Dos sentimentos aos sonhos, eu desejo você

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| Izuku | 


-Filho?

-Cozinha - eu disse por cima do ombro.

Mamãe e papai entraram rindo. Eles já sabia que eu estava conversando com minhas plantinhas enquanto cozinhava.

-E ai, a senhora planta da cozinha está bem? - papai perguntou com uma risadinha. Se sentou literalmente na mesa e balançou os pés.

-Ela está ótima - resmunguei. - Tomara que a mesa quebre. Vai ter que comprar.

Papai deu de ombros e batucou na mesa.

-Eu te dei essa mesa, gracinha - ele lembrou. Mamãe também riu.

-Ah, é verdade - eu revirei os olhos. - Tanto faz. Tire seu bumbum dai.

Mamãe gargalhou e se dirigiu para a geladeira.

-Bumbum? - ela repetiu sem acreditar enquanto procurava algo para comer. - Essa palavra é... I...

-Imoral?

-Infantil - Papai respondeu; apontou para uma tigela com frutas que ainda estava li. - Você não almoçou isso aqui, não é? 

-Não...

-Ai, Izuku... Você não tem jeito, não é? - Mamãe reclamou. - Vai trocar de roupa. Você tem médico marcado daqui a pouco.

Ergui os olhos e girei nos calcanhares.

-Eu tenho?!

Papai concordou e tirou o celular do bolso.

-Privilégios de um melhor amigo enfermeiro chefe - ele disse, referindo-se ao melhor amigo dele, Harry. 

- Troque de roupa e vamos - Mamãe mandou.

-Mas que mania de me arrastar pra médico... - resmunguei. - Mãe, você sabe o que ele vai dizer... Vai me passar as mesmas coisas de antes e...

-Não, não. Você está bem pior esses tempos. Quase morreu sem ar dando risada semana passada, Izu.

Dei de ombros. Eu já estava tão acostumado com aquilo que nem fazia mais diferença.

Eu fui obrigado a me arrumar e entrar no carro. Por fim, Papai dirigiu devagar, ignorando totalmente minhas reclamações e os meus diversos "quero ir para casa!". Ele até ligou o rádio e deixou em uma estação de música velha e gostosinha.

Nós chegamos ao hospital e fomos recebidos pelo Harry, o melhor amigo do Papai. Ele estava animado por me ver e as enfermeiras também falavam comigo e perguntavam como eu estava, afinal eu frequentava aquele hospital quase tanto quanto o próprio Harry.

Mas por motivos bem diferentes...

-Vamos comigo, pessoal - ele disse com aquele sorriso animado. 

Harry nos levou até o elevador e nós esperamos. Eu não podia subir escadas.

Quarto andar. Doenças pulmonares e seus respectivos médicos e atendimentos estavam todos ali.

Harry  me guiou até a sala 306, Dr. Uzey.

O Dr. Uzey era muito legal. Ignorando totalmente o fato de que eu já tinha muito mais que 10 anos, ele me dava um monte de doce quando eu tinha uma consulta. Ele arrancava boas gargalhadas de mim e dos meus pais.

Eu sempre me perguntava se era só para compensar o fato de minha situação ser tão ruim.

-Izu! - Dr. Uzey cumprimentou animado quando entrei em sua sala. - Você não cresceu nada!

DEEP LOVE | BAKUDEKU/ KATSUDEKUOnde histórias criam vida. Descubra agora