remember.

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Any Gabrielly;
Segunda-feira.

Eu e Beauchamp estávamos sem conversar desde que contei à ele que tínhamos uma filha. Ele não perguntou nada. Eu não perguntei nada. Faltavam mais ou menos vinte minutos para chegar em minha cidade, Joshua veio junto comigo, em meu carro.

— Por que Luna? — ele perguntou quebrando o silêncio de mais de trinta minutos.

— O que?

— O nome, por que Luna? — ele disse e congelei.

— Significa lua em espanhol. Isso responde sua resposta? — perguntei e o olhei, vendo ele assentir.

— To the moon and back. — ele sussurrou para si, mas ouvi mesmo assim.

Sim, esse era o real motivo. E ele ainda lembrava.

Trocamos mais algumas palavras, e pude descobrir que Josh trabalha em um estúdio de dança e canto em New York, os donos são seis pessoas contando com ele. Eles cantam e dançam, e seu estúdio é bem famoso em New York, por conta dos professores serem ótimos dando aula, ou seja, Josh é famosinho. A paixão de Josh sempre foi a dança.

Contei um pouco à ele sobre minha vida, mas sem dar detalhes de nada, apenas o básico.

— Que namorada irritadinha que você foi arrumar. — debochei, e ouvi ele rir.

— Você era irritadinha. — ele falou rindo, fazendo-me ficar em silêncio.

— Chegamos. — falei, assim que passamos a placa "Welcome to SunField".

Mais cinco minutos silenciosos, chegamos ao hospital. Caminhamos até a entrada e depois até a recepção em que minha mãe estava.

— Josh, querido. Que bom que veio, que saudades! — minha mãe disse e abraçou ele.

Sério? O cara trai sua filha grávida e é assim que você trata ele?

— Familiares de Luna Soares. — o doutor Shepherd apareceu na recepção, eu, minha mãe e Josh andamos até ele rapidamente. — Ah, imagino que o senhor seja o pai de Luna.

— Josh Beauchamp. — Josh disse, dando um aperto de mãos com o médico.

— Vocês podem ver a Luna, mas ela está adormecida por conta do sedativo. — o doutor disse, e senti meu coração saltar. Eu só queria ver minha pequena. — Daqui a pouco vamos preparar ela para a cirurgia e precisamos do sangue, qual de vocês é compatível? — ele perguntou e Josh levantou a mão. — Ótimo. Podem ver a pequena, e daqui a pouco eu chamo o senhor para tirar o sangue.

Andamos até o quarto que Luna estava, e eu rapidamente abri a porta. Ficamos alguns segundos admirando ela, e me perguntava em que o Josh estava pensando.

— Eu vou pra casa tomar um banho rapidinho, e já volto. — minha mãe me informou, e eu assenti. Ela saiu do quarto, deixando apenas eu, minha filha e Beauchamp ali.

Josh Beauchamp.

— Ela é linda. — eu falei, admirando a beleza de minha filha. — Se parece com você.

— Ela têm seus olhos. — Any informou e eu sorri.

Eu estava decidido. Sempre fui de tomar decisões rapidamente e ter muita certeza do que estava fazendo, mas dessa vez foi realmente rápido.

Eu iria participar da vida de minha filha, e reconquistar Any.

Quando eu vi a figura cacheada em minha frente, meu coração bateu mais forte, minha pernas ficaram bambas e borboletas surgiram no meu estômago. Eu sentia isso a todo momento quando namorava ela, há anos atrás, e hoje eu senti novamente e tive a certeza de que ela é e sempre foi o amor da minha vida.

Eu jamais trairia ela. Nunca traí. Nem sei de qual traição ela disse.

Nós esquecemos por anos de como era amar, como era nos amar, um ao outro, como nos velhos tempos. Quando eu vi Any, eu me lembrei daquele amor, e farei de tudo para a lembrar também.

Eu quero ela. Eu quero minha filha. Eu quero tentar fazer isso dar certo. Eu quero tentar ter uma família. É isso que eu quero.

Vou reconquistá-la aos poucos, do mesmo jeito que fiz há mais de quatro anos atrás. Vou voltar a ser dela, e ela, minha.

𝗹𝘂𝗻𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora