1

1.7K 162 40
                                    

Ryomen Sukuna, o Rei das Maldições, estava sentado em seu trono. Entraram na sala alguns súbditos, todos da mesma família, entre eles uma criança pequena.
A família ajoelhou-se diante dele, junto com a criança.

- O que vocês querem? - Perguntou, de forma rude.

Ao ouvir a sua voz, muitos tremeram de medo. Foi uma mulher que, fazendo uma reverência, encostando a cabeça no chão, respondeu.

- Meu senhor. Poderoso Rei das Maldições e nosso rei, como mandam as regras, eu humildemente trouxe o mais novo membro da nossa família para vos prestar homenagem. Yuji acabou de completar um ano, desde que nasceu.

- Hm...

O demónio baixou o seu olhar, encarando uma criança que estava ajoelhada na sua frente, junto de seu avô. Era surpreendente como a criança era tão parecida com o Rei das Maldições, só faltavam os quatro braços, quatro olhos e as marcas.

Ele ficou um pouco irritado pelas parecenças.

- Tsk. Andem logo, não tenho o dia todo!

Todos da família se juntaram à reverência, com exceção da criança, que encarava fixamente Sukuna. Este franziu as sobrancelhas, enquanto rosnava, baixinho. O avô apercebeu-se do que estava a acontecer e tentou fazer a criança imitar os outros, o que não deu grande resultado.

Cheio de raiva pelas ações do menino, Sukuna bateu com o punho fechado no braço do trono. - Como ousa esse pirralho me desrespeitar desta forma?

- M-meu senhor. Ele é só uma criança, não sabe o que faz. - Tentou justificar-se o avô.

Ver o demónio zangado fez o pequeno Yuji rir, divertido.

- Ah, então ele acha que isto é engraçado? Tragam-no até mim!

Toda a família começou, silenciosamente, a entrar em pânico. Sukuna era conhecido por não ter piedade, nem mesmo por crianças. A mulher começou a chorar, desesperada.

- Meu rei, peço-lhe, tenha piedade pelo meu filho. Meu único filho- - Implorava.

- Quem te deu permissão para falar? Traz-me a criança! Rápido!

Tremendo de medo e preocupação, o avô pegou em Yuji e levou-o até ao Rei Demónio, que pegou nele com uma única mão, olhando ferozmente nos seus olhos. A reação da criança foi sorrir e gargalhar. Sukuna sentiu algo dentro de si, uma sensação quente e leve. Acalmando-se, virou-se para a mulher.

- Qual é o nome da criança mesmo?

- Meu senhor, eu imploro-

- Responde de uma vez!

A mulher encolheu-se com a agressividade do outro.

- É-é Yuji, Itadori Yuji, senhor.

Os olhos dela quase se desfaziam de lágrimas, de tanto que ela chorava e soluçava.

- Basta! Vão se embora, estou sem paciência para vocês hoje. - Ordenou Sukuna.

A família obviamente não iria desobedecer-lhe, pois, se o fizessem, suas mortes chegariam mais rápido. Então eles se retiraram, a mulher se apoiando no marido e o avô tentando reconfortá-la, mas chorando também. Quando todos tinham saído, Sukuna voltou de novo sua atenção para Yuji que sorria abertamente para ele.

- Itadori Yuji, não é? Tens sorte em não te ter matado em frente à tua família. O que vais fazer agora?

A criança esticou seus pequenos braços na direção do mais velho, como se quisesse tocar nele. O este caiu na tentação e pegou na criança direito, pegando nele com dois braços e apoiando sua cabeça com outro. Estava apenas a testar o menino.

Yuji realmente tocou no peito de Sukuna, no lugar onde ficava o coração, e adormeceu, encostando seu rosto lá. Ele ficou surpreso. Normalmente, crianças da idade dele começariam a chorar por serem separados dos pais.

Chamou dois servos. A um entregou o garoto e disse: - Se por algum motivo eu o ouvir chorar, te mato na hora. Entendido?

- Sim, meu senhor. - Respondeu a serva que tinha recebido o menino.

Virando-se para o outro servo, o Rei Demoníaco disse: - Quanto a ti, quero que elimines por completo o clã Itadori, entendido?

- Sim, meu senhor. Gostaria de o fazer de alguma forma específica?

- Deixarei isso contigo. Apenas quero que os executes diante do resto do povo, e que digas que, como o filho deles me desrespeitou, a criança foi morta e dada de comer aos cães, enquanto sua família também pagará pelo gesto de desonra. E quero que o faças até daqui a cinco dias, senão te juntarás a eles também.

O pobre servo ficou arrepiado com essas instruções.

- Como desejar.

Foi assim que o terrível Rei das Maldições descobriu que tinha um coração, e estava batendo muito rápido.

Meu irmão de outra mãe (e outro pai)Onde histórias criam vida. Descubra agora