Então já era sério

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-- Sabe das regras, Jude... -- suspirou o Sr. Keith, olhando para nós.
-- Mas pai... -- sussurrou Jude, apertando minha mão, e trocando um olhar de desespero comigo.
-- Amor, por que não? David é um bom rapaz, e está vindo hoje pedir respeitosamente que o deixemos namorar Jude. Acho que é uma atitude a se considerar. -- sorriu Dona Amanda, olhando em minha direção enquanto acariciava o braço de seu marido.
Eu realmente esperava que ele me considerasse da mesma forma.
Então o Sr. Keith se levantou em silêncio, e andou de um lado para o outro. Todos na sala, esperávamos o seu parecer. Quando ele parou e fixou os olhos em mim, fiquei com medo da resposta que viria pela frente. Arrumei melhor minha camisa de algodão, apertando as mãos de Jude sobre o meu colo.
-- Meu rapaz, venha aqui. -- disse e, de pronto, me levantei do sofá.
Parei em frente a ele, olhando em seus olhos.
Silêncio. Dentro de mim, não conseguia pensar em outra coisa.
"Diga sim, diga sim..."
-- Cuide bem desse tesouro. Porque é o único que eu tenho. -- disse, olhando para Jude, enquanto pousava a mão em meu ombro.
Respirei fundo, aliviado. Não contive o sorriso.
Apertamos as mãos, e recebi do meu então sogro tapinhas nas costas. Julie me abraçou por trás, visivelmente satisfeita.
-- Obrigada, pai... -- a vi sussurrar, antes de abraçá-lo e receber dele um afetuoso beijo na testa.
-- Quem está com fome? -- sorriu Dona Amanda, nos mostrando a mesa de jantar, repleta de pratos visivelmente apetitosos.
Todos nos sentamos à mesa. Jude, ao meu lado.
-- Estou tão feliz... -- disse ela, sorrindo pra mim.
Peguei sua mão por debaixo da mesa.
-- Eu também, meu amor. Eu também.

◆◆◆

-- Vem, sobe na bike, rs... -- disse, pegando seus livros.
-- Mas nada de aventuras perigosas, Ok. -- sorriu, virando-se no quadro da bicicleta e me dando um beijinho.
-- Fica tranquila, vai ser só um passeio mesmo.

◆◆◆

Já haviam se passado oito meses, e quanto mais o tempo passava, maior era meu amor por Jude. Eu não me cansava dela, por nada. Adorava emaranhar os dedos em seus cabelos cor de mel, tocar sua pele macia... E seus lábios, como eu amava beijá-los. Eu olhava nos olhos dela, e não conseguia descrever o que estava sentindo. Era algo muito forte, que me consumia.
Todos os meus pensamentos eram para ela.

Era amor.
Um amor maior que a vida.

◆◆◆

-- Fiz pra você. Pelos nossos dez meses. -- sorriu Jude, me fazendo sentar na grama.
Ela havia preparado um pic nic. No chão, uma toalha vermelha, e por cima, uma cesta com frutas e sanduíches. Ela não esqueceu nem mesmo do suco e do iogurte, rs...
Sorri, olhando pra tudo aquilo.
-- Obrigado, rs... Mas eu tenho fome de outra coisa agora. -- falei, acariciando uma mecha de seu cabelo.
-- Do que, seu assanhado? -- gargalhou, se afastando e dando um tapinha na minha mão.
-- Um beijo, sua boba. -- falei, puxando-a pela cintura.
-- Hum, acho bom mesmo. -- riu, sorrindo pra mim. -- É é só um.
-- Tá bom. Agora, vem. Dá um beijinho aqui, vai. -- pedi, e tive um selinho apenas.
Jude começou a rir.
-- Ah, não, Jude. Assim não, vai. Eu quero mais... -- sorri, dando leves beijos em seu pescoço.
-- Pára, isso faz cócegas. -- gargalhou, me empurrando.
Comecei a fazer cócegas em sua barriga e logo, eu estava sobre ela.
-- Pára, amor, por favor! Tá doendo muito, rs... -- disse, e fiquei admirado em ela ser tão bonita, mesmo descabelada.
-- Só se você me der um beijo. -- sussurrei, acariciando seu rosto. -- Mas eu quero um beijo. Um beijo de verdade.
Ela sorriu, e agarrou minha nuca. Eu só conseguia ver os olhos azuis dela. Jude sempre me ganhava no olhar. Senti um impulso de beijá-la loucamente. Ainda não tinha me sentido assim antes... Então eu a beijei. Colei minha boca à dela, e senti nossas línguas dançando em um ritmo apaixonado. Me senti quente, e senti o corpo de Julie com uma intensidade nunca experimentada antes. Não toquei em nenhuma parte de seu corpo, mas eu imaginava coisas... imaginava a gente fazendo coisas. Descolei nossos lábios, e eu estava ofegante. Eu também havia perdido um pouco, senão todo, o controle do meu corpo.
-- Desculpa. -- disse, saindo de cima dela, e cruzando as pernas, tentando disfarçar o meu estado.
-- Tudo bem. -- falou, constrangida, arrumando os cabelos.
-- Eu te amo, tá. Não quero que duvide disso. Nunca. -- disse, olhando para ela por cima do ombro.
-- Eu também te amo, David. -- falou, sentando-se do meu lado, e arrumando o vestido. -- Não tem que se desculpar.
-- Sei lá o me deu, rs... -- gargalhei, completamente constrangido.
-- Eu sei. -- falou, e não pude deixar de ficar atônito com sua resposta.
Olhei para ela.
Jude sentou em meu colo, e acariciou os meus lábios. Reparei no seu colo perfeito, aquele pescoço esguio...
-- Eu também desejo você, David Axelrod. -- disse, tomando meu rosto em suas mãos. -- Muito.
-- Ah, Jude... -- falei, perdendo totalmente o controle de mim mesmo.
Beijei-a novamente, sem qualquer pudor.
-- Eu te amo demais, Jude. Quero tocar em você. Quero te tocar de um jeito diferente. -- arfei em sua boca, beijando-a de forma mais inescrupulosa.
-- Também quero que você me toque. -- gemeu, enquanto eu explorava seu pescoço e sua orelha com meus lábios.
Jude me beijou novamente, e sorrimos um para o outro, colando nossas testas.
-- Amanhã papai vai dar um jantar, e claro, você está convidado. -- sorriu, tocando meu rosto. -- Depois que todos forem dormir, eu te encontro no sótão. Vou estar te esperando lá.
Respirei fundo, mal acreditando naquilo.
-- Você quer estar comigo, tanto assim?
Jude me olhou como se eu tivesse feito a pergunta mais boba que ela já havia ouvido.
-- É claro que sim.

Nosso Amor Sem FimOnde histórias criam vida. Descubra agora