Amor eterno {trecho Três}

5 0 0
                                    


-- Eu preciso perguntar. -- falo, e Jude me olha com atenção.
Respiro fundo, e tomo coragem.
-- Você encontrou alguém? -- pergunto, sem realmente querer ouvir essa resposta.
-- Não. -- fala, e coloca a xícara em cima da mesa de centro.
-- Por que? -- pergunto, e ela ergue os olhos.
-- Tive alguns namorados, cheguei a ficar noiva... mas não deu certo.
Ela suspira, e começa a brincar com o botão da barra de sua camisa.
-- Sabe, quando eu tinha 16 anos, conheci um rapaz... -- diz, olhando-me com seus olhos azuis. -- Ele foi meu primeiro namorado e primeiro amor. Meu primeiro tudo.
Ela ri, e uma lágrima cai de seus olhos. Percebo sua voz começar a ficar trêmula.
-- Na última vez em que vi mamãe, falei para ela que nunca, em tempo algum, alguém voltaria a me amar como ele me amou. -- diz, e se levanta, escondendo o rosto com as mãos.
Jude vira-se de costas para mim. Vejo-a enxugar as lágrimas com o punho da camisa e respirar fundo.
Deixo a xícara em cima da mesa, e me levanto.
-- Ele deve ter te amado muito então. -- digo, atrás dela, e começo a chorar.
Jude se vira, e respira com dificuldades.
Me aproximo e cravo meus olhos nos dela.
-- Encontrei com ele, por acaso. -- rio, segurando o choro. -- Ele mandou dizer que ainda é louco por você.
Jude ri.
-- David... -- chora, e então a abraço.

◆◆◆

-- Voltaram todas. Mas nunca desisti de escrever. -- sorrio, entregando o malote em suas mãos.
Eram as cartas que mandei quando Branca me deu seu primeiro endereço após a mudança de Chicago.
-- Com certeza, pararam no bloqueio do Sr. Keith. -- falo, e ela me acompanha em um sorriso triste.
Jude olha para mim, e percebo que está emocionada
-- Obrigada por não desistir de nós. -- sussurra, e uma lágrima molha sua bochecha.
-- Eu nunca desistiria de você. -- falo, a acaricio seu rosto.
Chego mais perto, e acaricio seus cabelos. Então, vejo outra vez aquilo em seus olhos. Aquela chama.
No momento seguinte, ela está em meus braços, e nos beijamos apaixonadamente. Rimos um para o outro, e ela enche meu rosto de beijos.
Sorrio.
-- Você também me ama. -- afirmo, deslizando os dedos em seu pescoço esguio.
Jude ri, aproximando os lábios dos meus.
-- Sim. Eu o amo. Muito. -- fala, ofegante.
A tomo em meus braços novamente. Desfaço o coque em seus cabelos, e a beijo. Dessa vez, de forma lenta e instigante. Jude inclina a cabeça para trás e beijo seu pescoço. Ela ri, e percebo que sente cócegas.
-- Onde é o quarto? -- sorrio, acariciando seus lábios.
Ela me puxa pela mão e a sigo pelo corredor. Então, ela pára em frente à uma porta fechada, e olha para mim daquele jeito de novo. A empurro contra a peça de madeira marrom, e a beijo. Seguro seu rosto, e enfio minha língua em sua boca. Sinto meu corpo todo acordar.
-- Vem, entra. -- diz, parando o beijo e abrindo a porta.
Jude sorri, e páro diante da porta aberta. Olho para a cama rústica, coberta pela colcha e lençóis brancos.
-- O que foi? -- pergunta, tomando minha mão na sua.
Olho para seus olhos e sorrio.
-- Nada. Eu te amo.
Jude acaricia meu rosto.
-- Também te amo, seu bobo.
Aproximo meu rosto do dela. Abro o primeiro botão de sua camisa. Jude olha para baixo, enquanto começo a dispí-la. Me livro do último botão, e retiro sua camisa. Ela usa uma blusa branca de alças finas por baixo.
-- Io sei estremamente perfetta. -- falo, e sorrimos como dois bobos um para o outro.
Ela começa a desabotoar minha camisa. A retiro, e sinto suas mãos em meus braços. Ela sorri, e corre os dedos delicadamente pelo meu peito.
-- lo mio amato è mio e io sono sua. (4) -- diz, aproximando-se e colando seus lábios nos meus.
A cerco com meus braços, e dou lentos passos até a cama, sem parar de beijá-la. Deito-me sobre ela.
-- Eu te amo demais. -- sorrio, em sua boca.
Beijo seu pescoço. Vejo-a fechar os olhos e sorrir.
-- Eu também, meu amor. Eu também.

◆◆◆

-- Quero que você seja minha mulher. -- digo de supetão, e tiro a caixinha do bolso.
Ela cobre a boca com as mãos.
-- Oh, meu Deus! David! -- ri, de forma nervosa.
Nos sentamos sobre a cama.
-- Qual é, diz logo que sim. -- falo, brincando. -- Quer que eu ajoelhe?
Jude ri, e se recompõe.
-- Não precisa, rs... Eu aceito.
Deslizo a aliança em seu dedo, e ela chora.
-- Sra. Axelrod. -- falo, e ela assente.
Jude sorri.
-- Para sempre.

(4) Em italiano, quer dizer "O meu amado é meu, e eu sou dele."
Ver Cantares de Salomão 6.3.

◆◆◆

-- É o Dodge Challenger do seu pai? -- Jude ri, abrindo a porta do carro.
-- É sim. Uma relíquia, não acha? -- digo, e entro no carro, me posicionando no banco do motorista.
Jude entra e põe o cinto de segurança. Faço o mesmo, e dou a partida no carro.
-- Certo. Um passeio, antes de uma conversa sobre os novos planos. -- sorrio, pegando sua mão.
-- Concordo, rs...

Então, somos Jude e eu novamente, vivendo o nosso amor.
Um amor eterno.
Um amor sem fim.

Nosso Amor Sem FimOnde histórias criam vida. Descubra agora