Capítulo 5

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Capítulo 5.

Draco sabia quem ele era. Isso era proibido. Ninguém podia saber sobre o seu próprio passado, por isso os registros ficavam guardados a sete chaves em um lugar que nenhum anjo conhecia.

Draco Lucius Malfoy era um empresário, filho de Narcissa, irmão de Zacharias, Neville e Luna. Não tinha um pai biológico presente, seu padrasto era Severus. Era um devoto da igreja, sempre indo às missas aos domingos e quintas-feiras. Tinha problemas com sua sexualidade, principalmente quando ficava perto de meninos no vestiário da escola, mas ignorava isso e continuava sua vida escondida. Se casou com Astoria Greengrass, filha dos médicos mais influentes e conhecidos de Doncaster. Draco não a amava, isso era fato, se casou pela pressão da mãe.

Malfoy morreu em um acidente de carro, no dia de seu casamento, enquanto viajava com sua esposa pelas estradas californianas. Não sabia se Astoria tinha falecido também. Esse foi o fim de sua vida humana.

Agora ele deitava em sua cama e chorava entre os lençóis. Agora ele sentia falta de tudo. Agora ele entendia que não podia ter feito aquele tipo de coisa com Harry. Ser gay era um pecado que a igreja condenava. Masturbação era um pecado. Sentir era um pecado.

Draco chorava porque seu pau endurecia todas as noites em que pensava em Harry. Ele chorava porquê não podia se tocar e muito menos ir vê-lo.

A temperatura do Paraíso diminuiu e tudo voltou ao normal, como se os anjos não tivessem passado dias em um calor que queimava e derretia suas peles sensíveis. Eles estavam comemorando a volta da normalidade quando acordaram em uma manhã e se depararam com um jardim colorido sob seus pés. Flores diferenciadas estavam nascendo nos jardins. Rosas, orquídeas, margaridas, camélias, begônias. Todos os tipos. Quando se olhava das janelas do palácio, era possível ver o jardim completamente colorido.

Draco dormia tranquilamente em sua cama, roncando baixinho no colchão. Nada cobria seu corpo nu, apenas os lençóis brancos e macios. Após ter chorado mais uma vez pelo pênis duro, ele simplesmente caiu no sono como um bebê.

Ele abriu um olho, despertando assim que escutou o som de sua porta sendo aberta lentamente. Pés descalços entraram no cômodo, caminhando até o meio do quarto que era iluminado apenas com a luz da lua. Harry estava parado bem ali, bem no meio do quarto. Seu corpo sendo coberto por uma espécie de camiseta branca de botões que ia até suas coxas. Os olhos tão inocentes sendo banhados em um verde que brilhava em meio à escuridão. Alguns cachos caiam em sua testa e os lábios estavam vermelhos como sempre.

"O que você está fazendo aqui?" Draco se sentou na cama e perguntou genuinamente interessado.

"Eu não consigo dormir, Draco." Harry sussurrou, mas por conta do silêncio avassalador que preenchia o quarto, foi possível escutá-lo. Ele torcia os dedos das mãos e batia a ponta do pé no chão, nervoso.

"Por quê, Harry?"

E, então, Harry levantou a cabeça, olhando-o com uma intensidade tão grande que era capaz de fazer buracos na pele de Draco. Ele deu um passo à frente, as pontas dos dedos dos pés exploravam o chão como se ele estivesse conhecendo o território desconhecido. Ele mordeu o lábio inferior e começou a falar:

"Eu não consigo dormir, Draco, porque todas as noites em que me deito, o meu corpo esquenta e meus pensamentos me levam até você. Meu corpo se aquece quando eu penso na forma em que você se masturbou no dia da cachoeira, na forma que me comeu com os olhos enquanto eu colocava os dedos em mim mesmo. Minha boca saliva assim que eu me recordo do seu sabor, tão quente na ponta da minha língua. Eu quero você, Draco, necessito de você."

Péché | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora