Capítulo 8

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Eu- Não sei... Acho que foi raptado...-tentei explicar envergonhada.

Mãe- Anna, isto não está a ter piada nenhuma! Onde está o teu irmão?!

Eu- Mãe, ele foi raptado!

Mãe- Só podes estar a brincar comigo! 

        A minha mãe começava agora a gritar comigo.

Mãe- Onde é que ele está? Podes parar de encobri-lo!-ordenou-me.

Eu- Não o estou a encobrir! Toma! Vê!-gritei já passada.

        Mostrei-lhe o telemóvel com a mensagem que ele não chegara a enviar. Ela leu incrédula e começou a chorar. Depois voltou a gritar comigo como não fazia há muito tempo.

Mãe- A responsabilidade de tomar conta dele é tua!

Eu- Mas mãe, eu estava no...

Mãe- Nem mas nem meio mas! Já és maior de idade, devias ser no mínimo responsável!

Eu- Mas eu sou responsável...-murmurei baixando a cabeça.

        Conseguia agora ver o ódio nos seus olhos. Mas a culpa não era minha...

Mãe- Se te achas responsável então sai da minha casa e toma conta de ti própria!

 Eu- Mãe, tem calma...

        Ela olhou-me com desprezo e deu-me uma estalada.

Mãe- Arruma as tuas coisas e sai!-gritou friamente.

        Baixei a cabeça e subi as escadas até ao meu quarto a chorar.

Mãe- E não te demores.

        Peguei em duas malas de viagem e comecei a colocar roupa e outros objetos pessoais. Apenas as coisas mais importantes. No dia seguinte viria buscar o resto.

         As lágrimas escorriam-me pela cara. A minha mãe tinha acabado de me expulsar de casa... Como iria pagar as propinas se entrasse na universidade?

        Desci as escadas com as malas e abri a porta da frente. Olhei uma última vez para a sala ainda toda desarrumada. Respirei fundo e saí. Só aí me lembrei que não tinha local para passar a noite: Emily ainda estava em coma e Ashton andava demasiado "ocupado". Nunca fui popular. Eles eram as únicas pessoas em quem podia realmente confiar, os meus verdadeiros amigos...

        Espera!! O Tom... quer dizer, ele tinha saído de minha casa há pouco, mas a mãe dele é super simpática e eu estava super necessitada.

        Apressei-me a pôr as malas no carro e entrar. Conduzi até ao outro lado da cidade e estacionei no passeio em frente à casa do rapaz loiro.

        Aproximei-me da porta principal e estava quase a bater quando ouvi passos atrás de mim.

 Tom- Anna?-estranhou ele.

         Virei-me e vi Tom. Apesar da pouca luz da noite, os seus olhos azuis mostraram que estivera a chorar.

Eu- Estiveste a chorar?

        Baixou a cabeça uns instantes, mas depois voltou a encarar-me.

Tom- Tu também... E que fazes aqui? De certeza que não me vens visitar às 21:00... digo eu...-desculpou-se.

Eu- Pois...

Tom- Vais contar ou...

Eu- Humm... Sim, mas aqui fora está a ficar frio.

Against each otherOnde histórias criam vida. Descubra agora