Capítulo 5

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Os últimos três dias foram... como dizer... estressantes para Harry. Ele não aguentava mais essa vida de ir diariamente ao hospital.

Ele realmente esperava que quando tudo isso passasse, ele voltasse apenas para fazer exame de rotina, ou nem voltasse.

Os três dias que Harry estava em Doncaster se resumiram em acordar, comer, ir ao hospital, passar o dia no hospital, voltar para o hotel e dormir. Sim, ele passava o dia todo no hospital, conversando com Louis, mesmo que ele estivesse em um sono profundo a mais de uma semana, Harry sabia que o mais velho escutava, apenas pelo fato de o monitor cardíaco apitar mais rápido toda vez que ele falava algo pela primeira vez no dia.

— Você deveria acordar logo, sabia? Não sabe o quanto que é chato vir para o hospital todo dia. Antes eram os meus pais, depois Gemma, e agora você. — Ele fez uma pausa. — Eu realmente espero que você fique bem, você vai ficar bem, não vai? Nós vamos ficar bem, não vamos? Até agora o médico disse que você não teve nenhuma atualização, e que pode ficar em coma por dias, semanas, meses ou até anos. — O coração de Louis acelerou novamente, assustava o fato que ele poderia passar anos deitado em uma maca de hospital.

— Depois que você voltar para casa, se você quiser, eu espero ficar longe de um hospital por um bom tempo, eu odeio isso. — Soltou uma risada anasalada, mas sem humor.

E assim passou a tarde, Harry contando coisas para Louis, algumas coisas fortes demais, fazendo o menor soltar algumas lágrimas.

Louis tentava juntar todas as suas forças para acordar, mas isso, para ele, era meio que impossível, era como se ele estivesse em baixo de muito concreto e não conseguisse se mexer, nem falar, nem abrir o olho... Nada.

Assim que Harry se despediu, Louis deixou mais algumas lágrimas caírem, ele não conseguia controlá-las.

Louis sabia que quem estava ali era Harry, reconhecia a voz de seu amado até no meio de uma multidão de pessoas falando sem parar. Na realidade, ele apenas sabia que seu marido e sua família o visitavam, mas não se lembrava do que tinha acontecido e nem o que o fez parar ali.

Seu marido já o tinha contado tanta coisa, mas não tinha citado, em momento algum, a causa de ele estar ali naquela maca. Será que ele havia esquecido? Ou simplesmente não queria contar?

(...)

Harry já estava chegando no hotel, quando viu que só tinha dólares o suficiente para se hospedar mais um dia, o desespero bateu em sua porta.

Onde ele ficaria agora? Será que Johannah aceitaria que ele passasse um tempo lá, talvez? Não, com certeza não, obviamente ela não daria hospedagem para a "causa" do acidente de seu filho, como ela mesma disse, na cara dele.

Sim, ela falou isso mesmo, até no hospital, quando Harry foi lá no primeiro dia, ela jogou em sua cara e simplesmente virou de costas e foi embora.

Desde então Harry se sentiu culpado todos os dias desde que chegou em Doncaster.

Johannah era uma pessoa boa, mas quando se tratava de seus filhos, aí virava outro assunto, seja quem fosse que fizesse algo contra algum deles, ela odiaria e caçava até no inferno, com Harry ela ainda teve um pouco de piedade e o deixou em paz, até porque ele perdeu toda a família e estava sozinho.

E então ele tomou um banho na banheira, para tentar relaxar, mas não funcionou, os últimos dias foram totalmente difíceis.

O cacheado achava que, talvez, nos últimos 4 anos, desde que começou a doença de sua irmã, ele não teve nem um minuto de paz, pois quase todo dia ele tinha que ir ao hospital, ou ir até a casa de Gemma para cuidar dela.

Fix You (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora