"Estou há mais de uma hora sentada no mesmo lugar sem ter ideia de como continuar. Em menos de três horas eu terminei meu namoro, perdi minha carona, não estou nem na metade do caminho do meu destino e meu celular descarregou. Que sorte."
Emma perde...
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Entramos no restaurante e ela estava completamente maravilhada. Não era nada de mais, um restaurante italiano, com toalhas vermelhas e uma branca por cima, a cadeira, e assim como a maioria do ambiente, de madeira trabalhada. Há varias fotos espalhadas pelo local, mais para o fundo, tem um balcão com mais alguns lugares. A música de fundo deixa o clima perfeito para uma noite romântica e acolhedora.
— Signora — abro a porta para ela passar
— Gazie — ela responde num perfeito sotaque italiano
Assim que entramos, a Mama Fiorina vem nos receber.
— Ragazzo, che bello rivederti — ela me abraça e beija as minhas bochechas
— É muito bom te ver novamente também mama — nos soltamos — essa é uma amiga minha, Emma
— Muito prazer — ela estende a mão
— Nada disso bambina, vem aqui! — ela puxa Emma para um abraço e beija as bochechas
— Sou a Friorina, mas pode me chamar de mama fiorina ou mama
— Certo mama Fiorina
— Aprende rápido essa bambina! — todos rimos — vem vou lavar vocês até uma mesa
Ela nos guia até a mesa 13, um número da sorte na Itália. Fica encostada na janela, que tem vista para um belo jardim. Antes que ela se sentasse, puxo a cadeira para ela.
— Obrigada, meu príncipe galanteador — ela garceja e se senta. Faço o mesmo, me sentando de frente para ela.
— Quando decidirem o que vão comer, pode chiamarmi — ela vai em direção a cozinha
— Ela é um amor
— É sim. Como uma segunda mãe para mim. A primeira vez que vim aqui, fui recebi como hoje, estava triste, perdido e ela percebeu. Fez com que meu almoço fosse o melhor da minha vida, não só pela comida, mas o clima agradável e animador.
— Ela é a dona do restaurante, né?
— Ela e o marido, daqui a pouco ele aparece aqui. O bisavô dela veio refugiado da Itália em 1911, depois de um período sombrio aqui no Brasil, ele montou esse restaurante e está na família desde então.
— Essas fotos, são da família?
— A maioria sim, aquela ali — aponto para a primeira foto na parede aposta da janela — foi a primeira foto que eles tiraram após abrirem o restaurante. Consegue ver aquele ultima atrás de você? — ela se vira e afirma — é a família inteira reunida. Tirada há alguns meses.
— São fotos lindas, recheadas de história
— Com certeza. Chegou o momento mais esperado. O que quer comer? — pego o cardápio e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, papà Lorenzo, nos interrompe.
