O Rugido do Leão - Uma história de Game Of Thrones m

• Capítulo Extra - Jaime •

❀

Jaime correu de volta para o salão onde a luta acontecia. Há muito tempo ele havia prometido a Adara que a protegeria. Sua jovem e indefesa esposa a quem Jaime amava de todo coração merecia ser cuidada, afinal ela fora inocentemente arrastada pra aquele jogo dos tronos.

Ele sentia tanto tê-la abandonado à sua própria sorte nos portões do castelo, mas precisava dar um fim naquela luta ali mesmo para que pudesse voltar aos braços quentes e calmos de sua mulher.

Jaime correu com a espada em punho tentando não se sentir nervoso e inútil diante da luta que se desenrolava. Seus homens eram poucos, estavam em sua maioria desarmados e os soldados Frey não queriam assustar, eles estavam dispostos a dizimar.

Um homem ensanguentado correu em direção ao Regicida gritando, sua espada girou no ar e atacou Jaime que aparou o golpe com pouca dificuldade. Ele prendeu a respiração enquanto forçava a espada adversária para longe de si. Com um movimento ágil ele se jogou para a direita passando por baixo do braço do seu agressor e ficando de frente para sua costas. Sem deixar os pensamentos lhe inundarem ele apenas agiu, enfiou a ponta da espada na altura dos pulmões do Frey que soltou um urro e começou a vomitar sangue.

Não havia tempo para observações, Jaime correu para o próximo alvo que duelava com um dos seus soldados. O Lannister investiu contra o homem deixando o cavaleiro desorientado por um breve momento. Aproveitando a confusão do seu inimigo o louro enfiou sua bota pesada bem no abdômen do homem fazendo-o arfar e cair desengonçado no chão, onde foi finalizado pelo soldado de Porto Real. Com um aceno eles se cumprimentaram e partiram cada um para o próximo ataque.

O ar cheirava a ferro e bebida e muitos corpo jaziam ao redor de grandes poças de sangue, Jaime quase desejou ser um deles quando um dos filhos de Walder Frey lhe atingiu a espada bem no ombro direito. Aquele não ia ser seu fim! Que fim ingrato pra um cavaleiro tão forte quanto Jaime: ser morto por um Frey.

Reunindo toda a força que ainda lhe restava, o gêmeo da rainha jogou seu peso contra o corpo do agressor cravando sua espada até atravessar o ser desprezível que lhe machucara.

Enfim os barulhos de metal cessaram aos poucos. Estavam todos mortos, quem não tinha perdido a vida gemia implorando misericórdia diante das feridas abertas que demorariam a lhes tirar o ar.

Jaime caiu ajoelhado, soluçando e respirando com dificuldade. O ferimento no ombro sangrando muito fazendo com que a visão fosse se turvando aos poucos. Porém ele não podia se dar ao luxo de desmaiar, em algum lugar lá fora Adara estaria sozinha e assustada precisando dele.

O homem se arrastou até a saída encontrando forças para se erguer e tentar fugir de qualquer confronto que se abatesse sobre ele. Jaime sabia que o próximo golpe o mataria e ele ainda precisava cumprir sua promessa à jovem que desposara. Com sede e muito fraco ele cambaleou para o meio da floresta que crescia ao redor do castelo de Walder Frey, evitando qualquer que fosse o caminho aberto.

O barulho do pequeno córrego o despertou, Jaime estava sonolento e muito fraco, sentia que desmaiaria novamente se tentasse fazer qualquer esforço que fosse. Ele tentou respirar algumas vezes, mas até o movimento dos seus pulmões se enchendo lhe causavam uma grande dor.

Ele ja estava aceitando a morte, pedindo aos deuses que cuidassem de Adara e a levassem pra um lugar seguro. Culpando Cersei por aquela maldita viagem e por ter Adara consigo quando ela deveria ter ficado no Kinds Landing.

Ele nem sabia ao certo porque Cersei odiava tanto a garota. Tinha sido ideia dela o casamento. Ele nem tinha sido consultado, fora somente comunicado que em breve se tornaria um marido para uma completa estranha.

Talvez Cersei pensasse que ele se oporia ou que lutasse contra seu destino, ou que não gostasse da vida que levaria dali em diante. O que ele sabia com certeza era que a sua irmã não imaginaria que ele se apaixonasse por Adara.

O barulho de passos lhe despertou dos devaneios fazendo-o ter uma gota de esperança. Tentou em vão se sentar e chamar pelas pessoas que se aproximavam.

— Mamãe, tem alguém dormindo a beira do rio. – Disse uma voz infantil.

— Não se aproxime querida, provavelmente um bêbado Frey que se perdeu por ai...

— Mas tem sangue.

— O quê? Espere aqui!

Os passos se aproximaram e Jaime percebeu quando
uma mulher de cabelos muito ruivos se aproximou dele e lhe chamou baixinho.

— Senhor? Está me ouvindo?

Ele tentou falar, mas não conseguia.

— Milly chame seu pai urgente, deixe tudo aí e diga que preciso da ajuda dele! Anda garota, agora.

Jaime agradeceu aos deuses antigos e novos que alguém lhe ajudaria.

A mulher lhe deu de beber e lavou seu rosto e seu ferimento fazendo-o soltar grunhidos estrangulados de dor.

— Qual seu nome senhor?

— Lancel. – Respondeu Jaime recuperando as forças e falando o primeiro nome que lhe veio à cabeça.

A mulher assentiu e o ajudou a se encostar em um pedra próxima.

— Está muito ferido Lancel, vamos levá-lo até nossa casa para lhe ajudar.

Jaime queria agradecer, mas não conseguia falar muito. Ele apenas assentiu fechando os olhos e esperando sua ajuda que não tardou a chegar.

O homem também ruivo se aproximou da mulher a passos rápidos e se abaixou perto dos dois.

— O quê isso aqui? – Disse com a voz grave e também curiosa.

— É um soldado Lannister eu acho, olhe o brasão.

— Desde quando conhece brasões mulher?

— Eu cuidei das filhas de Walder Frey, pelo menos boa parte delas. Não sou burra Trent, aprendi umas coisas.

— Vamos leva-lo até o burrico então senhora inteligente.

— Não caçoe de mim Trent ou eu juro q ponho nozes na sua comida e assisto até você inchar e morrer.

Poucos minutos depois Jaime trotava grato ao lado de seu casal salvador para sabe-se lá onde.