beach trip, take 1.

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❛ 𝐄𝐑𝐄𝐍

Acordar de manhã de ressaca e com dezenas de chamadas perdidas de um número desconhecido não era bem o meu tipo preferido de manhã, mas era o que eu tinha que encarar hoje.

O telefone tocava incessantemente, me fazendo querer o atirar na parede. O que eu não fiz. Mas, também não o atendi.

Dois toques na porta, o celular não parava de tocar. Será que é impossível dormir mais algumas horas neste lugar?

- Entra. - Murmurei, enquanto tentava fazer com que o celular parasse.

- Uau, você está realmente mal.

A voz, com um leve tom de sarcasmo já conhecido, me fez virar minha cabeça quase que instantâneamente para porta. E como eu já suspeitava, o loiro estava encostado na porta de meu quarto enquanto me julgava com aqueles imensos olhos azuis.

- Qual é o seu objetivo nessa viagem, entrar em coma alcoólico ou algo assim? - Ele perguntou, me arrancando uma risada.

Os primeiros versos de "Heaven knows I'm miserable now" começam a tocar novamente, soando por todo o quarto. Escolher uma de minhas músicas preferidas como toque de celular com certeza seria minha perdição.

- The Smiths? - Concordei com a cabeça enquanto me levantava da cama e tentava desligar o celular ou algo assim. - Eu amo The Smiths.

- O que?

- Eu disse que eu amo The Smiths.

- É que não parece muito o seu tipo de música... - Suspirei ao finalmente conseguir desligar o aparelho e me joguei na cama novamente. - Você tem mais cara de quem escuta alguma porcaria emo como Deftones ou algo desse gênero.

- Pelo menos eu não escuto uma banda chamada Freedom. - O loiro retrucou, me fazendo morder a língua. - O vocalista dela é bem babaca, não sei se você conhece ele.

Ri.

- O que você quer aliás? Não acredito que você estava com tanta saudade que teve que vir até aqui me insultar. - Ele fez uma careta, me fazendo rir novamente.

- Moblit te viu chegando muito mal ontem, então pediu para eu vir te entregar um café e uns analgésicos enquanto ele terminava de recepcionar um casal. - Armin finalmente adentrou o cômodo, me entregando uma caneca de café fumegante e algumas pílulas. - São remédios para dor de cabeça e enjôo. Você parece estar precisando bastante pela sua cara.

Agradeci, pegando de bom grado a caneca de café e tomando um bom gole.

- Ele também disse que você chegou chamando por mim. - Um sorriso travesso cresceu em seus lábios e flashbacks vergonhosos de eu chamando por Armin pelos corredores de madrugada invadiram minha mente.

Ontem a noite acabei indo para um lual na praia e encontrei um amigo antigo, o Reiner, nos conhecemos na minha primeira gravadora, ele tinha uma dupla sertaneja com seu amigo Bertolt, mas as coisas não deram tão certo para eles. Resumindo, bebemos muito para comemorar nosso reencontro e em algum momento da noite, acabei lembrando de Armin e saí a sua procura por toda a festa. Reiner me deixou na pensão e comecei a gritar pelo garoto antes de Moblit me levar para o meu quarto.

Bebidas realmente alteram nosso cérebro.

- Então acho que não sou eu que estou com saudades, né?

O som de sua risada ecoou por todo o quarto antes dele sair e me deixar ali, querendo um pouquinho mais de sua companhia e de seus comentários ácidos.

Após dormir mais um pouco, acordei finalmente revigorado. Não sabia como encarar Armin, mas estava faminto e precisava descer para o almoço.

- Ora, ora.... Não acredito que está vivo. - Armin disse assim que me sentei ao seu lado na mesa.

- Para sua infelicidade eu estou.

- Pois é... - Ele disse distraído enquanto cortava a bisteca em seu prato. - Achei que não iria acordar nunca mais, juro que dava para te ouvir roncar do meu quarto. Mal consegui estudar.

Ri brevemente, e agradeci quando Moblit me passou um prato para que me servisse.

- Desculpe o incômodo, senhor, como posso lhe compensar por isso?

- Nem pense em outro jantar! - Rebateu de imediato. - Não quero que você derrube mais nada em mim.

Revirei os olhos e disse:

- Então não reclame, pelo menos tentei te compensar.

- Porém, já que você está tão solidário, me dê uma carona até a praia, quero estudar alguns corais para o meu trabalho da faculdade.

- Você quem manda, loirinho. - Respondi antes de colocar uma garfada de comida em minha boca.

- Me chame assim de novo e eu vou te dar um soco.

Após o almoço, arrumamos nossas coisas e fomos para a estrada. A praia não era longe da pensão, eram apenas 20 minutos de viagem, mas por algum motivo a ideia de eu e Armin indo sozinhos para praia me deixava nervoso.

- Por que está tão inquieto? - O loiro perguntou em certa parte da viagem.

- O que?

- Você não para de balançar a perna e sua expressão está tensa.

Desviei meu olhar por um segundo e o encarei, o mesmo estava me inspecionando de cima a baixo.

- Espera... Você está nervoso por estar comigo? Ou ir para praia comigo está trazendo à tona a lembrança dos meus lábios? - Um arrepio percorreu todo o meu corpo enquanto o garoto ria.

- Relaxa, Eren. Se você for um bom garoto, talvez eu te dê um beijinho.

- Eu tô relaxado, Armin. - Disse revirando os olhos. - E você é um babaca. - Ele ainda ria como uma criança e não pude evitar abrir um sorriso de canto, eu não gostava de muitas coisas no mundo, mas adorava a sua risada.

𝐋𝐎𝐎𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐅𝐎𝐑 𝐀 𝐌𝐔𝐒𝐄. - eremin fanfic.Onde histórias criam vida. Descubra agora