*Alexander ON*
O medo corroía-me por dentro. Aquela escuridão, o medo do desconhecido. O medo de não voltar para a Anna e para a minha mãe... E a Melissa, a rapariga dos meus sonhos... Medo de morrer sem dizer à Anna que a amava apesar de tudo; de pedir desculpas sinceras à minha mãe por toda a porcaria que fizera; de nunca chegar a convidar a Melissa para sair, mesmo podendo ser gozado...
Nada. Palavra interessante. A mais simples denominação com o mais complexo significado. Esse nada que ouvia e via monotonamente desde o dia anterior.
Apenas me lembrava de estar quase a enviar uma mensagem a Anna por causa dos barulhos que estava a ouvir no andar de baixo. Depois ouvi passos a subir as escadas...
*Flashback ON*
Eu- Anna? És tu? Mãe?- chamei na vaga esperança de uma resposta, mas quem quer que fosse que estava a subir as escadas recebera uma chamada. Atendeu e percebi pela sua voz grossa que era um homem.
Xx- Acho que o puto está em casa!- gritou ao telemóvel- Prometeste que eu só tinha de desarrumar um pouco e que não ia estar cá ninguém!
Xx- O quê? Levo o puto? Tens a certeza?
Engoli em seco e continuei a escrever a mensagem teclando à velocidade da luz. Depois disso o homem encapuçado entrou no meu quarto de rompante e deu-me uma pancada na cabeça ainda antes de ter conseguido enviar a mensagem.
*Flashback OFF*
Subitamente, uma voz estranhamente familiar falou.
Xxx- Bom trabalho.
Devia ser o chefe, pois estava a agradecer ao homem que me raptara.
Xx- Pois, obrigado- agradeceu o meu raptor. Reconhecia a sua voz da chamada que fizera antes de me fazer perder os sentidos.-mas teria corrido melhor seu o raio do fedelho não lá estivesse. Que lhe vai fazer agora?
Pela diferença de vozes, percebi que o "chefe" de via ser o mais novo.
Xx- Isso não te interessa a ti, Roberto. Está aqui o pagamento, como planeado. Não fales disto a ninguém, senão é do teu rapto que as pessoas vão falar. Desaparece-me da vista.
O "raptor" não disse mais nada, apenas se afastou, pois ouvi os seus passos pesados cada vez mais longe. Enquanto isso, o "chefe" aproximara-se de mim pois, apesar de estar vendado, conseguia sentir o seu bafo a menta na minha face e sua voz vagamente familiar ressoou-me nos ouvidos enquanto o meu coração batia a mil.
Xx- Sei que já estás acordado, puto. Sei que ouviste, mas não faz mal...temos muito tempo oara nos tornarmos amigos...
*Alexander OFF*
*Anna ON*
Tom- Hey!- murmurou- Acorda, o pequeno-almoço está pronto...
Tinha as costas doridas. Aliás, eu estava toda dorida. Dormir num saco cama no quarto de alguém que conhecera à uma semana ou menos não estava propriamente na minha lista de coisas que adoraria fazer.
Espreguicei-me lentamente, para dar a entender que precisava de algum tempo para mim. Tom percebeu e saiu do quarto encostando a porta, mas antes desejou-me um "bom dia".
Levantei-me e fiz alguns alongamentos para aliviar a dor das costas, coisa que não deu resultado. Fiz uma nota mental: nunca mais dormir num saco cama sem um colchão por baixo. Vesti umas leggins cinzentas claras e uma t-shirt branca lisa, porque não estava a pensar sair, pelo menos de manhã. Penteei-me e fiz a minha higiene. Depois desci e deparei-me com Tom sentado à mesa, ainda à minha espera para começar a comer. Ele tinha-me feito umas panquecas com doce de morango e um leite com chocolate. Mmh... adorava leite com chocolate e panquecas. Já que eu cozinhava horrivelmente (ele ainda não sabia disso) até que vinha a calhar. Melhor pequeno-almoço de sempre!!
Tom- Hoje é a minha entrevista- disse com a boca cheia.
Eu- É agora de manhã?-perguntei bebendo um gole de leite.
Tom- Sim. Saio daqui a bocado.-respondeu.
Eu- Boa sorte, então. Que corra melhor que a minha. E já agora, cozinhas mesmo bem!-elogiei.
Tom- Oh, obrigado, mas não era para me desejares sorte porque também vais.
Tentei não me engasgar, mas não deu resultado, pois comecei a tossir compulsivamente para tentar expulsar o pedaço de panqueca que estava no canal errado e me impedia de respirar.
Tom deu-me umas pancadinhas nas costas e rapidamente me acalmei. Bebi mais um gole de leite e afirmei:
Eu- Eu não vou. Desculpa, mas tenho de ir a casa buscar o resto das coisas e tenho de ver se arranjo um trabalho em part-time porque não é simpático dar trabalho à tua mãe e não contribuir.-desculpei-me.
Ele abriu a boca, mas hesitou como que procurando um argumento suficientemente forte para me fazer mudar de ideias.
Tom- Aaaah... podes fazer isso depois. Logo à tarde até posso ir contigo buscar as tuas coisas.
Depois fez uma carinha de cachorrinho abandonado e um beicinho irresistivelmente fofo. Até aquele piercing o fazia mais encantador.
Sorri para dizer que podia ser e ele rapidamente se recompôs e soltou um "yes!". De súbito ficou muito sério, olhou-me nos olhos e disse muito calmamente.
Tom- Eu vou a conduzir...- e soltou uma gargalhada.
Também me comecei a rir da piada mais estúpida de sempre ( se é que era uma piada), mas só porque o seu riso era maravilhosamente contagiante.
Fiz uma segunda nota mental: tenho de rir das piadas do Tom porque isso faz os olhos dele brilharem... O quê? Calma! Eu mal o conhecia...quer dizer, de certeza que NÃO me estava a apaixonar...
HEY HEY HEY!!!
Desculpem estar curto... Decidi mudar um pouco as coisas e escrever do ponto de vista do Alex para poderem começar a perceber o que realmente se passou e como ele está. ^^ Obrigada por lerem e votarem. Se puderem partilhem :) Acreditem ou não, esta história está a chegar mais longe do que pensei e agora só espero que não pare. Mas sabem? É tudo porque vocês não desistem de ler este pedaço de mim que decido partilhar, esta vaga noção do que gosto de fazer e de como o faço. Escrever é uma paixão que tenho desde a escola primária e agradeço que possam subir as minhas espetativas para mim própria e para as minhas capacidades. Não é algo que faço por obrigação, é algo que vem do fundo, por isso, se acharem que algum capítulo não está tão bom, peço que compreendam que nem todos temos dias bons. Com tanto feedback que tenho tido até parece mal eu pedir desculpa porque deveria dar sempre o máximo, e tento, mas pronto.
OBRIGADA E CONTINUEM COM OS VOSSOS SONHOS, TAL COMO EU FAÇO ;)
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Against each other
Teen Fiction" -Nem sempre a primeira escolha é a melhor. O coração só nos deixa pensar corretamente depois de ter a certeza que temos de escolher usando a cabeça, ou seja, depois de cometermos o erro que estávamos a tentar prevenir. -Pois, foi assim que aqui...