𝐋𝐎𝐎𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐅𝐎𝐑 𝐀 𝐌𝐔𝐒𝐄. - eremin fanfic.

the started.

❛ 𝐄𝐑𝐄𝐍

— Um brinde à todos nós! — Hange, nossa empresária, dizia com um enorme sorriso estampado em seu rosto, suspendendo uma caneca de cerveja no ar para fazer um brinde.

Batemos as canecas umas contra as outras, causando um som estridente por conta do atrito do vidro.

— Vocês estão alcançando os sonhos de vocês, quero que saibam que estou muito orgulhosa.

Mikasa abraçou Hange carinhosamente após suas palavras. Todos estávamos sorrindo, genuinamente felizes, até mesmo Levi, o mais antipático e fechado do grupo. Foram raras as vezes que já vi esse homem sorrir ou rir sem ser sarcasticamente, provavelmente seu namorado Erwin já deve ter visto essa feição mais vezes, já que não ficou nem um pouco surpreso como todos nós.

— Finalmente fechamos o contrato do álbum, pirralhos. — O Arckerman mais velho diz, tomando um generoso gole de sua cerveja. — Vamos fazer uma turnê internacional assim que esse álbum for um sucesso ano que vem.

— E vamos nos tornar a banda mais famosa de todas. — Completei, ganhando como resposta uma comemoração animada de todos.

Como o planejado, lançamos nosso álbum no final de 2017 e no próximo ano já tínhamos data para uma turnê internacional. Fizemos muito sucesso e dinheiro, nos divertindo fazendo o que mais amávamos. 2019 foi o ano que tiramos para descansar um pouco após termos viajado o ano anterior inteiro, mas mesmo assim fizemos shows, lançamos algumas músicas e fechamos um contrato para 2020. Tínhamos certeza que seria mais um ano de sucesso, com um segundo álbum e uma nova turnê de sucesso.

Porém, criatividade e inspiração andam lado a lado, sem uma, muitas vezes não se tem a outra.

Criatividade é como uma cachoeira. Como a água correndo solta, fluindo por aí, livre e inacabável. É algo que todos temos, você pode escolher cultiva-lá ou não.
Já a inspiração é inevitável, ela pode vir de literalmente qualquer coisa e a qualquer momento. De uma pessoa, um sentimento, uma lembrança e até mesmo de um chiclete que você viu grudado debaixo do banco de um ônibus. Quando você se sente inspirado, você faz algo com esse sentimento. Artistas pintam algo mirabolante, dançarinos criam novos movimentos, poetas escrevem novos poemas e eu faço músicas. Músicas que tocam as pessoas, que as fazem refletir e se divertir ao mesmo tempo, que passam uma mensagem.

Bom, consegui fazer isto por bastante tempo, criatividade e inspiração foram duas coisas que nunca me faltaram nem por um segundo nesses três anos desde o começo do sucesso da banda. Porém, por algum motivo inexplicável, parece que minha abundância dessas emoções se foi em um piscar de olhos. Não escrevo novas músicas faz meses, e tenho um contrato que diz que preciso entregar oito músicas novas para nosso segundo álbum até outubro, no começo da temporada de outono. Me sinto impotente por não ter escrito nem sequer um verso da primeira música, mas não tem muito o que se fazer quando sua mente simplesmente bloqueia a luz brilhante que sempre pairava acima dela.

— Eu preciso voltar a ser quem eu era. — Afirmei para mim mesmo, encarando minha face cansada no espelho. — Ou melhor, preciso de uma nova inspiração.

Eu tentava pensar em algo que poderia servir e virar uma boa música, mas nada me vinha em mente. A maioria de minhas músicas eram inspiradas em meus problemas com meu pai e minha rebeldia adolescente, mas não faz mais muito sentido escrever sobre isso. Eu já tenho vinte e um anos, não sou mais um adolescente com os nervos a flor da pele que quer gritar para o mundo o quanto ele odeia seu pai.
Preciso de algo novo, uma nova inspiração, alguém que só com um sorriso me faça escrever músicas tão profundas e belas quanto as da Lana Del Rey.

— Eu preciso de uma musa.