Depois de dois anos de ter sido sequestrada, Any teve uma nova transformação em sua vida. Até ele aparecer.
Josh é solto da prisão, sua melhor amiga pagou a fiança, porém o loiro não quer mais cometer crimes e sim se desculpar com a cacheada. Porém...
— Você não pode simplesmente me amarrar como se eu fosse um animal ou objeto! Que eu saiba, eu sou uma humana, com sentimentos, certo? — perguntei — RESPONDE, JOSH!
Estávamos discutindo. Josh resolveu me amarrar de novo, no meio da madrugada. Eu estava cansada disso.
— EU SEI, PORRA! — gritou de volta.
— Não. Você não sabe. Eu não vou passar por isso de novo.
Ele se sentou na cadeira de frente para mim.
— Olha, tem uma pessoa querendo te machucar.
— Quem?
— Não sei. Na verdade, sei. Mas não posso te falar.
Revirei os olhos.
— Pode me soltar? Pelo menos isso? — negou com a cabeça — Quer que eu faça ou fale o que?
— Any, caso não queira morrer, vai ter que me falar algumas coisas.
— Tipo? — pergunto.
— Tudo que aconteceu depois que eu fui preso.
Suspirei fundo.
— Tá bom. Você me ligou dizendo que me ama e eu disse que não iríamos ficar juntos, depois disso, eu te visitei poucas vezes. Eu e Noah se mudamos, apenas de casa. Consegui um emprego, meu melhor amigo morreu, e agora aqui estou eu. Amarrada, e falando com você. Quer meu CPF também? — falo.
Ele ficou uma tempo quieto, provavelmente tentanto entender tudo que eu falei.
— Espera, o seu melhor amigo morreu?
Assenti.
— Como?
— Não vou falar sobre isso. Ontem foi o aniversário dele, e daí? Ele não está vivo.
— Sabia que você é um pouco insensível? — sorriu.
— Digo o mesmo.
Ele foi atrás de mim e começou a dessamarrar a corda que tinha me amarrado.
— Eu posso até ser insensível, mas cara, quer que eu faça o que no aniversário do Ba... dele? Cupcake de chocolate e contratar um palhaço para fazer cosquinhas no aniversariante?
— Desculpa.
— Ele morreu? Morreu, mas eu estou ainda estou viva porque eu prometi a ele.
— Prometou a uma pessoa que não iria morrer? Quem faz isso?
Ignorei a pergunta.
— Eu fui ignorada a tarde inteira pelas minhas amigas. A Joalin não superou, eu não superei, ninguém superou. — o celular do loiro tocou.
— Oi, S.
S?
— Não, agora eu não posso. — olhou para mim — Eu já volto.
Entrou em um dos quartos, me deixando sozinha.
— AGORA NÃO É A HORA, S! — ouvi ele gritar.
Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, e preferia não me intrometer. Eu estou ótima sem problemas.
— Desculpa, Any. — saiu.
— Acho que não tem problema.
— Hm, não pode voltar para casa.
Me levantei da cadeira.
— Ué, por que não?
— Não posso falar. — pegou uma mochila — A gente vai ir embora de Las Vegas.
— Como assim? "A gente"?
— É, a gente. Vamos para San Diego.
Cruzei os braços e encarei ele por um tempo. O que deu no Josh?
— Perdeu a noção? Eu não vou.
— Vai sim. Ao não ser que queira morrer.
— EU NÃO VOU! É SURDO?
— SIM, VOCÊ VAI! EU ESTOU TE AJUDANDO, GABRIELLY!
— Quer que eu berre para Las Vegas ouvir que o cara que acabou de sair da prisão está querendo ir para San Diego?
— Começou... — resmunga.
— Pela última vez, EU NÃO VOU!
— Você não tem escolha.
Ele colocou um pano azul na minha boca.
— Soc... — eu não lembro de mais nada.
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Cada minuto que passava, eu tinha mais medo dele. Ele fazia coisas que me assustava, me amarrar e depois fazer eu desmaiar?
Quando eu abri os olhos, eu estava dentro de um carro. Minhas mãos estavam amarradas com fita. Que droga, ele nunca muda.
— Você nunca muda. É por isso que ninguém confia em você!
— Bom dia, Gabrielly. — disse.
Tentar gritar não vai ajudar, afinal, eu estou dentro de um carro.
— Sabia que não tem motivos para me amarrar? Eu estou em um CARRO, quer que eu fuja como?
Ele não respondeu.
— Tem noção que você pode morrer?
De novo com esse assunto?
— Eu posso até te falar quem está atrás de você.
— Então fala.
— Minha irmã.
— A tal da S? — o loiro balançou a cabeça dizendo que sim.
Lembrei que provavelmente o meu celular deve estar na minha casa, então Noah vai ficar preocupado. Eu odeio quando isso acontece.
— Estamos quase chegando. Vamos ficar numa casa perto de uma floresta. É mais fácil.
— Vamos ficar lá até quando? — deu de ombros.
— Depende da situação.
Minutos depois, Josh estacionou o carro e abriu a porta. Tirou a fita e me pegou no colo. Por que ele fez isso?
— Regras da casa: número 1, não pode sair de casa sem minha autorização — falou — , acho que é só essa regra. Ah, e caso você pense quebrar essa regra, eu juro que vou fazer pior com você do que eu fiz há dois anos atrás.
Abriu a porta da casa e entrou. Subiu as escadas e me colocou na cama.
— Eu tenho que pegar algumas coisas no carro. Já volto. — fechou a porta e logo trancou.
— Qual é a necessidade de fazer isso?
Fui me levantar da cama, mas eu estava muito fraca para isso.