Capítulo 5

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- Eu não quero ir para Outer Banks, se você me pedir para ficar, eu fico - ele se afasta um pouco.


- Eu nunca vou pedir isso - fico um pouco triste quando ele fala isso porque eu achei que ele ia lutar por mim - Não quero que estrague sua vida por causa de um namoro.

- Para de falar como se não se importasse comigo ou com.. - aponto para nós dois - nosso relacionamento.

- Eu me importo, me importo muito - ele segura meu rosto rosto cuidadosamente - É por isso que eu estou te pedindo para ir. Nós não vamos nos separar, eu juro. Podemos manter nosso namoro a distância.

- Não é a mesma coisa - faço uma careta segurando os braços dele - Por favor, me pede pra ficar.

- Amor, sua família precisa de você - ele me puxa para sentar na cama dele então eu sento - Você não pode abandoná-los.

- Promete que vai me ligar sempre? -pergunto triste e ele balança a cabeça positivamente. - E me visitar também?

- Eu vou - ele me abraça então eu sorrio sem mostrar os dentes - Se eu pudesse, eu ia morar com vocês também. Mas eu não posso deixar meus pais aqui, eles precisam de mim, você entende?

- Claro, não precisa se preocupar, querido. - respondo e nós dois deitamos na cama. É tão triste saber que eu vou ficar longe dos braços dele, os braços que eu sou tão acostumada a ficar.

....

Acordo com o Pedro me fazendo cócegas então empurro ele com raiva, queria acordar tarde.

- Anda, quero aproveitar cada minuto do dia com você - ele se levanta animado. Eu não entendo como ele consegue ser tão animado as sete da manhã.

- Para - puxo a coberta mas ele puxa de volta - Você é insuportável, sabia?

- Vem, você precisa ir pedir a transferência na escola - ele sai do quarto e provavelmente vai para a cozinha. Me arrasto até o banheiro e faço minhas higienes matinais.

Vou até a cozinha e pego um pedaço de torta que está na mesa. Os pais do Pedro saíram então estamos sozinhos.

- Vem logo - Ele segura minha mão e me puxa. Saímos da casa dele e fomos até a escola, chegando lá encontramos a minha mãe que já está me esperando, não acredito que o Pedro resolveu isso pra mim.

- Olá, Sandra - Pedro fala com minha mãe e ela o abraça. A relação deles são lindas, minha mãe sempre aprovou meu namoro com ele, na verdade, acho que ela queria até que eu me casasse depois da escola.

- Olá, querido. Vou resolver esse negócio da transferência logo - ela diz indo até a sala da diretora.

- Kat, vou sentir saudades - vejo a dona Márcia e me levanto indo até ela. Dou um abraço apertado e depois faço uma careta.

- Foi de última hora.. Mas eu prometo que vou voltar pra visitar vocês - digo e minha mãe acena me chamando para ir até a sala da diretora.

- Eu sei que vai. Nós vamos estar esperando - dona Márcia diz e beija o topo da minha cabeça. Sorrio educadamente e vou até a diretora.

Saímos da escola, eu queria sair da escola porque não gosto de estudar, mas não foi assim que eu imaginei. Pedindo transferência para ir estudar em uma escola em Outer Banks.

-Dona Sandra, vou roubar a Kat o dia inteiro hoje, tudo bem? - Pedro pergunta enquanto andamos pela rua agitada do centro.

- Vocês já vivem juntos o tempo todo mesmo - minha mãe diz observando o preço das coisas. Rimos acenamos e nos afastamos dela. - Volta cedo.

- Desculpa - digo quando bato nas pessoas sem querer já que o Pedro está me puxando e estamos correndo pela feira movimentada. - Pedro, as pessoas vão brigar com nós.

- Não me importo - ele diz rindo e finalmente chegamos na areia da praia. A feira fica ao lado da praia.

- Vamos entrar - entramos com roupa e tudo mesmo dentro do mar. Solto uma risada quando o Pedro tropeça dentro da água - Você é muito lerdo mesmo.

- Talvez.. - Ele se aproxima de mim e dá início a um beijo lento - Mas eu te amo.

Jogo água nele que faz uma cara feia. Solto risadas e corremos para a orla para comprar sorvete.

- Quero um de chocolate - peço ao dono da lanchonete que fica na orla da praia.

- Quero um de flocos - Pedro diz e o moço nos entrega. Sentamos na cadeira da lanchonete e ficamos nos encarando, é bom ficar assim com ele, mesmo em silêncio, não fica desconfortável. Sorrio de lado enquanto tomo meu sorvete. Estou tentando ignorar o fato de que esse horário eu vou estar longe amanhã.

Pagamos os sorvetes e fomos até o campo de futebol, mesmo estando molhados. Tem alguns colegas e conhecidos nossos da escola então começamos a jogar.

- Passa a bola pra mim -peço para o Pedro que manda a bola em minha direção. Chuto na barra e finalmente faço um gol, vou correndo para os braços dele sorrindo e levantando a mão comemorando, assim como nosso time que está fazendo barulho.

Saímos do campo e fomos para a casa do Pedro. Tomamos banho e chamamos a Luna para dormir aqui com a gente para fazer karaokê.

- Minha voz é a melhor -digo cantando a música do Elvis Presley. Luna cantou uma música da Taylor Swift e o Pedro cantou uma música brasileira. Depois começamos a dançar.

- Tem espaço para mais dois aqui? - o senhor Luís pergunta já entrando ao lado da dona Cora. Solto uma risada e começamos a dançar ao som de Elvis Presley.

Let's rock, everybody, let's rock
Everybody in the whole cell block
Was dancin' to the Jailhouse Rock
(Vamos balançar, todos, vamos balançar
Todo mundo no pavilhão inteiro
Estava dançando o Rock do Presídio)

A luz está piscando no quarto do Pedro, como se estivéssemos em uma balada. A ficha ainda não caiu que eu vou perder tudo isso, paro um pouco e fico observando todos eles dançando e cantando. Sorrio sem mostrar os dentes e o Pedro me abraça de lado, viro meu rosto para ele e no momento que nossos olhos se encontram, eu tenho a certeza de que vou me lembrar desses momentos para o resto da minha vida. Eu vou me separar deles fisicamente, mas na minha memória esses pequenos momentos vão sempre ficar guardados em um lugar especial. Porque são esses momentos com as pessoas que amamos, que fazem a vida valer a pena.

Contramão - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora