Alma de Vitral

Compromisso Tardio

Esme nunca deixaria de surpreender como tal tortura auto-infligida e tantos meses de agonia confusa poderiam levar a tal triunfo no final. Ela ainda estava incrédula quando se lembrou de como havia chegado tão longe. Cada lugar que ela visitou, cada pessoa com quem falou, cada sonho que ela teve e cada objeto que ela tocou desempenhou um papel no cenário cuidadosamente construído para esta confissão final. E agora aqui estava ela, com o mesmo homem por quem seu coração ansiava desde que ela o viu pela primeira vez. O mundo era apenas um belo casulo verde ao redor deles agora, e eles estavam seguros juntos dentro dele, sabendo que ambos nasceram para ser um. As correntes do mundo tinham tentado desesperadamente o tempo todo forçá-los a ficarem juntos, e quando eles finalmente confessaram seu amor um pelo outro,

Houve momentos em que Esme acreditava que ela não merecia Carlisle, mas sua alegria agora era muito avassaladora para sustentar essa crença. Carlisle era um bom homem com um coração forte e uma alma ainda mais forte. Se ele estava agradecendo aos céus repetidas vezes por tê- la em seus braços, então não poderia haver dúvida em sua mente de que ela estava no lugar certo.

Enquanto eles permaneceram presos em um abraço sem fim no lago, o sol varreu o céu e as horas passaram como segundos. Eles falavam apenas quando não estavam se beijando e, portanto, apenas algumas palavras foram trocadas.

O início da noite os viu caminhando vagarosamente pelo lago, de volta à terra firme. Eles andavam de mãos dadas e, se fossem humanos, mal conseguiriam ficar em pé com a força de suas risadas. Se eles tivessem se importado em olhar de perto a mansão acima da colina, eles teriam visto que estavam sendo vigiados.

O sorriso de Edward cresceu relutantemente mais largo enquanto ele esperava a chegada do casal vertiginoso. Eles demoraram a voltar para casa, e ele se perguntou se eles se lembravam de que ele havia voltado da aula havia quase uma hora. Ele não ficou surpreso ao vê-los ensopados e sem fôlego de alegria. Pelos olhares em seus rostos e seus gestos flagrantes de afeto, ele podia adivinhar precisamente o que havia perdido enquanto esteve fora naquele dia.

Esme foi a primeira a notar o olhar observador de Edward de longe. Seus braços estavam cruzados enquanto ele se encostava na parede dos fundos da casa, parecendo tão contente quanto ele estava se divertindo com a exibição deles. Esme se consolou em saber que ele poderia ler seus pensamentos e saber exatamente como e onde a proposta de Carlisle tinha acontecido. A presença de Edward inspirou Esme a correr mais rápido em direção a casa, e Carlisle imediatamente acelerou o passo para alcançá-la.

Antes que ela pudesse alcançar os degraus da varanda, os braços de Carlisle a envolveram por trás, puxando-a para trás e levantando-a do chão. Em um ataque de riso despreocupado, ela viu como seus pés se separaram do concreto, navegando centímetros acima dos quatro degraus rasos para pousar na varanda.

Edward os cumprimentou com um sorriso conhecedor. "Demorou bastante."

A risada de Esme suavizou com um suspiro quando Carlisle a virou rapidamente em seus braços para encará-lo. Ele olhou para ela em adoração, seus olhos cheios de estrelas por ela, enquanto as palavras de Edward pareciam ecoar no fundo de sua mente.

"Carlisle", disse Edward.

Em vez de responder ao seu nome, Carlisle se abaixou e plantou seus lábios nos de Esme.

Esme mal ouviu o gemido de Edward quando Carlisle a beijou sem sentido. Ela achou que era pouco cavalheiresco ele ignorar o filho, mas decidiu que estava feliz demais para se importar naquele momento.