🍁Capítulo Três🍁

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Acordei no dia seguinte com minha vó sentada ao meu lado acariciando o meu cabelo, ela faz isso sempre que sabe que não estou bem, é a mesma coisa que mamãe fazia, abri os olhos devagar lhe dando um sorriso e a vi com um sorriso tão doce e sincero.

— Como se sente?

— Cansada, minha cabeça dói — digo me sentando — Não quero ver a Gabriela hoje

— Tudo bem, marquei uma consulta para você amanhã com a doutora Ana

— Não quero ir a psicóloga, vó — falo com voz chorosa

— Mas precisa, Anny — põe meu cabelo para trás da minha orelha — Quer ficar em casa hoje?

— Eu poderia? — ela assente — Então eu quero

— Ok, descansa mais um pouco, eu vou no mercado e vou resolver algumas coisas no banco também

— Então me espera que eu vou com a senhora, vó — faço menção de levantar e ela impede

— Não precisa, eu vou com Cláudia e a filha dela de carro, não vou pegar peso, fique tranquila

— Não está me enganando, né? — semicerro os olhos

— E você já me viu enganando alguém menina? Tenha respeito! — me olha séria me fazendo rir

— Não, mas é bem teimosa

— Olha quem fala — ergue as sobrancelhas me encarando — Você é mais teimosa do que eu

— É de família então, não reclame com algo puxado diretamente da senhora — digo rindo a vendo rir também

— Ousada até demais, vou indo, elas devem estar me esperando — deixa um beijo em minha testa

— Ok, cuidado hein e traz um biscoito recheado pra mim — sorrio amarelo

— Vou pensar no seu caso — fala saindo do quarto

Me aconcheguei na cama novamente e logo voltei a dormir. Quando levantei ajeitei minha cama e tomei um banho vestindo um conjunto de moletom, hoje o dia está bem chuvoso e frio.
Desci para a cozinha e peguei um copo de suco indo para a sala e procurando algo para assistir na TV.

Não demorou muito até ouvir a campainha tocar, será que minha vó esqueceu a chave?
Deixei o copo em cima da mesa de centro, pausei o filme e fui atender a porta, mas me arrependi de ter aberto assim que vi Gabriela parada na minha frente com o sorriso mais cínico do mundo.

— Tchau — tento fechar a porta mas ela me impede

— Espera Anny, por favor, vamos conversar — empurra a porta entrando — Te trouxe a matéria de hoje — balança o fichário em sua mão

— Você deveria estar no colégio, não? Vai embora Gabriela — cruzo os braços

— Olha Anny, eu sei que você está com muita raiva de mim, mas só te peço que me escute, depois se quiser eu não lhe procuro mais, por favor, você é ou era, sei lá, a única amiga que eu tenho — me encara com tristeza e respiro fundo me chamando de trouxa pelo que vou dizer a ela

— Não se acostume, será só hoje, depois disso você está fora de meu convívio — digo fechando a porta atrás dela

Nos sentamos no sofá e um silêncio de instaurou por alguns minutos.

— Vai ficar calada? — ergo uma sobrancelha e a vejo me olhar de lance e abaixar a cabeça, como sempre faz quando está com vergonha

— Eu estou sem jeito de estar aqui contigo Anny

A Caminho Da RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora