O som grave do motor roncando,
faz o sangue ferver,
com a chama fria e azul
que aumenta no ponteiro.Eu pularia se pudesse.
O vidro estilhaçaria feito penas
e eu estaria plantada no asfalto,
regada a sangue.O velocímetro sobe feito montanha-russa
e eu só vejo os olhos doentios
pelo espelho ofuscado pelo sol.As lágrimas voam com o vento
e eu viro atenção ao feixe de luz do dia,
que me banha e diz boa noite