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Nos anos que se passaram, Harry entendeu o que havia acontecido com a ajuda da matrona do orfanato, ele fora abandonado por seus pais. Ele era um menino extremamente doce quando lhe permitiam, e muito quieto, mas dentro de seu peito existia um amargor, que apenas ele conhecia.

Ele tinha cerca de sete aninhos quando sofrera um ataque dos seus colegas mais velhos de orfanato. As crianças tinham inveja por ele ser tão bonito e encantar as pessoas, existia a possibilidade dele ser adotado e os mais velhos não queriam que isso acontecesse.

Ele apanhou tanto que os garotos acharam que ele estava morto, e o deixaram jogado num arbusto no parque que havia em frente ao orfanato.

A matrona considerou ele como desaparecido quando naquela noite ele não voltou do parquinho que sempre brincava, junto dos mais velhos.

Naquela noite, o menino acordou com muitas dores no corpo e tentou voltar para o orfanato, mas se lembrou do que havia acontecido, agarrando-se a sua pelúcia que por algum motivo ele conseguia encolher e carregar ela no bolso, ele chorou.

Harry não queria voltar para o orfanato e não sabia para onde ir.
Assustado, ele andou até a praça no final da rua e se sentou no balanço.

Horas depois, seu estômago começou a roncar, ele andou para mais longe e achou uma cafeteria. Se esgueirando para dentro, ele pensou em um dos cupcakes com chocolate da vitrine, quase pulando de susto quando um levitou até sua mão, ele olhou ao redor e correu para fora, se escondendo em um beco, ele se deliciou com o doce, faminto.

Naquele dia ele percebeu que poderia se virar na rua com a ajuda de seus poderes mágicos, que por algum motivo aparente, eram fortes e faziam exatamente o que ele queria. O menino sorriu pequeno, ele só teria que ter cuidado para não ser pego.

Indo mais fundo no beco, ele achou grandes caixas de papelão empilhadas e fez uma espécie de barraca dentro de uma, ele estava com frio, pois era início de inverno, ele fechou os olhos e desejou muito ter seus cobertores quentinhos, que estava no orfanato, quando abriu os olhos ele encontrou todas as suas coisinhas que haviam vindo com ele no dia que fora deixado, feliz, ele se enrolou no cobertor e quase como magica, ele se sentiu mais aquecido.

De alguma forma, a partir daquele momento, a vida do menino fora mais fácil que ele imaginou, todos os dias ele se esgueirava pelos lugares e furtava as coisas com a ajuda de seus poderes. Ele conseguiu se esconder perfeitamente bem dos ladrões, gangues e pessoas que abusavam das crianças em situações de rua, como ele.

E se alimentava dia sim dia não, era uma vida sofrida mas ele achou que poderia viver daquela forma, muito melhor do que achou que poderia viver no orfanato, onde ele apanhava quase todas as semanas.

Quando ele fez 11 anos, ele percebeu que poderia ir mais além, talvez ganhar algum dinheiro, pois ele estava ouvindo um homem reclamar que precisava de batedores de carteiras, ele pensou que poderia ganhar algum dinheiro fazendo aquilo.

Logicamente ele não se ofereceu para o homem, ele era bom em se esgueirar e quando ele ficou sozinho, ele saiu das sombras em que estava escondido e foi em direção ao centro.

E lá e conseguiu um bom dinheiro.

Ele não ficava com os documentos, ele só pegava o dinheiro e jogava a carteira no chão onde poderia ser vista por alguém que devolveria para o dono. No seu primeiro dia ele conseguiu quase 100 libras, sorrindo feliz dentro de sua caixa de papelão onde ele 'morava', o pequeno guardou parte do dinheiro dentro do seu lobinho de pelúcia e saiu.

E pela primeira vez ele foi em um mercado, vestindo suas melhores roupas, para comprar seu alimento.

No caminho de volta do supermercado, com pães, algumas frutas e uma bebida, ele parou no parque, escondido da vista dos outros, e pôs-se a comer, ele estava faminto, faziam quase dois dias que ele não comia, então aquele pão doce estava delicioso demais.

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