─ Conversar com estranhos era algo proibido, nunca deveria dar ouvidos à estranhos. Foi algo que te ensinaram por boa parte da sua infância, mas nunca se importou totalmente com essas palavras, já que conheceu alguém que te entende tão bem, mesmo...
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Uma vez eu gostei tanto de alguém, que acabei não percebendo o quão mal isso acabou me fazendo.
Começou no verão, a dois anos atrás. Ela foi a primeira garota que falou comigo sem se importar com o suor que percorria pelo meu corpo devido aos treinos de vôlei, ela nem sequer reparava nisso, e isso me deixou feliz.
Seus cabelos eram pretos e curtos. Seus olhos castanhos claros lembravam a cor do mel. Seu nome era Aimi.
As vezes acabavamos saindo juntos após os meus treinos de vôlei, e normalmente eram dias chuvosos, o que a fez pegar um resfriado uma vez, eu acabei cuidando dela por isso, e não me incomodava nem um pouco.
Aimi as vezes sentia raiva por coisas pequenas e fúteis, mas essa raiva não durava muito já que eu comprava seu sorvete favorito. Nós tomávamos sorvetes até em dias frios se ela estivesse brava. Chegava a ser engraçado ver as expressões nas caras das pessoas quando olhavam para dois adolescentes, tomando sorvete no frio.
Uma vez acabamos juntos na biblioteca para estudar. Eu acabei soltando que gostava dela, e não parei de falar sobre isso por alguns segundos devido ao nervosismo imenso que senti, até que o contato dos seus lábios sobre os meus, me fez ficar quieto. Naquele momento o mundo havia parado para nós, e a única coisa que eu conseguia ouvir eram as batidas rápidas do meu coração através do peito. Eu estava torçendo para Aimi não ouví-las também.
Nós começamos a namorar no mesmo dia, e apartir daí, fazíamos quase tudo juntos.
Estudamos no meu quarto uma vez, e quase aconteceu aquilo. Hoje em dia eu agradeço por não ter acontecido.
⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ Aimi se tornava cada vez mais distante, distante de mim pelomenos. Quando eu a via, sempre estava sorrindo junto de seus amigos, mas quando ficávamos juntos, seu sorriso se forçava a cada vez que ela me olhava, e eu percebia isso claramente.
E então eu vi. Eu a vi beijando alguém, e inúmeras dúvidas percorreram pela minha mente naquele momento.
Eu fiz algo de errado?
Não a tratei bem o suficiente?
Por quê isso está acontecendo?
E mais algumas mil perguntas assim.
Não sentia vontade de comer, sair, estudar...
Mas um dia, eu senti vontade de fazer algo. Enquanto estava olhando algumas coisas na internet, imagens de gatos sendo adotados apareceram, e eu senti vontade de fazer algo pela primeira vez.
Eu chamei Kenma e seguimos até o Pet Shop do aplicativo onde estavam trazendo gatos para a adoção. Eu imediatamente adotei um deles. Eu o deixei com Kenma por alguns minutos, mas quando voltei, o gato estava correndo e nós logo corremos atrás dele.
E então, eu vi você.
Você o parou, mesmo sem querer, e quando olhou para mim, meus olhos brilharam. Você era tão linda e parecia tão carinhosa, e eu só não queria que você fosse embora.
Eu me aproximei aos poucos para não te assustar e fazer você fugir, como ela fugiu.
N/A - Tentei escrever aqui, um resumo leve sobre uma parte da vida passado do Kuroo, até chegar ao que houve no primeiro capítulo. Apartir do próximo, tudo voltará ao normal e a história segue normalmente. Espero que tenham gostado!
