Louis P.
Em um piscar de olhos a semana já tinha passado e já estávamos na sexta-feira. Esses dias foram incrivelmente bons. Nunca fui tão incluído e acolhido por um grupo de adolescentes em toda minha vida.
Mas a verdade é que eu também tinha uma parcela de culpa nisso, nunca fui muito o tipo de cara que é aberto para novas relações - inclusive, nem sei e nem lembro como eu e o Stan nos tornamos amigos - gostava de ficar e aproveitar sozinho e isso sempre foi um ponto muito bom, nunca me incomodei em ser introvertido mas queria muito saber de quem herdei isso pois meus pais são as pessoas mais extrovertidas que eu conheço.Mesmo sendo um nerd fora da escola, meu pai era o típico rapaz popular de filme clichê adolescente: Bonito, legal, sociável e para completar o combo, capitão do time de futebol da escola. Todos o conheciam e o adoravam, e ele também conhecia todo mundo e adorava todo mundo.
Já minha mãe não era tão popular mas era muito conhecida pelo seu jeito doce e pela forma que conseguia incluir todos em um ambiente só. Era surreal. Você nunca era excluído ficando perto de Julianna LeBlanc e eu podia muito bem confirmar isso uma vez que foi a própria que me colocou no grupo e sempre que o assunto morria ela o ressuscitava com outro mais aleatório possível.
Às vezes tenho certeza de que fui adotado.S/n me deu carona para casa a semana toda. Passávamos o caminho todo conversando sobre coisas banais, conhecendo mais um ao outro e cantando músicas de rock. Ela fez com que eu aprendesse a cantar 'I Wanna Be Sedated' em quatro dias de tanto que ouvíamos durante a trilha. Descobri diversas coisas bacanas sobre ela também. S/n tem uma tatuagem no pescoço, abaixo da orelha, que ela fez escondido da mãe há meses atrás. Era o símbolo dos Rolling Stones em vermelho. Queria fazer mais futuramente, mas não queria mais nenhum problema com a mãe, mesmo a relação das duas sendo muito boa -- de acordo com S/n.
— Vocês vão aparecer hoje, né? — S/n perguntou esperançosa. O grupinho estava reunido no mesmo lugar de sempre, no intervalo.
— O que tem hoje? — Caleb rebateu a pergunta com outra pergunta enquanto mordia o sanduíche que comprou na cantina.
— A minha apresentação no Boardner's, cabeçudo. — Respondeu, dando um tapa a parte traseira da cabeça de Mclaughlin, mostrando seu descontentamento pelo garoto não estar prestando atenção em algo que ela vem falando a semana quase toda, fazendo ele se engasgar com o pão.
A tia de S/n havia conseguido uma apresentação para ela em um dos maiores Piano Bar de Los Angeles. Os olhos da garota estavam brilhando de felicidade, seria sua primeira performance importante.
— Eu vou! — Sadie se pronunciou e Jules, que estava de boca cheia, apontou para a ruiva e balançou a cabeça, sinalizando que também ia.
— Você sabe que eu tô dentro. — Asher disse, deixando um beijo na bochecha da Fredriksson.
— Se eu não for você vai me dar outro tapa, então eu vou. — Foi a vez de Caleb que fez com que todo mundo risse.
— Pode colocar meu nome na lista. — Eu avisei e S/n sorriu.
— Espero que estejam mesmo lá, ou eu caço cada um de vocês. — Ela falou ameaçador, se levantando e apontando o dedo para cada um de nós. — Vejo vocês no final da aula. — O sinal já havia tocado. Nos despedimos e fomos cada um para suas respectivas salas.
Caminhava pacientemente até a sala onde ocorreria a aula de sociologia — que só ocorria uma vez na semana —. Subi as escadas, estranhando a falta de movimento por ali. Só tinham dois alunos na parte de cima. Estranhei. Por alguns segundos cogitei a ideia de que estava atrasado, mas o sinal tinha acabado de bater.
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TIMELESS, Louis Partridge.
Roman pour AdolescentsO pai de Louis, um cientista amador, volta a trabalhar num antigo projeto de máquina do tempo e acaba enviando seu filho para os anos 80 onde ele conhece S/n, uma cantora iniciante e antigo amor de seu pai.