- LAYLA JACKSON TYLER, EU QUERO VOCÊ AQUI EM DOIS MINUTOS OU VOCÊ ESTARÁ BANIDA DA SOCIEDADE PARA SEMPRE, ME ESCUTOU?
Era uma pergunta retórica, claro. Eu estava tão histérica e gritando tão alto que o mundo todo poderia me escutar.
Afinal, eram duas da tarde. Faltavam seis horas para a limusine chegar, eu estava usando meu roupão de seda rosa, com as malas prontas, andando de um lado para o outro. Hilary tinha chegado duas horas atrás, Nicole e Agatha a pouco mais de uma hora. Todas nós estávamos esperando para sermos arrumadas, e, no entanto...
Onde estava Layla?
Desliguei o telefone com força depois de gritar minhas palavras finais, pois a espera estava me matando. E não era uma morte boa. É o tipo de morte que te come por dentro de um jeito bem lento e doloroso. Quero dizer, nós tínhamos um horário para ficarmos prontas, droga!
Eu não era a única nervosa. As outras também estavam uma pilha de nervos, e não importava quanto Martini roubado do meu pai nós estivéssemos tomando, não iríamos nos acalmar até que ela chegasse.
Consultei o relógio. Mais três minutos e Layla Tyler ia morrer. Eu tinha razões que bastassem para querer erradicá-la mesmo. Ela só estava fazendo aumentar os meus motivos.
Dois minutos. Pedacinhos de Layla Tyler iam voar.
- Como ela pode ser tão irresponsável? – Hilary grunhiu, de algum lugar atrás de mim.
- Nunca devíamos ter confiado nela! – Nicole exclamou, bufando. Agatha fez um muxoxo.
- Acho que nós estamos... – começou a dizer, mas a frase morreu na metade quando Layla irrompeu pela porta do quarto, nos dando um susto.
E bem a tempo. Faltavam só cinqüenta segundos para a sua morte iminente.
Layla trazia nos braços uma porção inacreditável de coisas. Apesar de eu ter secador de cabelo, chapinha e tudo o que se pudesse imaginar para cabelo e maquiagem, ela tinha sido teimosa o bastante – ou burra o suficiente – para trazer as próprias coisas. Estava suada e parecia exausta.
- Pegar ônibus com essas coisas é uma porcaria! – ela disse, colocando tudo no chão. Preferi nem responder. Ela sabia que eu pensava que ela era estúpida demais por ter trazido aquilo tudo.
- Tudo bem, quem vai começar? – indagou então, e nós nos entreolhamos. Por fim, fui até meu guarda-roupa, peguei uma toalha e joguei para ela.
- Você vai começar tomando um bom banho! – decidi – Não vai encostar em nenhuma de nós parecendo uma porca. – apontei para a porta atrás de mim, à minha esquerda – O banheiro é logo ali.
Layla rolou os olhos e bufou, mas concordou. Estava a meio caminho do banheiro quando virou para trás e disse:
- Mas eu não tenho roupas limpas.
Olhei-a de cima a baixo, tentando não parecer enojada. Porque eu estava. Ela é minha meia-irmã e tudo, mas pra mim sempre será Layla Tyler. Esse é o tipo de primeira impressão que não muda nunca!
- Eu acho que eu tenho algo que possa te servir. – respondi.
Foi o bastante para deixá-la em êxtase com a idéia de tomar banho.
Layla demorou incríveis e vagarosos dez minutos para tomar banho e vestir-se com uma calça velha de ginástica que eu tinha e uma blusinha Armani com a cor desgastada que eu geralmente usava pra dormir. Parecia bom pra ela. Embora, devo acrescentar, minhas roupas parecessem ter o dobro do tamanho vestidas nela do que pareciam ter em mim.
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Dez Coisas - O diário de uma patricinha
Teen FictionDez Coisas que Não Podem faltar na vida de Melody Schreiber: 1) Festas 2) Popularidade 3) Problemas 4) As suas inseparáveis amigas "Sereias" 5) Muitas e muitas listas 6) Pessoas pra pisotear 7) Caras pra conquistar 8) Um cartão de crédito 9) Um diár...