Plataforma 9 ¾

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PANSY'S POV

Eu havia acabado de chegar, estava adiantada como sempre, logo essa estação suja e silenciosa vai se transformar em um local barulhento, cheio de pais chorando e crianças com medo, eu já fui uma delas. Antes Hogwarts parecia um lugar assustador, onde eu estaria sozinha e seria julgada a cada movimento, claro que a parte de ser julgada é verdade, na maioria das vezes os alunos não querem andar com alguém cuja os pais tenham um passado suspeito de envolvimento com o Lord das Trevas.

Aos poucos a estação foi se enchendo de rostos conhecidos, amigos que se encontravam e se abraçavam como se tivessem ficado separados por anos, pais dando conselhos aos filhos primeiranistas. De longe pude avistar a Sra. Malfoy, eu fui praticamente adotada por ela, quando era mais nova, passava horas e horas em sua casa e desenvolvi um amizade muito forte com o Draco.

- Bom dia Sra. Malfoy – eu disse não muito sorridente

- Bom dia minha querida, estávamos com saudades, você não foi a mansão nessas férias – Ela disse passando uma mecha de cabelo por trás da minha orelha.

- Decidi ficar um pouco mais sozinha dessa vez.

- Mamãe, a senhora sabe muito bem que é quando estamos sozinhos que construímos os melhores planos para dominar o mundo – a voz forte e estranhamente reconfortante era inconfundível.

- Ah Draco, por favor, poupe sua mãe de suas ideias ridículas – eu disse sorrindo e puxando-o para um forte abraço.

- Bom, agora que já está a salvo – ela fez uma pausa dramática que eu não entendi muito bem, mas Malfoy entendeu pois sorriu levemente – Eu vou voltar para casa.

Narcissa se despediu de mim e de seu filho e foi embora, eu e Draco caminhávamos lentamente rumo ao trem, ele teimava em tentar me explicar quadribol e quando estava prestes a gritar com ele pedindo para parar de encher o meu saco, dois malucos passaram correndo e esbarraram em mim derrubando a minha mochila, espalhando os meus cristais por todos os lados. Surpreendentemente, um deles parou para me ajudar, era um dos Weasleys, um dos gêmeos para ser exata, a expressão de ódio em meu rosto deveria ser suficiente para afastá-lo de mim, mas não foi. Ele rapidamente se abaixou e começou a me ajudar a recolher.

- Não preciso de sua ajuda. – eu disse rispidamente

- Não é porque você não tem sensibilidade que eu não vou ter, eu derrubei, eu vou ajudar. – ele disse sem levantar o rosto.

Quando já tínhamos recolhido tudo e guardado em minha mochila, ele se levantou e pela primeira vez olhou fundo em meus olhos, suas mãos frias colocaram algo sobre as minhas, com um leve sorriso e sem tirar os olhos dos meus, ele disse:

- Em minha opinião, você não precisa de um quartzo rosa.

Eu fiquei extasiada, ao olhar em minhas mãos vi que ele tinha colocado um dos meus cristais, um quartzo rosa, provavelmente fiz cara de boba e demorei demais para responder, eu realmente fiquei perdida em seu olhar, não estava acostumada a receber muitos elogios, a não ser os do Draco, mas não contavam, pois eu nunca sabia se ele realmente achava que eu estava bonita ou se queria uma chance para reviver os velhos tempos. Estava pensando demais, puxei as minhas mãos das dele, guarde a última pedra e respondi o mais seca que consegui.

- Não espere um obrigada. – me virei e entrei no trem.

Draco veio atras de mim, eu realmente não sei o que ele fez enquanto eu e o cabelo de fogo recolhíamos tudo.

- Pera aí, o figurinha repetida acabou de dar em cima de você ou o que? – eu não consegui identificar se ele estava surprese, indignado ou com raiva.

- Ah me poupe Dray, aquele Weasleyzinho nem deve saber o que significa um quartzo rosa, e escuta aqui, se você contar sobre essa cena para alguém, eu conto que você estava com medo do Testa rachada – ele fez cara de surpreso – ah meu querido, não pense que eu não sei ao que sua mãe se referia ao dizer "agora que você está a salvo" – eu obviamente chutei, mas acertei, pois ele ergueu as mãos como se fosse inocente, deu de ombros e abriu um sorriso.

Não posso dizer que foi uma viagem tranquila, afinal, tinha que ficar encarando as leves risada de Malfoy, ele não disse nada, mas ele sabia como me provocar. Além disso, eu ainda estava tentando entender o que tinha acontecido na estação, nenhum deles nunca tinha olhado para mim e tudo aquilo foi simplesmente esquisito, mas eu simplesmente não me importo com aqueles traidores de sangue, não é?

Através dos seus olhos - Pansy e GeorgeOnde histórias criam vida. Descubra agora