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Mal consegui olhar diretamente nos olhos dele enquanto eu arrumava minhas coisas. Ele ofereceu ajuda muitas vezes e eu recusei em todas elas. Não quero receber ajuda dele, eu iria me sentir patética de qualquer maneira.

Terminei de arrumar tudo mais cedo que o esperado, não eram muitas coisas de certa forma. E como havia dito ao falso loiro, eu iria ver o apartamento no qual ele disse que estava vazio.

Ao chegar no endereço, me deparei com um enorme condomínio, que só de olhar, já sabia que eu mal conseguiria pagar os meses de aluguel, mas eu não iria ficar lá por muito tempo, então isso sumiu da minha mente rapidamente.

Liguei para o dono na manhã deste mesmo dia, já que Kenma havia me enviado o número do mesmo, e como prometido, ele já estava me esperando em frente ao lugar, eu imediatamente segui até ele assim que o avistei.

⎯ Senhor! -exclamei não muito alto, fazendo o mais velho me olhar, enquanto eu seguia em sua direção. ⎯ Tudo bem? Eu gostaria de olhar o apartamento.

⎯ Boa tarde senhorita, o apartamento ficou vago faz pouco tempo e como viu nas fotos que enviei, está em perfeito estado. -o mesmo estendeu a mão enquanto falava, e eu logo a apertei concordando vez ou outra com o que ele dizia.

⎯ Talvez eu não fique por muito tempo, irei para os Estados Unidos daqui a alguns meses, ficar com a minha mãe.

⎯ Compreendo, mas já que ficará aqui por algum tempo, deveríamos assinar o contrato o quanto antes para que possa se mudar.

⎯ Claro. -sorri pouco já seguindo o mesmo. não tinha muito o que fazer, quando já marcamos tudo pela chamada, incluindo o contrato. era mais fácil quando a moradia não tinha mais inquilinos ocupando.

Ao chegarmos dentro do apartamento, eu juro que pensei em desistir por completo de ir morar nos Estados Unidos. O lugar era lindo, de fato. Conversamos por mais um tempo, até que o mais velho saiu do apartamento para pegar o contrato que ele disse que estava no carro dele.

Andei do banheiro até o quarto e do quarto voltei para a cozinha que era separada da sala, por um balcão. Passei meus dedos pelo balcão enquanto analisava o resto da cozinha que estava bem limpa, por mais incrível que pareça.
Os antigos donos realmente pareciam ser boas pessoas.

⎯ Você parece feliz. -ao ouvir a voz do falso loiro, dei um sobressalto e logo me virei assustada, me deparando com o mesmo encostado ao lado da porta, na entrada.

⎯ Você quer me matar, caralho?! -perguntei colocando minha mão a frente do peito enquanto suspirava. ⎯ O quê você quer agora?

⎯ Nada demais, apenas vim ver como você estava, vizinha. -ele disse já entrando e se aproximando, ficando a sua frente do outro lado do balcão. ⎯ E parece que você esta bem até demais pra quem levou um fora.

⎯ Você ficou bem intrometido com o passar dos anos, certo?

⎯ É, quem sabe. -deu de ombros e se sentou em um dos banquinhos redondos ao redor do balcão. ⎯ Esse aqui parece ser melhor que o meu apartamento, quer ir conhecer?

⎯ Não, muito obrigado. -respondi irônica, sorrindo de maneira forçada em seguida. ⎯ Você não tem nada melhor pra fazer?

⎯ Na verdade... -o falso loiro foi interrompido pelo mais velho, que chegou com um papel e uma caneta, logo se aproximando de nós.

⎯ Kozume? -o senhor chamou pouco confuso. ⎯ Parece que ambos já se conheciam, isso é bom. -ele sorriu para nós dois, colocando o papel sobre o balcão após se aproximar o suficiente, já se preparando para passar as supostas instruções.

Não demorou mais que dez minutos para ler os termos, regras e multas que poderiam ser passadas caso algo fosse quebrado.
Você parecia atenta a cada uma das regras para não infligir nenhuma das mesmas.

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O mais velho saiu do apartamento, com o contrato assinado em mãos, pensando que um contrato nunca foi assinado assim tão rápido, mas deu de ombros e seguiu caminho.
E agora, você e o falso loiro estavam sozinhos novamente.

⎯ Você não vai embora? -perguntou já o olhando irritada.

⎯ Claro, vou sim. -percebeu que você já estava ficando realmente brava, mas assim que estava próximo da porta, ele voltou a falar. ⎯ Quase me esqueci, vai rolar uma festa na casa de um amigo de noite, se você quiser ir ou sei lá.

⎯ Se você não me irritar lá também, quem sabe. -ele apenas sorriu, se virando novamente para ir embora.

Você aceitou, afinal, achava que precisava esfriar a cabeça com tudo que estava acontecendo, além das inúmeras mensagens que recebeu assim que reiniciou seu celular. As mensagens eram do seu chefe, o mesmo dizia que iria despedir você se não fosse trabalhar hoje, mas sinceramente, com tantas oportunidades, o que é um emprego que mal te paga?

Enquanto arrumava suas coisas, ouviu batidas na porta e logo foi atender, se deparando mais uma vez com Kenma que tinha uma expressão carismática ao sorrir para você que impedia a entrada dele.

⎯ Você quer ajuda? -perguntou com um sorriso que foi desfeito assim que ouviu a sua resposta.

⎯ Sua ajuda? É a mesma coisa que nada. -se virou, voltando a arrumar algumas coisas na sala.

⎯ Qual é, [Nome]? O que você quer que eu faça para que você me perdoe? Eu até te mostrei um apartamento. -ele perguntava seguindo seus passos logo atrás de você.

⎯ Não sei Kenma, você sumiu por alguns anos e quando volta, finge que nada aconteceu. -respondeu, terminando de arrumar as almofadas pretas e brancas no sofá, seguindo para a cozinha logo em seguida.

⎯ Pelomenos eu te avisei que iria embora por um tempo, e olha, eu tô de volta. Então por quê você não esquece tudo isso?

⎯ Sim, você avisou, mas você não avisou que nunca mais me mandaria uma mensagem sequer depois disso. -se virou fazendo o falso loiro atrás de você parar e olhar diretamente nos seus olhos, assim como você olhava nos dele. ⎯ E olha como você tá agora, um puta de um cara gato, pode ter a mulher que quiser, então não fique aqui perdendo tempo discutindo comigo.

E foi nesse momento que as palavras do falso loiro acabaram, não sabia se ficava triste pelas últimas palavras que sairam da sua boca ou se ficava feliz por você ter dito "um puta de um cara gato", uma mistura de pouca alegria e muita tristeza o fizeram sair do seu apartamento. Você logo ouviu os passos de suas botas descendo as escadas, onde suspirou e fechou a porta.

Talvez fosse orgulhosa até demais para correr atrás dele e dizer que se arrepende do que disse, mas ao mesmo tempo talvez estivesse certa por ter dito aquilo. Nada disso mudaria o fato de que ambos iriam na festa do amigo dele em algumas horas.

𝐃𝐀𝐌𝐍 𝐆𝐀𝐌𝐄⠀─ kenma kozume.Onde histórias criam vida. Descubra agora