Noite de céu estrelado

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Naquela noite, seria a primeira vez em que eu realmente ficaria sozinho com Jude. Não totalmente sozinho, afinal, Sam e Branca estariam conosco no cinema, mas era melhor do que os poucos momentos que tínhamos na casa dos Butterfield, sob os olhares do pai dela. Comprei refrigerante e pipoca, e esperamos o filme começar. Acho que era Romeu e Julieta, essas histórias água com açúcar em que alguém sempre morre no final. Sam sempre me disse que as mulheres adoravam coisas desse tipo.
-- Pipoca? -- perguntei, lhe passando o copo de refrigerante.
-- Ah, obrigada.

O filme começou e Jude parecia bem concentrada. Eu não entendi quase nada do filme, até porque não conseguia parar de pensar em como seria beijá-la, e se ela queria que eu a beijasse. Olhei para trás para ver o porquê de Sam estar fazendo tanta algazarra no banco de trás. Pelo visto, eu era o único a ainda pensar demais em beijar e no final das contas, ficar só pensando.

◆◆◆

-- Você gostou do filme? -- perguntou Jude, me trazendo de volta dos meus pensamentos.
Já havíamos deixado Branca em casa, e Sam colocava o Maverick 1979 vermelho de seu pai na garagem.
-- Ah, eu? Sinceramente, nem prestei atenção nele. -- respondi, caminhando em direção à porta da frente de sua casa e me sentando nos degraus da frente.
Jude riu.
-- Por que? -- falou, se aproximando e sentando-se ao meu lado.
-- Eu estava pensando em outra coisa. Numa garota. -- falei, arqueando uma sobrancelha.
Jude fingiu surpresa. Ela estaria com ciúme?
-- Ah, uma garota... -- sussurrou, olhando para o outro lado.
-- É, eu realmente não sei como chegar nela. -- falei, fingindo estar contando um segredo.
-- Bom, eu acho que já vou entrar, tá bom? -- disse, levantando-se.
Segurei sua mão.
-- Espera, você vai sair assim, sem nem me ajudar?
Jude parou e se voltou pra mim.
-- Qual o seu problema, hein? -- gritou, dando um tapa em minha mão e se afastando.
-- O que? O que foi que eu fiz? -- sorri, me satisfazendo com sua reação. Sim, ela estava com ciúmes.
Levantei-me e a olhei nos olhos.
-- Você me convida pra sair, fizemos tudo isso sem a permissão do meu pai... e tudo aquilo, e aqueles olhares... para agora você vir me falar de outra garota!
-- Espera Jude. -- pedi, segurando seu braço.
-- Me solta, David. Tá pensando que vai zoar da minha cara? Eu não sou criança não, tá?! -- chorou, se soltando e indo em direção à porta.
-- Não é isso, eu tava brincando. -- falei, segurando sua mão novamente, e sorrindo.
-- Me solta! -- gritou uma última vez.
Então, eu a beijei.
Agarrei sua nuca e a beijei, empurrando-a contra a parede mais próxima.
Ela resistiu um pouco, socando meu peito, mas logo se rendeu, correspondendo ao meu beijo. Senti suas mãos em minha cintura, e deslizei a língua dentro de sua boca. Jude me abraçou apertado, antes de soltar os lábios dos meus.
Colei minha testa na dela. Ela parecia tão tonta quanto eu.
-- A garota é você, sua boba. -- sorri, por debaixo das nossas respirações ofegantes.
-- Verdade? -- perguntou, pegando meu rosto em suas mãos e abrindo aquele sorriso lindo.
-- Desde que coloquei os olhos em você, não consigo te tirar da minha cabeça.
Ela sorriu e me beijou novamente. Os lábios dela... eram a coisa mais incrível que eu já havia provado.
-- Eu também não consigo parar de pensar em você, David Axelrod. Desde o primeiro dia.

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