Capítulo 3.
Os dias foram esquentando gradualmente. A neve foi parando de cair e a temperatura aumentou, até o momento em que o sol derretia os corpos que ficavam expostos a ele. Estava tão quente que Draco não conseguia se mover sem que sua pele expelisse suor. Suas roupas largas e quentes o deixavam irritado. O calor estava estressando todos os anjos.
Ele não viu Harry desde aquela noite. O anjo parecia nunca estar no mesmo lugar que Draco, em nenhum momento ele o encontrou no palácio ou nos campos. Harry desapareceu, levando consigo os pensamentos depravados e indecentes de Draco.
Foi em uma noite quente que algo estranho aconteceu. Draco resmungava por entre os lençóis, estava quente demais para dormir. Seu corpo, mesmo estando nu, ainda esquentava de um jeito descomunal. Ele estava quase caindo no sono quando uma batida soou em sua porta. O corredor continuava silencioso e vazio. Apenas alguns candelabros jaziam ao lado das portas, iluminando gradualmente o lugar. Aparentemente, Draco estava começando a delirar e escutar coisas. Ninguém estava ali esperando-o, mas assim que estava prestes a fechar a porta, ele avistou um papel no chão. Draco franziu as sobrancelhas e abriu o papel amarelado. Ele quase caiu no chão quando leu as primeiras palavras.
"Seu toque incendeia meu corpo e queima minha alma, levando consigo tudo de mim.
Seus lábios parecem ser tão macios e vermelhos, poderiam molhar os meus com sua saliva em uma valsa de línguas e desejo.
Eu toco o meu próprio corpo pensando em você. Pensando no seu gosto, em seu gosto na minha boca, escorrendo e molhando.
Sua pele branquinha me leva à loucuras, imagino como seria passar a língua por ela, chupando, sugando e mordendo.
Eu preciso de você.
Necessito de você."
Draco engoliu em seco quando terminou sua leitura. O corpo, que antes estava quente, agora pegava fogo. Suas mãos estavam meladas em suor e algumas gotículas escorriam por sua nuca.
Como alguém poderia escrever algo assim? Tão indecente, depravado e... intenso.
Draco não gostaria de admitir que seu corpo sofreu alguns espasmos durante a leitura. Seu sangue correu mais rápido, o coração acelerou, a boca ficou seca e... seu pênis estava dolorido e um pouco endurecido. Draco foi dormir com um incômodo no meio das pernas naquela noite.
[...]
Seu corpo suava em meio aos lençóis. Sua pele tinha ganhado um bronzeado por conta do verão repentino. Ele estava completamente sem roupas, mas ainda sim, podia sentir o calor consumindo-o.
Draco se levantou e vestiu a batina branca usual. Ele seguiu seu caminho tão conhecido, a estrada com os pinheiros. Draco não admitiria, mas ele estava indo para o gazebo e esperava que Harry estivesse lá.
Tinha algo no anjo curiosamente diferente que o deixava intrigado. Ele era diferente, isso era fato. Ninguém nunca apareceu com algum vestígio que denunciava seu passado, como aquele desenho de mariposa. Ninguém tinha os olhos tão verdes e brilhantes. Ninguém era como Harry.
Harry estava sentado no mesmo banco de antes, escrevendo em seu caderno sob a luz das velas acesas. Suas roupas tinham mudado novamente. Harry usava um robe vermelho de seda. Draco mais uma vez estava confuso e assustado. Ele nunca vira tecidos de cores diferenciadas no Paraíso, além do branco das batinas comuns, a vestimenta dos anjos.
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Péché | Drarry
Fanfiction[CONCLUÍDA] Draco Malfoy é um anjo caído e está condenado a passar todos os dias de sua eternidade no inferno por conta de um erro cometido no céu. Draco é bom, ele não merece essa maldição. Harry tem olhos angelicais e a pele tão branca que reluz...