capítulo 7

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Maria

Já se passava das 2 horas da manhã, quando as enfermeiras terminaram todos os procedimentos da minha pequenina, Lucas não saiu do nosso lado, mas passado o estado de preocupação com a sua saúde, comecei a ficar desesperada de como ia deixá-la e voltar ao castelo, deixei um beijo na pequena que estava no berçário.
- Sua madre, volta logo, só vou fazer uma ligação.
Sai do berçário com o coração apertado, preciso desabafar com alguém e nada melhor do que Aurora, graças a Deus ela atendeu rápido.
– Oi Mart, onde está?
– Preciso de ajuda, encontrei uma garotinha e não posso deixa-la sozinha, preciso que fale para todos que estou viajando com algumas amigas, que decidimos viajar de última hora, por favor.
–Ok eu digo, mas depois terá que me contar direitinho essa história, agora boa noite.
–Muito obrigada, boa noite cunhada. – Agora um pouco menos tensa, sento em um dos bancos, mas minutos depois, vejo Lucas sentar ao meu lado e começar a falar, esse dia seria de revelações e só não sei se estava preparada para tudo isso.

Lucas

Vi Maria saindo do berçário, e fui atrás, ela falava baixo com alguém no celular, deve ser com a minha sogra avisando que não vai para casa hoje, logo após ela senta no banco e tomo coragem para revelar minha vida a ela.
–Hoje eu senti o amor de pai, reviver em mim.– Dei um longo suspiro –Eu era casado, tinha uma família linda e uma pequena garotinha -Senti minha voz embargar, mas minha Maria segurou em minha mão me incentivando – Sempre fui médico, mas não especialista em oncologia infantil, descobri que minha filha tinha câncer e tentamos de tudo por muito tempo, mas ela não resistiu, achei que minha esposa ia me apoiar, mas ela não lidou muito bem com a perda e eu a entendo, cada um tem o seu modo de viver o luto o dela foi me largar, me acusando de não sentir falta da Lili, logo eu que estava morto por dentro, apenas vivendo e segui assim por muitos anos, mesmo depois de tantos anos, lutando para salvar as crianças na oncologia ainda assim me sentia vazio, mas aí em um dia que eu achava comum, chegou uma princesa que me desestabilizou, me tirou fora do eixo, era desesperador sentir aquele monte de sensações, então eu a humilhei .– Com isso Maria soltou minha mão, tentou se levantar, secando as lágrimas, mas eu a puxei em meus braços e a sentei em meu colo, ela se debatia.
–Me solta, eu não quero ouvir.
–Vai ouvir sim, porque depois disso, será apenas nos três, eu, você e a nossa filha que está nos esperando no berçário, continuando, fiz uma besteira de tentar me convencer de que não era amor, então ela foi embora, depois de longos e doloridos anos, ela voltou para a minha vida, linda, altiva, muito mais mulher, a minha mulher – Apertei ela e beijei suas costas– Desde que ela foi embora eu sempre tive a certeza de que ela era o amor da minha vida, mas ontem quando entrou na minha sala com um pequeno pacotinho de amor, eu tive a certeza de que Deus me deu uma nova chance de recomeçar, e que de onde a minha Lili estiver está muito feliz por mim, por nós meu amor.– Quando parei de contar, ela soluçou, seu corpo delicado tremia, então afrouxei o abraço, mesmo com medo de que ela fosse embora, mas ao contrário disso, ela se virou para mim e me abraçou forte.
–Acabou o sofrimento, estaremos aqui com você, Lucas.– Então ela me deu um beijo gostoso, apertava seu corpo junto ao meu, mas estava em um hospital, e antes que meu pau acordasse eu parei o beijo, olhando dentro do seus olhos.
–Eu sou seu, só seu e de nossa menina, não será fácil, mas vamos lutar por ela.
–Obrigada, mas agora, preciso ver ela, não gosto de deixá-la sozinha por muito tempo.
–Vamos mamãe coruja–Levantei e a segui até o berçário, ela conversava no ouvido da nossa filha, mas a enfermeira nos trouxe para a realidade.
–Desculpe Dr.Lucas, mas teremos que avisar as autoridades e assim que a bebê tiver alta, ela vai para o orfanato para aí sim, entrar na fila de adoção. – Ao escutar isso, Maria começou a chorar agarrada em nossa filha.
–Amor, calma, precisamos ir embora, não podemos ficar aqui, vamos para casa, amanhã, voltamos.– Com muita dificuldade consegui com que Maria deixasse a neném, teríamos uma longa batalha para frente, mas por elas, peço a ajuda da família real para conseguir a guarda da nossa filha.


Princesa da dorOnde histórias criam vida. Descubra agora