𝐏𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨

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O som estridente e desesperador saindo diretamente da garganta de Hayley, era o espelho da dor profunda que a lobisomem sentia ao dar a luz. Todo aquele cenário no qual ela estava também não transmitia nenhum conforto ou paz para que pudesse trazer a filha ao mundo, era assustador. As bruxas a rodeavam, recitando um canto forçando a criança a sair, ou somente estavam tentando deixar a loba moribunda mais desnorteada do que estava com tantas vozes em seu ouvido. A voz de Klaus também fazia presença enquanto ele estava preso no alto de uma parede vazia, e ele era totalmente incapaz de ajudar a mãe de sua filha. O que tornava aquela situação mais desesperadora o possível, o medo assombroso de quando as bruxas colocassem a mão naquela criança.

Infelizmente era algo inevitável, principalmente para Genevieve. Era o acordo, e ela queria viver.

- Empurre, Hayley!_Genevieve pediu, a bruxa de cabelos vermelhos que realizava o parto.

- NÃO, POR FAVOR EU NÃO CONSIGO!_ela choramingou, mesmo assim ela continuou fazendo força, uma força descomunal.

Ela estava cansada.

Muito cansada.

E então ela sente, Genevieve puxando o corpo da criança. Tão pequena e coberta de sangue, sendo logo envolvida em um pano branco. Hayley serviu respirando fundo pelo pequeno alívio naquele momento, embora suas lágrimas tenham se tornado mais densas.

Os gritos de Klaus cessaram assim que a menina apareceu diante de sua visão, ele se viu completamente capturado por aquela recém-nascida, a sua recém-nascida.

- Parabéns, vocês tiveram uma linda menininha._Genevieve falou, demonstrando um pouco de sentimentos em sua voz. Ela não queria aquilo, ela até mesmo suplicou aos ancestrais para que deixassem a pobre e inocente bebê Mikaeson em paz, nem ela mesmo queria realizar aquela monstruosidade. Mas a resposta havia sido curta e grossa.

Ela tem que morrer.

Savannah, uma das bruxas que acompanhavam Genevieve, também estava com o coração na unha enquanto tentava engolir o choro.

- Por favor...posso segurá-la...?_a súplica de Hayley quebrou aquele momento, desesperada para sentir o calor de sua filha.

Monique joga um olhar feio para Genevieve, como um aviso. E a ruiva se vê receosa em entregar. Savannah se irrita e pega a menina dos braços da ruiva, lhe dando um empurrão para que ela desgrudasse, e enquanto balançava a pequena nos braços, andou em direção a mãe e lhe passou para seus braços.

Hayley segurou a filha, sentido a fragilidade e o quão ela era pequena por ter nascido tão prematuramente. Seu cheirinho mesmo que estivesse se misturado com sangue, a loba pôde sentir que jamais o esqueceria, e então ela sorriu, agora olhando para Klaus que também mantinha seu olhar congelado na filha.

Mas aquele momento não durou muito, quando Monique Deveraux, puxou a cabeça de Hayley para trás e lhe cortou o pescoço. A loba sentiu o sangue descer por sua garganta, e na tentativa inútil de que parasse, ela colocou uma das mãos na região. Mas não teve força o suficiente para se manter acordada, então ela desabou, a criança foi tomada por Genevieve novamente.

- NÃO!_ a voz de Klaus estava mais grossa, como um grito furioso em meio a uma guerra, cheia de desespero e ódio.

Céus, ele iria despedaçá-las.

E não deixou de esconder esse fato quando começou a gritar novamente o que faria com elas, e que lhe mostraria o inferno –bom, pelo menos segundos antes de ter seu pescoço quebrado por Monique.

- Que porra, Monique!_esbraveja Savannah._ Deveria ter deixado ela se despedir!

- Como se isso fizesse diferença, ela nunca poderia ficar viva, lutaria pela filha, e isso nos atrapalharia demais!_Monique retruca, sem um pingo de sentimentalismo.

Savannah teve que segurar o impulso de virar a mão na cara daquela malcriada, e olhou novamente para o corpo de Hayley, tocando no braço da loba morta, em um sinal singelo de dizer "eu sinto muito", mas algo aconteceu. E ela sentiu aquele mesmo repuxão, que sempre sentia quando estava perto de uma mulher grávida.

Seria possível que houvesse mais um bebê ali, mas ninguém havia desconfiado. Por quê?

Ela pensou rapidamente. O corpo de Hayley logo relaxaria por completo e ela poderia expulsar o bebê. E se Genevieve e as outras soubessem, poderiam fazer o mesmo sacrifício com o bebê mais novo.

Disfarçadamente enquanto as bruxas davam as costas. Ela recitou um feitiço, que deixaria o corpo de Hayley conservado ou melhor, deixaria a criança conservada e escondida. Era um feitiço simples.

Mais tarde quando Klaus e Elijah vão atrás das outras bruxas, para salvar a primogênita de uma morte cruel, claro que desconhecendo o fato de que ainda existia mais uma vida no ventre daquela que ele considerou como amiga e mãe de sua filha. Savannah volta, com um punhal, e uma bolsa com toalhas.

Ela suspende a roupa que Hayley vestia, deixando sua barriga completamente descoberta. E então ela se apressou, fazendo um corte profundo, grande o suficiente para que suas mãos pudessem entrar ali e retirar a bebê. A bruxa arfou ao conseguir pegar o pequeno bebê, ela era tão pequena, até mais que a gêmea.

Uma menina!

Enquanto uma seria salva, a outra nascia sem proteção.

Savannah a enrolou na toalha, e arrumou Hayley novamente.

Aquela criança merecia mais do que aquela baderna de vampiros, lobos e bruxas.

E então ela saiu daquele lugar tenebroso, com o pequeno embrulho em suas mãos.

𝐋𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐚𝐧𝐝 𝐇𝐨𝐩𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora