Cap. 03

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San Francisco, Califórnia Janeiro de 2020

Madison

Eu sempre imaginei que a vida era mais que a minha pequena casa em um povoado pobre. Meu sonho era estar desfilando em passarelas, estampando revistas e sabia que isso não aconteceria em Chiapas no México. Meu pai estava totalmente contra, disse que era loucura mas minha mãe me deu uma força danada e foi por conta dela que decidi correr atrás dos meus sonhos. Assim que o táxi parou em frente à faixada branca da casa peguei uma quantia suficiente para pagá-lo e desço do carro. Tudo que tinha coube perfeitamente em uma mala. Ando em direção a casa. Sempre achei lindo todas as casas do bairro, elas são coloridas e mexicano ama cor. Subo os poucos degraus até a entrada e bato na porta. Ouço passos se aproximarem e logo depois a porta e aberta.

─ Madison meu amor. Ela me abraça.

Da última vez que vi minha avó ela tinha menos cabelos brancos.

─ Estava com saudades. Falo com o rosto enterrando em seu pescoço.

─ Eu também meu amor. Ela diz desfazendo nosso abraço. ─ Mas venha entre deve estar cansada da viagem e com fome.

─ Sim muita.

Assim que pisei na sala de estar um momento nostálgico passa pela minha cabeça, em um momento me vi sentada no velho piano de cauda preto tocando alguma música como fazia aos quinze anos. Nada aqui havia mudado.

─ Bom Madison eu tomei a liberdade e consegui um emprego para você até esse sonho seu se tornar realidade. Vovó diz. Isso é maravilhoso nunca me importei em trabalhar e para mim seria até bom, me daria mais autonomia.

─ Isso é ótimo vovó obrigada.

─ Imagina meu docinho é na casa ao lado. Um viúvo lindo que cria a filha sozinha. Pensei que uma jovem babá poderia ser mais atrativo que uma velha. Ela fala tão naturalmente.

─ Vó a senhora não está me empurrando para um homem está? ─ Ela dá de ombros.

─ E que diferença isso faz você é jovem bonita e precisa de um emprego, ele é viúvo triste e solitário precisa se apaixonar de novo. Quem sabe você não possa se tornar a namorada dele.... Madison não me julgue filha eu sinto tanta pena da Kate pobrezinha. Minha avó e suas chantagens emocionais.

Eu não sou boa com crianças e de jeito nenhum quero um homem velho e com filhos. Eu só tenho 22 anos estou no auge da minha vida e queria curtir não me casar com um velho viúvo.

─ Vó você sabe que não sou boa com crianças, eu até gosto mas ser babá não é isso que quero pra mim. Pensei que a senhora ia dizer que me conseguiu um emprego em um supermercado, uma lanchonete menos de babá.

─ Madison meu amor só tenta, se você não gostar então eu continuo cuidado da Kate.

─ Está bem acho que posso tentar. Dou de ombros.

(...)

Depois do café dá manhã vovó me levou até a casa dos Carter. Ela bate na porta e demorou alguns segundos até ouvir passos se aproximarem da porta. Um homem alto e forte abre a porta. Ele estava com a aparência ótima de quem acabou de tomar banho. O terno azul lhe caiu muito bem mas o que realmente me fez concordar com até as vírgulas que a vovó disse foi o rosto anguloso e perfeitamente desenhado como se tivesse sido feito a mão de tanta perfeição.

─ Ethan essa é minha neta.

─ Prazer Madison. Ele fala estendendo a mão. Eu ainda fiquei segundos devorando aquele homem com meus olhos verdes até me dar conta que estava sendo mal-educada e aperto sua mão.

Destinos Cruzados ( Obra concluída )Onde histórias criam vida. Descubra agora