Capítulo 1

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Atualmente 

Martina 


Aqui estou em frente ao hospital central, após quatro longos e tortuosos anos,  a jovem Maria voltará com tudo e com o coração de ferro,  meu amor será apenas para as minhas crianças. A fachada da Ala de oncologia infantil é a minha parada inicial, olho pela janela e os pequeninos estão em suas poltronas, algumas enfermeiras  aplicando as medicações, nada de diferente, vamos lá Martina fazer a alegria delas ou melhor Maria Valquez.

— Será que alguém pode me ajudar ? —  Questionei, já entrando na sala, rostinhos curiosos viraram para a porta alguns com sorrisos, já outros incrédulos, dei alguns passos até o centro da sala, hoje eu sou a cinderela. 

—  Vocês acreditam que perdi o meu sapatinho de cristal, sim, estava vindo do reino e acabei perdendo — A sala, que estava quieta, começa a falar um sonoro cinderela.

—  Sí, soy yo —   Fui em cada poltrona entregando  bilhetes motivacionais, os beijando, fazendo carinhos e conversando,  a interação foi tão boa, que quando percebemos a sessão de quimioterapia já havia acabado para eles. Resolvo ir até a lanchonete no intervalo e encontro o Dr. Juan um cardiologista, que nos ajuda no trabalho voluntário, cantando e tocando violão, como está fazendo agora, sem cerimônia, sentou ao seu lado e começo a acompanhá-lo na canção,  fecho meus olhos e canto com o meu coração, é uma melodia que fala de um amor perdido, quanta ironia, escuto os aplausos e quando abro meus olhos todos estão de pé, agradeço à todos e começo a conversar com o Juan.

—  Como está, meu amigo ? — Questionei o abraçando. 

 — Estou bem e você como está ? — Seus olhos me avaliam, sabe que eu tenho um segredo, mas também não me questiona o que é, suas mãos gentis vão para o meu rosto fazendo carinho e recebo de bom grado. 

— Muito bem, afinal estou de volta, onde tudo começou —  Recebo um olhar questionador, mas não me importo, estou aqui apenas para as minhas crianças.

— Sei, vamos ir até a sala do diretor, Senhorita Valquez —  Pego em seu braço e o acompanho até a sala do novo diretor, que até agora não sei o nome, no caminho encontro pessoas queridas que me felicitaram pelo retorno, com a desculpa que estava atrasado, Juan me deixa dentro da sala do diretor, sento na poltrona estofada, observo a sala cheia de quadros com desenhos feitos a mão, provavelmente, por seus pacientes, eu mesmo tenho diversos desses no meu flat a porta é aberta e viro para comprimentar o novo diretor, que destino filho da puta, isso sim, o  homem que  está participando das ações no hospital é nada menos daquele que destruiu meu coração, seu olhar cafajeste passa pelo meu corpo, que foi, lindo? Provavelmente achou que continuaria aquela menina boba e inocente, lanço meu olhar questionador em sua direção e ele busca palavras, então já me adianto. 

—  Olá Sr. Rodriguez —  Estendo a minha  mão, já disse que a TV espanhola está perdendo uma atriz ? pois é, o meu doutor cachorro lindo, está impactado com a minha cena de fingir que o não conheço, deveria ter pena ou melhor não tenho, quero que ele sofra, completo.

—   Que foi, doutor, o gato comeu sua língua? —  Enfatizo ele pega na minha mão, em um comprimento singelo.

— Ma... Maria ? — Tadinho, virou gago. 

—  Algum problema, doutor ? — Ele não responde, sai da sala correndo, parecendo que viu um fantasma, acabo rindo, pois de todas as reações que ensaiei, nenhuma me preparou para ver o renomado Lucas Rodriguez, um homem de trinta e quatro anos, perdendo a fala. Depois de todas as apresentações do dia, pego a minha bicicleta e vou até o estacionamento, de lá vou direto para casa, no castelo encontro Aurora, que vem até a mim.

—  Me conte, Mart, viu aquele nosso amigo  ? —Confirmo com a cabeça e puxo minha cunhada para o meu quarto.

—   Vi e como pode estar cada vez mais lindo ? — Lamento , Aurora ri, do meu desespero.

— O tempo foi generoso com ele, o que vai fazer ?  — Seu olhar me mostrou o que ela queria saber, mas como vou responder se nem eu mesma sei ? puxei o ar cansada dessa história.

—Ainda não sei, mas estou curiosa para descobrir. — Aurora acompanhou todo o meu sofrimento e volta por cima por conta daquele safado, me aguardo Dr. Rodriguez que vou mostrar que é  Martina D´Martinez. 

                                                                Lucas Rodriguez.

Após a morte da minha filha, me apeguei aos meus pacientes, tentando fazer ao máximo que eles se curassem, mas percebi que nada era o suficiente, depois que a minha Maria foi embora, sei que ela se foi por minha culpa, mas eu só queria manter distância pois me achava incapaz de de lhe dar amor como  merecia. Continuei no hospital e comecei um romance com Suzana, a enfermeira que Maria me flagrou naquele triste dia.

 Agora fui nomeado o diretor do hospital, buscando melhorias junto com a família real, saio dos meus devaneios, quando  sou informado pelo Dr. Juan que tem uma pessoa do voluntariado que preciso conhecer, então fui até a minha sala, contudo, não estava preparado para ser bombardeado pelo  com a imagem da minha Maria sentada na cadeira, muito mais linda do que eu possa me lembrar, altiva e como sempre com a língua afiada, não consegui se quer trocar meia dúzia de palavras, seu ataque velado à mim, me fez sentir dor e como um covarde sai desesperado da sala, fui até o estacionamento, buscando o ar e tentando raciocinar o motivo dela ter voltado depois de seis longos anos afastada. Apesar da  dor da saudade, não deixei de reparar como ela está linda, sua bundinha linda esmagando a calça jeans, gostosa para caralho, meu membro reclamou, apesar de nunca  se quer termos nos beijado, ele sabe quem é sua dona, estou literalmente fodido para lidar com essa menina. 

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Vou voltando aos poucos 😘😘

Princesa da dorOnde histórias criam vida. Descubra agora