fainting.

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Any Gabrielly;
Segunda-feira.

— O que têm 'pala o café, mamãe? — minha filha perguntou-me gentilmente, enquanto eu a colocava em sua cadeirinha na mesa de jantar.

— Pra você é cereal com leite, bebê. — falei, enquanto me sentei em seu lado e alcancei seu café da manhã.

— Yummy! — ela disse, se deliciando com seu cereal colorido. — Eu 'adolo cereal, 'obligada mamãe.

— De nada, meu bem. Mamãe te ama. — eu disse, bebericando meu café após isso.

Terminamos de comer, enquanto eu e Luna conversamos sobre o quanto ela ama tudo que tem a ver com o universo. O sol, a lua, as estrelas, os planetas do sistema solar, tudo!

Não é porque é minha filha, mas nunca vi uma menininha tão inteligente quanto a Luna.

— Vem aqui, amor. Pega sua mochilinha e seu laço de cabelo, lá no seu quarto. — falei depois de escovar os dentes de Luna, que correu até seu quartinho para fazer o que eu pedi.

Nos aprontamos para o dia; Luna para a escolinha e eu, para o trabalho. Eu trabalho na área de marketing digital de uma empresa de perfumes, nada demais. Fiz faculdade de marketing digital e amo isso, inclusive sou muito boa no que faço, acho que eu conseguiria entrar em uma empresa maior e melhor do que a que eu estou agora, mas ali eu ganho muito bem e já estou acostumada, não tenho do que reclamar, então é melhor deixar assim por enquanto.

Eu e Luna moramos em um bairro tranquilo, na nossa casinha pequena e super confortável, bem do nosso jeitinho. O bairro é perto da casa da minha mãe, o que facilita as nossas vidas demais.

— 'Plonto, mamãe! — ouvi os passinhos de Luna, correndo pela casa e logo a avistando com sua mochila e um laço verde claro na mão. Arrumei o laço em seu cabelo, de forma que ornasse com suas chiquinhas e voilà, minha neném estava linda e pronta para mais um dia.

Saímos de casa em meu carro e até sua escolinha, fomos cantando galinha pintadinha.

Luna convive o dia inteiro com coleguinhas, professores e pessoas em geral, americanas, mas em casa nós falamos em português, assistimos e comemos coisas brasileiras e os até os nossos costumes são brasileiros. Quando viajamos para o Brasil – sempre com minha mãe, é claro –, Luna aproveita demais! Ela é igual à mim, ama a nossa cultura. E quem não ama?

Sobre a aparência da minha bebê, ela é simplesmente perfeita. Cada detalhe do seu rostinho delicado me encanta. Em geral, ela é a minha cara! Pele e cabelos são praticamente iguais aos meus, e eu amo isso! Já os olhos são os de seu pai, sempre que olho para seu rostinho eu me lembro daqueles olhos azuis estonteantes que sempre me encaravam com amor, e de repente, isso acabou.

Luna não conhece seu pai e quase não fala sobre o assunto, pois ela percebe que fico desconfortável. E não pretendo dar um pai à minha filha, ela já têm à mim e sua avó e nós somos sua família, sua única família. Estamos bem assim.

Sobre Beauchamp, desde aquele dia eu não o vi mais. Bloqueei de tudo e minha mãe sempre o mandava embora quando ele ia me ver. Acredito que ele nunca soube o motivo de eu ter desaparecido de sua vida assim, de repente. Ele nem imagina que eu vi com meus próprios olhos a figura dele me traindo.

— Tchau, minha bebê. Se comporte, mais tarde a mamãe vem te buscar. — falei e dei um beijo na testa da pequena.

— Tchau, mamãe.

— Amo você! — gritei para ela, quando ela já estava com os coleguinhas. Ah, como eu amo envergonhar minha filha, imagina quando ela for adolescente...

𝗹𝘂𝗻𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora