capítulo 6

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Maria

Mesmo molhada coloquei minha roupa, era para sentir frio, correto? Mas eu estava pegando fogo e desnorteada com toda essa situação, o safado do Lucas me encurralou e eu parecia sua presa, isso, ele era o gato malvado e eu a ratinha assustada, nunca homem nenhum fez eu me sentir assim, nem os vários, duques e príncipes galanteadores baratos, doidos para tirar uma casquinha da princesa da Espanha, todos eles são patéticos se comparados ao meu Lucas, arg, vocês entenderam, não me crucifique. Hoje o dia estava quente, mas no momento em que eu estava saindo começou um temporal, comecei a correr em direção ao estacionamento, foi quando ouvi um choro estridente de um bebê, paralisei na hora, já era tarde e não havia ninguém no estacionamento, o choro não parava e comecei a segui-lo, foi quando achei um bebê dentro de um cesto, me abaixei.
-Por Díos, minha criança, quem te deixou aqui? - Escutando a minha voz a menininha  cessou um pouco o choro e prestou atenção em mim, mas foi quando ela me olhou, com os olhos azuis de um azul igual ao céu, que eu soube, ela era minha e nada e nem ninguém ia tira-la de mim.
Peguei ela rapidamente, tentando aquecer seu corpinho, a cobrindo com minha jaqueta, voltei apressada a protegendo para dentro do hospital, desesperada para saber como ela estava, aparentemente era recém nascida, fui até a sala do Lucas, entrei sem bater, quase derrubando a porta, ele me olhou com um sorriso sacana.
–Voltou amor? Vem cá bebê me dá um beijo, vamos brincar – Veio até mim com passos rápidos, agora vocês entendem o porque chamo ele de cachorro vadio?

Lucas

A

lguns minutos depois da nossa brincadeira, Maria invadiu a minha sala, toda molhada, estava com o rosto assustado e segurava um pacote enrolado em sua blusa, dei um sorriso presunçoso e caminhei até ela, quando me aproximei, foi que pude perceber que se tratava de uma bebê, nervoso questionei.
– De quem é essa criança, Maria?
–Yo encontrei ela chorando em uma caixa, perto da minha bicicleta no estacionamento. – Ainda impactado, tentei pegá-la, mas Maria a apertou em seus braços com um instinto de proteção, olhei dentro dos seus lindos olhos para passar confiança.
–Me de essa bonequinha, amor, ela precisa ser examinada– Então voltando a si, ela me entregou a neném, que abriu os olhos e começou a chorar, sentindo falta do calor de Maria, caminhei com ela até a maca, a ninando, com Maria logo atrás de mim.
–Calma, calma pequenina, o tio só precisa te avaliar, logo você ganhará um leitinho bem quentinho e gostoso, sua barriguinha deve estar com fome, não é? – Seus olhos curiosos buscando da onde vinha a voz, era uma garotinha esperta, apesar de ser recém nascida, não deveria ter um mês de vida, tirei sua roupinha, fiz uma análise clínica e chamei uma pediatra.
–Dr. Rodriguez mandou me chamar? – A Dra.Tsuo era a melhor pediatra desse hospital, qualquer diagnóstico que ela falasse era o que tomaria como verdade.
–Ola Dra. pode avaliar essa pequena?
–Claro –Ela se aproximou e brincando com a bebê foi avaliando todo o corpinho minuciosamente, senti Maria tensa ao lado da maca confesso que também estava.
–Olha Dr. essa princesinha aparenta estar bem, mas pelo que pude perceber, ainda não tomou as vacinas, vou levá-la para o centro da pediatria e dar um mama bem gostoso para ela. Quando Tsuo a pegou no colo, Maria se rebelou.
–Pode deixar que eu cuido dela– Ela virou uma leoa para proteger a bebê.Seguimos Tsuo até a pediatria e em todo o caminho Maria ia sussurrando no ouvidinho da bebê.
–Vão te dar algumas picadinhas de formiga, mas é para o seu bem, depois como você é bem corajosa vai ganhar um mama.– Mas nada nos preparou para a cena da bebê chorando com as vacinas, meu peito doeu, senti a mesma sensação de impotência de quando minha filha tomava vacina, olhei para Maria que chorava junto com a bebê, estava desesperada, sentia seu sofrimento daqui, ela se levantou e tentava deixá-la calma.
–xiu já acabou, eu sei que doeu, sua madre está aqui, é para o seu bem, minha filha.– trêmulo abracei as duas, tentando protegê-las, elas seriam meu recomeço.
–Agora é hora de tomar o seu mama, filha– Maria levantou a cabeça e beijei seus lábios, um beijo terno, cheio de amor e companheirismo, seríamos um só, ela teria que me aceitar porque eu já não saberia viver sem elas comigo.

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E aí o que acharam? Martina uma verdadeira leoa, mas até quando ela conseguirá esconder sua identidade? 😅👀👀

Princesa da dorOnde histórias criam vida. Descubra agora