Forbidden

Pesadelos

A primeira noite Ronald na mansão Phantomhive foi perturbadora. O garoto passou a noite inteira tendo milhares de pesadelos, todos com um mesmo tema: sua garota afastando-se. Alguns eram curtos, onde ele a via gargalhar e ir embora com atitudes sarcásticas; outros eram apenas a garota afastando-se rapidamente enquanto ele tentava alcançá-la.

Cada pesadelo era um motivo para que Ronald acordasse e trocasse de posição na cama. Os pesadelos pareciam não ter fim. Cada vez que Ronald acordava, temia dormir novamente e ter outro pesadelo. Por outro lado, Grell estava destapado, agarrado nas cobertas, chamando por Sebastian a noite inteira. A julgar pelo que via, Ronald deduzia que o ruivo estava tendo um sonho e tanto.

Por pouco o shinigami mais novo não viu o Sol nascer. O cansaço tomava conta do corpo deste e acabava por desmaiar. Só acordaria horas depois, quando o mordomo da casa se encarregava de chama-los para o café da manhã.

A mesa estava cheia. Toda a família e os shinigamis estavam servidos devidamente pelo mordomo da casa. Após o café, os Middlefords despediram-se do Conde Phantomhive e partiram para seu lar, ainda preocupados com a garota que desaparecera novamente.

Finalmente quando os quatro estavam sozinhos os dois shinigamis explicam toda a situação. Sebastian segura o riso no último segundo, fazendo com que Grell e Ronald se olhem, desconfiados. Ciel tem um momento de dúvida, Sebastian lhe deu pequenos motivos para suspeitar que ele houvesse algum envolvimento com a captura de almas. Contudo eram míseros motivos, o Conde logo desconsiderou a possibilidade de seu demônio ter lhe traído.

Os shinigamis ainda não acreditavam na inocência de Sebastian. Mesmo que os motivos que Ciel tivesse eram mínimos, um demônio é um demônio. Para eles não há na melhor que alguns minutos de vantagem para agir e comer algumas almas.

– Aparentemente teremos que ficar aqui por um bom tempo – Esbravejou Ronald.

– Oh! Quanto mais tempo eu passar com o meu Sebas-chan, mais alegremente meu coração vai bater. Eu espero que tenhamos de ficar aqui para sempre, assim nunca mais vamos nos separar, meu Sebas-chan!

– Controle-se, senpai!

Enquanto isso, a prima de Ciel estava em algum lugar longínquo, acompanhada de seu cavalo. Estava assustada, pensando que, se voltasse, iria se casar, se tornar a Marquesa de Middleford. Se continuasse ali, não veria mais as pessoas que tanto ama. Ela não seria mais uma nobre. Contudo, ela já não se sentia uma pertencente da nobreza há um tempo.

– Foi por isso que fugi. Eles ficarão bem sem mim.

Para a alegria da garota, um temporal estava se formando, logo ela teria de arrumar um abrigo. Infelizmente o meio do nada era um péssimo lugar para achar um abrigo. Ela trabalhou um pouco e improvisou uma tenda para abrigar seu cavalo e proteger-se da chuva. A garota priorizou tanto a proteção do cavalo que acabou passando a noite na chuva e no temporal.

O primo ficou um tanto preocupado, sendo que já estava com a sua paciência no limite, aguentando os dois shinigamis irritantes lhe questionando milhares de coisas e seu mordomo com várias ironias em suas falas. Com certeza Sebastian sabia de alguma coisa e não falava.

Os Middleford também estavam preocupados com a garota, em especial, Edward. Sua noiva havia desaparecido novamente, logo agora que estava tudo certo e eles iriam finalmente se casar. Lizzy só pensavam em como ela estaria agora, onde estaria, e como Ciel estava reagindo perante o acontecido.

Em Londres, podíamos ver vários shinigamis em trabalho de coleta. Aparentemente a maioria vigiava, caso o demônio resolvesse aparecer para levar algumas almas para seu almoço. Eric e Alan estavam com a pior das tarefas: tinham de cuidar dos casos mais importantes. O grande problema desses casos, é que eram de mortes em massa, aconteciam em lugares extremamente distantes e simultaneamente.