendo biquinho quando ele se afasta. – Por que parou?

– Não sei se estamos em sintonia, Lia.

– Fala minha língua, Rafe.

– Acho que ja estudei sua língua o suficiente, pequena.

– Talvez, mas eu quero mais, por favor. – Digo sorrindo pra ele.

– Gosto de você, Merlia. Você disse que não acreditaria em mim enquanto estivesse daquele jeito. E cá estou, sóbrio, na sua frente, quebrando a porra do meu orgulho e dizendo que sou apaixonado por você.

Recuo um pouco, pensando no que falar.

Se liberte um pouco, abaixe a guarda.

A conversa que tive com Ana e Larissa começa a aparecer na minha cabeça.

O irmão da minha melhor amiga | Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora