Cau & Zero - 003

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tw: casal lésbico, n-mono, +18. s/n ela dela e corpo biólogico feminino.

Mais uma noite de um fim de semana qualquer chegou e apesar do comum ser ficar em casa bem agarradinhas fazendo alguma coisa que relaxasse o corpo, tomaram juntas um shot de coragem e decidiram que dessa vez iriam sair para qualquer lugar e a opção de desistir não estava disponível então nem adiantaria vir com o papo de que mudou de ideia no meio do caminho que não iria rolar.

 O foco e o ponto importante da noite era não ficar dentro de casa como a maioria das vezes.

 Se arrumaram juntas e sem muita pressa depois de terem passado longos minutos na internet procurando algum estabelecimento legal o suficiente para valer a saída, mesmo que no fim ficassem poucas horas fora, com certeza seria o suficiente para que quando voltassem pro lar, seguiriam quase que direto pro quarto e iriam capotar na cama até de tarde, não tendo barulho nos apartamentos vizinhos que as fizesse acordar.

Não foi preciso adentrar muito ao local para perceber suas características fortes, as imagens da internet eram até que bem recentes e parecidas com o ambiente real mas ver com os próprios olhos e entrar na atmosfera que era proporcionada fazia vocês entrarem ainda mais no clima, o que, querendo ou não, também fazia vocês, apesar de inconscientemente, acharem o lugar mais bonito. Depois de mostrar as identidades e assim passarem facilmente pelos seguranças da entrada, andar até o salão principal foi um momento bem breve, o horário em que vocês chegaram era um pouco depois do comum momento de lotação, e mesmo que pareça um pouco estranho ou inesperado, ao olhar em volta parecia estar relativamente vazio.

Depois de se localizarem brevemente pela balada, sem usar muitas palavras resolveram gastar algum tempo fazendo coisas bobas, como dançar juntinhas em um canto mais afastado e cantar alto uma das músicas preferidas de vocês, foi um bom aquecimento pra noite e até continuariam se o cansaço já não estivesse tão em cima. Mesmo com pessoas na frente e estando um pouco longe, assim que viram os assentos lado a lado disponíveis no bar, foram andando rápido até eles para os ocupar, por razões óbvias mas nem por isso boas, exagerar um teco na bebida sempre estava totalmente fora de cogitação, mesmo que fosse somente uma das duas, portanto, logo que se ajeitaram devidamente nos bancos, pediram uma bebida de praxe e o momento se tornou perfeito para conversar sobre qualquer bobeira, trocar um beijinho ou outro e observar o recinto. 

Se distraíram bastante nisso até que a necessidade de ir ao banheiro começou a vir, teve sim uma pequena insistência para irem juntas mas no fim Cau acabou ficando sozinha no bar esperando a namorada voltar.

Talvez não tenha se passado nem dois minutos desde a saída de __ para o banheiro e um cara veio ocupar o seu antigo lugar, com a olhada superficial e rápida que deu, conseguiu observar as roupas pretas e coladas ao corpo e a camiseta de uma banda que conhecia e gostava, caso ele permanecesse na mesma posição, no fim das contas teriam pelo menos um assunto em comum e poderiam começar uma conversa. Imaginava que ele só pediria uma bebida qualquer e logo voltaria para onde estava antes de vir, e exatamente por isso nem se importou muito com sua presença, se a namorada voltasse antes dele ir e pra ficar perto tivesse que permanecer de pé ao seu lado, iria ceder sem problemas seu banquinho se ela desejasse sentar novamente. 

Mas, surpreendentemente, após ele pedir e receber a bebida que queria, continuou ali, sentado ao seu lado, seu jeito de falar com o bartender loiro de olhos claros arrancou um arzinho ou outro do nariz e uma das coisas que se passava pela cabeça era "Porra, já não bastava ser bonito e se vestir bem, ainda tem que despertar meu riso frouxo, pior, sem nem ter a intenção!".

Não sabia se ele tinha escutado sua risada baixa mesmo com toda a música que tocava ou apenas tinha o interesse também, o que importava realmente era que não foi difícil perceber sua vontade de começar um papo. Talvez fosse o sexto sentido, ou mais popularmente chamado por intuição, aguçado ou somente a visão periférica que a fez sentir logo uma olhadinha boba e até que bem discreta vinda dele, por sorte elas estavam bem longe de serem desconfortáveis ou algum outro adjetivo negativo, tanto que, quando olhava de volta esperando que ele ajudasse e quebrasse a barreira que a timidez construía e não a deixava puxar assunto, ele desviava em seguida, provavelmente por constrangimento de ter sido pego no pulo.

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