Forbidden

O ataque

Agatha e May caminhavam pelas ruas em busca de uma boneca para presentear a prima Lizzy. Não era uma boneca qualquer: ela uma maldita boneca de cabelos pretos e feita de porcelana. Lizzy a viu em um evento que estava acontecendo e queria a boneca mais do que qualquer coisa.

Neste mesmo dia, William chama Ronald Knox e Eric Slingby para fazerem o julgamento de uma alma. Este nome vinha aparecendo na lista da morte muito seguido, então cabia aos dois procurar o causador disso, já que tinha sido determinado que esta alma não deveria morrer. Assim que pegaram a ordem, dirigiam-se ao evento, onde aconteceria a tal morte.

– Ah! Lá vou eu de novo" Ele nunca envia o Grell-senpai para essas coisas!

– Oras, Ronald, pare de resmungar! Grell Sutcliff correria atrás de qualquer coisa, menos do culpado!

– Por essa razão eu tenho que fazer hora extra...

– Anime-se! Logo estaremos de volta e com essa alma em mãos!

Ronald não queria dizer, mas estava se sentindo estranho. O que diabos estava acontecendo?

– Ai, como está longe! – Esbravejava May.

– Mais um pouquinho, irmã, pela Lizzy..

– William disse que a alma deve viver, mas o que tentaria matá-la?

– Ah, aqueles Phantomhive?- Perguntava Ronald.

– Sim, parece ter algo estranho sobre essa família...

– Você exagera, Eric-senpai!

Neste momento Eric vê as irmãs e chuta uma pedra, que cai na cabeça de May. A garota dá uma desculpa qualquer para não ir ao evento e pega o caminho de volta para casa, deixando Agatha. Eric diz ver alguém suspeito e manda Ronald ficar ali enquanto ele perseguiria o estranho.

Ronald, sem o que fazer, seguia a garota até o evento. Ambos estavam cansados da caminhada. Ele sentia-se preocupado com a menina, que parecia estar perdida sem a irmã ao seu lado. Seria ela a alma que estava sendo perseguida?

– O que poderia querer fazer mal à uma jovem tão doce e amável, aparentemente? – Pensava Ronald.

Eric acabou por deixa-lo pensando que a garota que a acompanhava era a culpada pelos incidentes que aconteceriam com aquela alma. Infelizmente ele não viu o rosto e nem o cabelo May, pela mesma estar usando um guarda-sol cor-de-rosa.

Ouve-se o barulho de uma peça pesada de mármore escorregar, e o grito de um senhor que acabara de ver sua peça cair da janela diretamente na cabeça da menina Phantomhive.

Ronald corre na direção de Agatha e atira-se sobre ela, abraçando-a e, consequentemente, rolando no chão com a menina. A peça de mármore atinge o chão e quebra em milhões de pedaços e danifica a calçada. Naquele momento, Ronald para por cima da menina, protegendo-a de qualquer pedacinho da peça que pudesse machucá-la.

A nobre dama encontra-se dominada pela vergonha por conta da forma que podia ver o homem de cabelos estranhos, porém charmosos. Ronald ajuda a menina a se levantar, perguntando se está tudo bem com ela. Agatha respondia ao shinigami enquanto ajeitava as vestes, desajeitadamente.

– Sim, estou bem. E tudo isso graças à voc...

Assim que ergue a cabeça, Agatha fica hipnotizada pelos olhos do shinigami. Não, pelo sorriso. Não, pelo seu jeito de trata-la. Era um sentimento estranho, porém, bom.

Ronald, por sua vez, via-se preso no labirinto azul meia-noite dos olhos de Agatha, contrastando com o cabelo loiro alaranjado. A voz de Alan-senpai lhe ecoava na mente.

"Deixe essa garota surgir para você por conta própria, Ronald."

O Shinigami saía do transe, sacudindo a cabeça de maneira cômica. Na tentativa de fazer graça para esconder a estranha sensação que estava tendo, Ronald coloca a mão na própria nuca e desviava o olhar para o canto médio direito, com um sorriso um tanto sem graça.

– Tome cuidado e não deixe que as peças de mármore estraguem esse belo rosto feito de porcelana...

Agatha não teve tempo de dizer nada, nem de reagir. Eric retornara e seu salvador teria de partir. Ronald beija a mão da dama e parte junto à Eric, tão desligado que quase bate de frente em um poste de luz, o que fez com que Agatha risse um pouco.

Porém, missão é missão. A bela dama comprou a boneca para a prima e voltava para casa, sem tirar da cabeça o homem que a salvou. Que olhos bonitos... Que sensação esquisita...

Chegando a sua casa, descobre que sua irmã havia sido assassinada e que a notícia chegou por um homem que estava por perto. Desesperado ele corre até a mansão. Agatha desata-se a chorar, não conseguia acreditar que teria de viver sem sua irmã ao seu lado. Se aquele maldito homem não a tivesse salvado, ambas encontrar-se-iam no outro mundo.

Em meio a todas essas lágrimas, Agatha tenta contar ao tio, Vincent, o que aconteceu. O tio olha primeiramente com um olhar de desespero, mas em seguida mostra compreender a garota. Edward sentia-se traído e abandonado, acreditando que a noiva o traíra com outro homem. Ele a amava mais do que qualquer coisa.

Todos concordaram em não tornar essa tragédia pública. Robert Phantomhive decide ficcionar o desaparecimento de May, dizendo que a mesma acabara por entrar em um convento.

A vida de Ronald passou a ser voltada para a busca eterna pela garota loira, mas nunca a encontrou. Anos depois, descobriu que ela também desparecera, um ano após o ocorrido. Nenhum Shinigami encontrou a sua alma.

Esse foi o estopim para a maldição da Família Phantomhive. Um incêndio na mansão mata Vincent, Rachel e Robert Phantomhive. Ciel foi misteriosamente capturado e reaparece depois de um bom tempo ao acompanhado de um misterioso mordomo.

Quando o regresso de Ciel se sucede, uma garota, uma das gêmeas, tem dois anos de ingresso na Sociedade Despachante de Shinigamis. Diferente de qualquer uma das duas, ela é sarcástica, cruel. Tanto que, de todos os shinigamis que trabalham no recolhimento de almas, ela é a única mulher. Seu nome é desconhecido pela maioria, mas sabe-se que ela atende por "Phantomhive"; apenas William T. Spears e Eric Slingby sabem seu nome. Ronald tem certeza de que é a garota que ele salvou e cai aos pés dela, mentalmente.