"Isso é um adeus temporário, pois cada parte para o seu destino, eu para o sacrifício e você para a liberdade, olhe para o horizonte quando pensar em mim e eu estarei lá, siga em frente, viva Erwin e ganhe esse jogo que eu nao pude ganhar, num futuro nós estaremos na areia da praia, sob o céu azul, esperarei ansiosa cada segundo até que possa devolver a peça que eu tomei. Vou te amar até o infinito irmão.
Assinado: Hela Flett"
Um bilhete. Um mísero bilhetinho foi deixado para trás ao lado de um tabuleiro de xadrez.
Erwin tinha as sobrancelhas comprimidas e o coração acelerado, sentia as mãos tremerem e as palmas molhadas de suor, em sua cabeça ele quase podia ouvir o raro tom de voz doce da ruiva dizendo "Você pode continuar sem mim?" e a resposta era clara e seca "Não. Eu não posso continuar sem você.".
Hange estava sentada de frente para um comandante completamente abalado, nunca tinha visto Erwin tão perdido quanto agora, ela sabia que não podia perder o controle daquela situação pois por mais absurdo que pareça havia se tornado o elo que sustentava o trio.
Levi por sua vez simplesmente se recolheu em seu escritório logo após a notícia da traição e desde então não ouviram um barulho sequer vindo de lá.
— Traição — Erwin esfregou as têmporas — Traição? Isso é completamente inconcebível, Hela nunca faria.
— Está diante dos nossos olhos Erwin — Hange tinha um voz embargada como quem segura o choro — Hela traiu a humanidade, nos traiu.
— E você acredita mesmo nisso? — O comandante desafiou a mulher que desviou o olhar inquieta — Diga olhando em meus olhos que acredita nesse ultraje.
— Não — A vice comandante suspirou — Não poderia acreditar nisso nem em mil anos.
Erwin olhou para a janela e o céu estava cinza escuro prestes a desabar em chuva, o frio já tomava conta da cidade anunciando o inverno eminente. Beirava o poético, a humanidade perdeu sua alma ardente e agora adentrava no frio solitário e sem muitas esperanças. Hela Flett não estava mais entre eles.
— Ela matou Pixis — Hange tremeu ao lembrar — O próprio padrinho, como--
— Ela foi forçada — Erwin sequer deixou a mulher completar — Hange, ela nunca faria isso!
O silêncio se estendeu por longos minutos fazendo o ar pesar entre os oficiais. Suas cabeças martelavam soluções, quais quer que fossem para explicar essa atrocidade. Ninguém viu nada? Ninguém ouviu nada? Beirava o absurdo.
Erwin deixou seus olhos caírem sobre o tabuleiro imaculado, foi a última coisa que Hela tocou e ele não queria que ninguém lhe tirasse esse conforto, era a última lembrança que tinha de sua irmã.
As peças estrategicamente colocadas entre branco, preto e--
— A rainha — Erwin murmurou — Onde está a rainha?
— Historia? — Hange respondeu com os olhos perdidos em algum lugar do quarto.
— Não, a rainha do jogo — O comandante se abaixou para procurar no chão, podia ter caído ou algo assim, mas se conteve, não, Hela não deixa pontas soltas. Observando ainda mais o tabuleiro sentiu seus pelos arrepiarem. Ela não ousaria.
— Hange, vá ver se Levi não se matou, preciso confirmar uma coisa — O comandante parecia sério demais do nada, Hange até pode sentir sua aura mudar de repente.
Assim que a vice comandante fechou a porta o loiro alcançou a estante mais próxima, seu rosto tenso e determinado quase não condizia com suas mãos trêmulas.
— Não me faça essa surpresa — Disse como se Hela pudesse ouvir — Não brinque com uma coisa dessa — O livro pequeno em sua mão era marrom e velho, o primeiro livro de xadrez da ruiva, bastou abrir umas páginas para o papel dobrado cair em seus pés. Erwin levantou o rosto e sorriu — Desgraçada.
Era um papel um pouco maior do que fora deixado exposto e nele uma letra caprichosa demais que foi escrita as pressas dizia.
"Ora ora, Erwin Smith, você me achou. Que esse maldito bilhete seja queimado logo após sua leitura. O plano continua, eu estou sequestrada mas não conte com isso por muito tempo, não sei qual será o meu destino mas eu garanto, logo estaremos nos abraçando novamente, eu vou te dar um exército, vou te dar munição, e acredite, eu não vou morrer, não até que sua liberdade seja plena! Estarei lutando por você do outro lado do oceano. A peça que eu tomei será devolvida sã e salva, sente e assista o sacrifício da rainha.
PS.: Faça com que Hange tome banho todo dia.
PS2.: Cuide das crianças.
PS3.: Convença Levi a não me odiar.
PS4.: Nunca, jamais deixe alguém saber sobre esse bilhete e minha situação. Conto com você.
Ass.: sua irmã querida."
Droga, ela realmente fazia valer sua fama, Hela era mesmo o diabo encarnado, não tinha para onde correr, Erwin esperaria ansioso até o dia de ter sua queria amiga de volta e se ninguém acreditasse nela, ele o faria. Hela Flett nunca saiu do jogo, ela viraria a mesa.
— Erwin — Hange abriu a porta se supetão tropeçando para dentro, num susto o comandante escondeu o bilhete no bolso — Levi--
— O que há? — O loiro sentiu seu sangue quase parar, não podia perder Levi também. Hange abriu e fechou a boca algumas vezes e então mostrou um pequeno papel — O que--?
— Ele foi a Utopia — Erwin até mesmo esquecia como respirar — Disse que não aceitaria essa traição.
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N/A: OiOi, adivinha quem voltou? Isso mesmo meu Brasil! Estamos de volta!
Bem vindos ao livro dois de legends never die, eu estava super ansiosa para começar a postar, estou morrendo de saudade de escrever nossa ruiva! Espero que possam dar amor e receber essa nova etapa da história 💕
Os capítulos não tem data de lançamento mas pretendo postar semanalmente (se minha faculdade deixar).
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Legends never die - Rainha do Norte
Fanfiction⚠️ LIVRO DOIS ⚠️ A c e s s o : Permitido ━━━━━━━━━━ × ━━━━━━━━━━ Bem, criança, o que você vai fazer agora? É o seu reflexo te olhando de volta para te derrubar Então, você vai morrer hoje ou sair vivo? Você tem que conquistar o monstro na sua cabeça...