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Cinco anos se tinham passado desde que Yuji foi declarado morto. Ele já tinha 6 anos, mas nunca tinha saído do palácio de Sukuna. Esse palácio era feito de mármore branco, tinha jardins enormes e era muito grande.

Sukuna era como um irmão para ele e, como tal, o mais novo queria parecer-se com o mais velho, por isso pintava marcas por baixo de seus olhos, com ajuda da sua babysitter (babá), que cuidava dele desde que era pequeno.

Yuji gostava de brincar nos jardins do palácio, com alguns animais que lá haviam, perseguir borboletas e nadar no lago, com os peixes.

Agora, ele estava a entrelaçar os caules de algumas flores que ele tinha apanhado. Quando acabou, Sukuna entrou no jardim.

- Nii-san*! - Chamou, ao vê-lo chegar. Correu para o mais velho, que pegou nele ao colo, fazendo um banquinho com dois de seus braços e segurando-lhe as costas com os outros dois.

- Olá, Yuji. O que estavas a fazer?

O menino sorriu e respondeu: - Fecha os olhos!

Sukuna revirou os olhos, sorrindo, e fechou-os.

Algum tempo depois, o mais novo parecia já ter acabado o que quer que estava a fazer.

- Já podes abrir!

O Rei das Maldições voltou a abrir os olhos, sentindo um peso novo na sua cabeça. Foi até ao lago e olhou para o seu reflexo. Ele tinha uma coroa de margaridas e cravos, colocada torta.

- Um rei precisa de uma coroa! Como não tens uma, eu próprio fiz para ti.

Sukuna sentiu o seu coração quente. Olhou para Yuji e abraçou-o. A criança retribuiu o abraço.

Quando o desfizeram, começaram a conversar.

- Como vais com os estudos? - Perguntou o Rei.

Ele tinha contratado um professor particular para ensinar Yuji a ler e escrever, contar e usar magia amaldiçoada. Sukuna era uma maldição tão poderosa que podia ser visto até mesmo por pessoas que não eram feiticeiros jujutsu, no entanto, desde que viu o menino pela primeira vez, soube logo que era um deles. Sendo capaz de controlar energia amaldiçoada, Sukuna queria ter a certeza de que o seu novo irmãozinho se poderia proteger de ataques de outras maldições.

- Hm, é um pouco difícil, mas eu estou a praticar!

- Acredito. Em que é que tens mais dificuldade?

- Bom, contar é fácil, mas a teoria e prática da energia amaldiçoada é muito difícil.

- Hahaha, entendo. Queres lanchar?

- Sim! Podemos comer bolo de pera? - Perguntou Yuji, com os olhos a brilhar.

- Fu fu, claro.

Levando o pequeno no colo, Sukuna voltou para dentro do palácio.

- Nii-san, podemos fazer nós o bolo?

- Bom, eu posso pedir a receita emprestada ao cozinheiro.

- Yay!

Algum tempo depois, Sukuna e Yuji estavam na cozinha, que estava vazia, porque todos tinham saído quando o mais novo disse que iam ser eles a cozinhar.

Este tinha pedido emprestado uma das fardas do cozinheiro, usando a camisa e o chapéu porque eram muito grandes. O mais velho, a pedido dele, usava um avental rosa com rendas brancas.

Depois de algum tempo, o bolo já estava no forno. Yuji lambia a colher com restos da massa, enquanto estava sentado na mesa, balançando suas pequenas pernas. Sukuna estava sentado numa cadeira do lado dele. O pequeno olhou para o maior, que também olhou para ele. O mais novo ofereceu-lhe a colher, mas o Rei acenou negativamente.

- Podes ficar com ela, eu não quero.

- Okay, então. Ei, nii-san!

- Sim?

- Podemos dar uma fatia de bolo aos empregados também?

Sukuna suspirou. - Yuji, empregados são só empregados. Porque queres dar-lhes bolo também?

- Bem, eles passam o dia todo a trabalhar para nós. Pensei que eles fossem gostar.

O Rei inclinou a cabeça para trás, de olhos fechados, e depois voltou a olhar para ele.

- Acho que uma fatia de bolo não fará mal.

Quando o bolo ficou pronto, Sukuna cortou em fatias e Yuji colocou em vários pratos. Usando um carrinho de cozinha, o pequeno cozinheiro levou um prato de bolo a cada servo do palácio. Alguns agradeceram-lhe profundamente, outros ficaram sem palavras, e a educadora dele abraçou-o, agradecendo e chorando um pouco, cheia de felicidade.

Desde que Yuji tinha chegado ao palácio, todos os servos repararam na forma como Sukuna tomava conta e preocupava-se com ele. Uma nova aura espalhou-se pelo edifício e o ar ficou mais leve. O irmão mais velho cedia facilmente aos pedidos do mais novo, e qualquer um que estivesse perto dos dois juntos sentiria uma felicidade contagiante, como se o próprio demónio mudasse rápida e drasticamente.

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Nii-san: forma curta de dizer "onii-san", que significa "irmão mais velho", em japonês.

Meu irmão de outra mãe (e outro pai)Onde histórias criam vida. Descubra agora