Amortentina

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Acordei no outro dia assustada com o despertador e dei um pulo da cama ao notar que ele estava tocando a 15 minutos.

- LEVANTA PARKINSON, ESTAMOS ATRASADAS LOGO NO PRIMEIRO DIA. -  Gritei para a morena que se sentou com tudo na cama.

- Você ainda vai me matar do coração qualquer dia. – Pansy diz colocando a mão no peito tentando se recompor do susto. Fiz uma careta para ele e comecei a me vestir.

Coloquei meu uniforme, procurei minha varinha pelo quarto e em 10min já estávamos descendo para o grande salão. Acho que foi nosso recorde!

- O ladrão de poção antiressaca ataca novamente? – Pansy diz se sentando em frente de Blaise, vendo que ele estava muito bem levando em consideração o tanto que ele bebeu na noite anterior.

- O ladrão de poção não sabia nem o nome dele ontem. Tive que ir eu mesmo na sala da Madame Ponfrey e pegar. Pelo menos Potter me emprestou sua capa. – Draco responde nitidamente irritado pelo trabalho que seu amigo deu.

- E esse foi o Malfoy dizendo que sua vida sem mim não teria a mínima graça! – Zabini brinca nos fazendo rir

Comemos nosso café da manhã e fomos para a aula de DCAT que seria ministrada pelo Snape. Eu ainda não o tinha visto desde que cheguei e foi suficiente para me deixar suando de nervoso. Desde que ele se tornou um comensal da morte minha mãe o mandou embora de casa na tentativa de protegê-lo, já que ela era Ministra da Magia. Já faz dois anos e desde então nos afastamos, nos vemos nos corredores e vez ou outra ele pergunta como eu estou.

- Você está bem? – Draco me questiona já sabendo de todo o meu histórico com o meu pai.

- Digamos que se você ainda estivesse com a capa do Harry eu com certeza já estaria enrolada nela. – Respondo exalando nervosismo.

- Ei – O loiro me para à alguns passos da porta da sala – Serão só algumas horas e depois você estará livre pelo resto da semana.

Eu dou um sorriso e concordo com a cabeça. Entrei na sala e me sentei em uma das últimas mesas, observando o movimento das pessoas que entravam e escolhiam seus lugares. Sem nem perceber meus olhos se encontraram com os dele, Mattheo Riddle. O moreno estava entrando e se sentou na única cadeira vazia da sala, logo atrás de mim. Respirei fundo e tentei manter minha postura, eu já estava nervosa o suficiente, não precisava de mais essa.
Snape entrou com a sua capa esvoaçante, fechando todas as janelas e as portas com a sua varinha.

- Abram o livro na página 84 – Ele diz se virando para nós ao chegar em sua mesa. Ele passou os olhos por toda a sala e parou em mim. – Que bom que estão de volta. – Falou sem tirar os olhos de mim e ainda com o tom de voz ríspido.

Desviei meu olhar e abri meu livro com o auxílio da minha varinha. Eu sabia que ele ainda se importava comigo, mas ele me destruiu quando escondeu de mim que havia se tornado um comensal. Ele foi embora sem mais nem menos e eu fiquei à deriva desse mar de incertezas tentando entender o porquê.

A aula prosseguiu normalmente e fomos dispensados. Snape foi o primeiro a sair. Fiquei sentada por um tempo esperando que todos saíssem, eu só precisava de um tempo, mesmo que mínimo, sozinha.

- Vamos, meu bem? – Blaise me chama

- Podem ir na frente, eu já vou. – Eu respondo com um sorrisinho

Todos saem e por um momento eu fico ali, apreciando aquele silêncio que eu tanto precisava, digerindo a presença do meu pai que estava lá a pouco tempo atrás. Finalmente me levantei, peguei meus livros de cima da mesa e me dirigi até a porta. Quando estava quase do lado de fora da sala me choquei com alguém fazendo com que todos os meus livros caíssem. Me abaixei rapidamente para pegá-los e só notei em quem eu tinha esbarrado quando vi seus cachos caídos em sua testa quando ele se abaixou para me ajudar. Eu não tinha um espelho na minha frente, mas nem precisava de um para saber que eu já estava vermelha de vergonha.

- Eu estou começando a achar que esses encontros são propositais. – Ele diz em um tom malicioso, sorrindo de canto e se levantando do chão.

- E eu estou começando a achar que você está me perseguindo.  – Digo tentando não transparecer o quanto estou desconsertada de vergonha

- Talvez... ou talvez eu apenas tenha esquecido meu caderno. – Ele rebate e eu coro ainda mais. Ele passa por mim sorrindo e entra na sala.

A única coisa que eu queria nesse momento é me obliviar para que eu não lembrasse desse fatídico constrangimento que eu acabei de passar. Merlin, por que é que esse garoto mexe tanto comigo?

Fui embora dali antes que ele saísse da sala e pude ouvir os passos dele atrás de mim. Me forcei a não olhar para trás e rumei para a próxima aula, que era de Poções.
Entrei e avistei o "trio de ouro" um pouco mais adiante. Fui até eles e os cumprimentei.

- Sobreviveram à festa de ontem? – Perguntei

- Não tenho nada a declarar. – Harry responde me fazendo rir

- Mas eu tenho! Fred está falando de você para mim desde ontem e eu não aguento mais. Será que Abbafiar um irmão seria pecado demais? – Rony diz ficando pensativo e eu noto que na hora que o ruivo começou a falar, Mattheo passou atrás de nós.

- Para de ser bobo, Weasley. Eu não diria que ruivos fazem o meu tipo, mas ele até que é gatinho... – Falo enquanto Ron faz cara de nojo e eu, Harry e Hermione caímos na risada.
Assim que Slughorn entrou na sala a aula se iniciou.

- Para hoje quero que vocês criem uma amortentina. Peguem os livros no fundo da sala e eu formarei suas duplas. – O professor disse esperando que pegássemos nossos livros.

- Granger e Malfoy, Potter e Nott, Blaise e Parkinson, Riddle e Bellini... – Nesse momento eu já não ouvia mais nada do que o professor estava falando. Senti Pansy segurando no meu braço e sussurrando.

- Mais um pouquinho de boca aberta e a baba começa a cair – A morena fala e se diverte com a minha cara de boba.

- Você é insuportável, Parkinson. – Eu respondo tentando ficar séria.

Vi Mattheo caminhando até mim e me mantive estática no meu lugar. Não pronunciamos nenhuma palavra até que Slughorn terminasse de passar as orientações.

O moreno resolveu tomar a frente e começou a poção. Notei que ele colocou presa de cobra no meio dos ingredientes e logo me intrometi.

- Quer apagar quem, Riddle? – Questionei-o

- Como assim?

- Colocamos presa de cobra apenas na poção morto-vivo. – Tirei esse ingrediente do meio dos outros olhando para o garoto. Percebi que o garoto olhava fixamente para a minha boca e resolvi continuar. – Que tal eu preparar os ingredientes e você misturar?

- Você está com medo de eu explodir tudo, senhorita Bellini? – Mattheo pergunta me fazendo rir

- Talvez eu esteja – Respondo fingindo que estou pensativa. – Juro que não é nada pessoal, você não tem cara de ser suicida nem nada do tipo, é só uma questão de segurança. – Eu brinco.

- Tudo bem você venceu, só dessa vez. – O menino responde mordendo o lábio inferior.

Like I've Never Been Broken - Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora