Cap 24 - Ás de copas

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A sala era um tanto fria, talvez tivesse essa característica por possuir vários ares-condicionados ou também pelo o clima do dia, nublado e chuvoso. Naquele ambiente, muito peculiar, do lado esquerdo havia vinte e cinco cadeiras, as quais seriam ocupadas pelo jurados, porém somente sete terão em suas mãos o poder de decisão. Do lado direito tinha uma mesa que esperava pelo advogado de defesa. Em uma parte elevada, a frente da sala, existia quatro lugares: o do meio seria ocupado pelo juiz responsável, a sua esquerda o escrivão e a sua direita o promotor de justiça, o qual iria fazer as acusações.

Todas as parte daquela sala eram de madeira, os bancos, as mesas, os arabescos no teto e paredes. As grandes janelas, atrás da   ala dos jurados, de vidro eram cobertas por uma cortina, que ia do cinco centímetros acima do inicio delas até o chão, brancas. A iluminação era feita por luzes que pareciam lustres, mas não eram, só pareciam na parte de possuir um corda que a seguravam, eram redondas e seus detalhes eram feitos por liga metálica, bronze. Assim que todas as autoridades chegaram, de forma rápida e silenciosa foram para seus respectivos lugares, dando inicio a mais um dia de trabalho.

- Peço que todos se levantem, para o julgamento da sentença - pediu o juiz - Todos que fazem presente nesse júri estão, que em nome da lei - pede para que os jurados levantem o braço direito - concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão, de acordo com a vossa consciência e os ditames da Justiça.

Todos se sentam e começam a se preparar para iniciar.

- Traga a ré, Natasha Romanoff - pediu o juiz - Antes de darmos início aos depoimentos e perguntas peço a ré Natasha Romanoff para se levantar e se colocar na posição de juramento.

- Eu, Natasha Romanoff, juro perante esse tribunal que hei-de dizer toda a verdade e só a verdade. - após sentou-se na cadeira de madeira esperando o início.

- Iniciaremos com a acusação do Dr. Bernardes, promotor do caso. - o juiz sentou-se dando voz ao colega de trabalho.

O acusador levantou e se dirigiu para frente da mulher, a quem iria fazer as perguntas estabelecidas na ata do processo.

- Estamos aqui para julgar os seguintes fatos: incêndio e ocultação de dados da CIA, mudança da cena do crime e descumprimento de um documento assinado que colocava fim nas ações dessa senhora dentro da agência - leu - Procede as acusações senhora?

- Sim - respondeu com a voz firme.

- A senhora afirma ter colocado fogo e excluído arquivos do local que trabalha, livrando Henrique de qualquer punição. Por que? Há algo que não foi dito? Um alguém que foi a causa?

- Protesto - levantou o advogado de defesa. - Ele está induzindo minha cliente.

- Não senhor juiz - disse o promotor - Estou apenas perguntando o que falta para encaixar essa história.

- Protesto negado - deu a resposta - Sente-se Dr. Tavares, a pouco terá seu direito à replica.

Os ânimos estavam a flor da pele e tudo tinha acabado de começar, o que será de tudo isso no fim?

- Respondendo ao senhor, com a investigação descobri que Henrique possuía uma enteada que dependia do dinheiro do tráfico de mulheres para o tratamento. - não mentiu no que respondeu.

- Para isso colocou fogo na CIA e obrigou sua colega de trabalho, a senhorita Lisa Silva, à apagar todos os dados do caso? 

- Sim, eu fiz e não me arrependo.

- E não há mais ninguém, que não foi informando, capaz de fazer a senhora tomar tal atitude?

- Não sei se entendi onde o senhor quer chegar com essa pergunta.

-  Vou ser mais claro - olhou de forma fixa nos olhos da mulher - A senhora agiu sozinha, isso o tribunal já está ciente como a mesma disse, porém o que não entra não minha cabeça é o envolvimento de Chris Evans no caso. Seria ele uma motivação? É ele que você quer livrar? 

Natasha desviou o olhar para a plateia, onde sentava Evans, Lisa, seu pai e seu irmão, Nathan. O silêncio tomou conta da sala.

- Sem mais perguntas, senhor juiz - disse o promotor sentando em seu lugar.

- Dou a palavra ao Dr. Tavares, para que prossiga com a defesa.

O advogado agora tomava conta da replica, teria que retirar do buraco que a própria cliente estava se colocando.

- Pela acusação fica claro que está assumindo toda a culpa sozinha, voltando na pergunta do promotor, será que você não está levando seus sentimentos por alguém, se colocando como única culpada, acima da lei? - refez a pergunta.

- O doutor está insinuando algo? - olhou com os olhos semicerrados.

- Não, senhora. Estou apenas tentando te defender.

Natasha se levanta de forma rápida, sorri de canto e diz:

- Acho que ainda não entenderam, eu fiz tudo isso. Não tinha mais ninguém por trás do incêndio da CIA e no dia da morte de Henrique somente eu que explodi e matei o próprio. Os agentes presentes naquela noite faziam o trabalho de salvar aquelas mulheres inocentes. - dizia firme olhando para os jurados - Aliás, era com elas e a saúde mental delas que deveriam está preocupados, não se uma assassina como eu, voltou a fazer aquilo que todos sabem muito bem que foi minha maior fonte de renda.

O juiz pediu calma a todos, dando dez minutos de intervalo.  Natasha parecia não ligar para sua pena, ao contrário dela, Evans estava extremamente preocupado, grande parte daquilo também era culpa dele. O promotor estava certo, Romanoff queria livrar todos que ela amava. Em uma sala com janelas de vidro, a ré esperava a volta da sessão, barulhos vinham da porta que estava trancada, alguém estava tentando abrir.

- Olha, olha se não é a mentirosa do ano. - disse finalmente entrando dentro do local.

- Evans? - perguntou surpresa.

- Não, é o papa. - debochou, o que não causou nenhum tipo de reação - Só queria ver seu sorriso, ele é lindo.

- Chris, eu sei que o que estou fazendo é errado.

- Então não faça, apenas faça o que é certo.

- Mas...

- Não continue por ...

- Mas, eu já errei muito, e dessa vez é o certo a ser feito - disse interrompendo o homem.

- O certo não é assumir tudo sozinha - caminhou até ela e segurou suas mãos - O certo é enfrentarmos isso juntos.

- E se formos condenados? 

- Faremos isso juntos também.

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Até o próximo.



Between love and profession - YngridienteOnde histórias criam vida. Descubra agora