The Uncle - JIKOOK

Capítulo Dois: A turma.

A região onde Jung-Hyun morava era conhecida por ser o local onde a alta sociedade de Busan se concentrava. Os luxuoso prédios e as bonitas casas eram evidentemente propriedade de milionários em ascenção no mercado. O prédio do irmão mais velho chamava a atenção de Jungkook por ser um dos maiores e mais bonitos construídos ali. Quando os trigêmeos nasceram, Jeon soube que o irmão e Soomin se mudariam para um lugar maior, mas nunca tinha chegado a conhecer o lugar de fato. Era impressionante, mas ele não esperava menos de Soomin, ela tinha um bom gosto para esse tipo de coisa.
Em relação às crianças, Jungkook não estava nervoso e muito menos ansioso para conhecê-las. Não era como se todos esses anos ele tivesse esperado por aquele momento, mas ele sabia que chegaria. Durante todo o caminho, Hyun falava sobre o trio e sobre como cada um era diferente do outro, dizia que eram três indivíduos fascinantes. É claro que Jungkook não estava prestando a mínima atenção, para ele, todas as crianças eram iguais... Todas choravam da mesma forma e faziam a mesma bagunça, não tinha muito o que ele devesse saber sobre os três que já não soubesse sobre crianças no geral.

Quando estacionaram o carro e se dirigiram ao apartamento, Jeon percebeu que ele não deveria estar naquele lugar, mas não tinha muito o que pudesse fazer aquela altura. O elevador demorou cerca de dois minutos para chegar e em momento nenhum Hyun havia parado de falar sobre os filhos. Então era assim que um cara ficava após ser pai? Parecia mais uma confirmação de que Jeon não havia nascido para ser um. Ele não se imaginava de forma alguma falando de uma criança com o mesmo entusiasmo e amor que Jung-Hyun falava. Além do mais, havia o fato de que ele já estava conformado com a ideia de que não deveria existir alguém no mundo que fosse querer criar uma relação tão sólida e consistente com ele a ponto de ter um filho. Ele não costumava pensar profundamente sobre isso, mas a ideia o deixava bastante aliviado.

Assim que o elevador os deixou no andar certo, Jungkook se surpreendeu com as duas portas. Ele pensou que fosse apenas um apartamento por andar, fazia mais sentido do que ter vizinhos reclamando dos barulhos que três crianças deviam fazer. Mas, Jungkook resolveu não questionar, quanto menos soubesse, talvez melhor fosse. Jung-Hyun abriu a moderna e bonita porta de madeira do lado esquerdo, dando passagem para que Jeon entrasse primeiro. A primeira visão que ele teve do apartamento foi surpreendente. A vista para a cidade nas janelas eram a coisa mais impressionante no ambiente, mas os belos sofás e a enorme televisão não ficavam para trás. Porém, era perceptível que aquela casa era também habitada por crianças. Na chique mesa de centro, haviam lápis de cor e papéis cheios de desenhos que apenas alguém com menos de dez anos seria capaz de fazer. Nas janelas, haviam redes de proteção, já que o apartamento ficava no andar mais alto do prédio. Além disso, haviam alguns brinquedos espalhados pela espaçosa sala. No centro do ambiente tinha também uma brilhante e bonita escada. O apartamento tinha dois andares, o que fez Jungkook tentar imaginar o preço que o irmão devia ter pago para morar ali.

- Esse é o nosso apartamento, temos um quarto de hóspedes lá em cima, você pode arrumar suas coisas por lá e depois... - Jung-Hyun não conseguiu terminar, os barulhos de risadas e passos apressados na escada roubaram o momento.

- Papai! - Três vozes disseram em uníssono. Quando Jungkook olhou para a escada, viu as três crianças descendo os degraus de maneira apressada.

Os trigêmeos não eram muito parecidos, mas existia uma certa semelhança entre eles. Os cabelos muito escuros eram como os de Jungkook, isso era algo que estava na genética da família desde sempre. Os olhos escuros também eram familiares, mas alguns traços, ele reconheceu como sendo parecidos com os de Soomin. A menina era muito parecida com a mãe, um dos meninos tinha muitas semelhanças com o pai e o outro garotinho lembrava um pouco dos dois. Jeon não fazia a menor ideia do nome das crianças e já sentia dor de cabeça só de pensar que teria que decorar os três nomes.