prologue.

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Any Gabrielly.

Eu esperava o resultado ansiosamente, com as mãos tremendo e pensando em como eu iria criar uma criança, sendo que tinha apenas dezessete anos.

O teste de gravidez estava em cima da pia fazia-se quase 4 minutos. Eu estava completamente nervosa e sem coragem alguma de ver o resultado.

Eu tinha apenas minha mãe e Josh, não tinha amigos e nem família grande, mas eu já havia colocado na cabeça de que se eu estivesse grávida, os dois iriam me ajudar. Josh seria pai, e eu tinha certeza que ele iria assumir o bebê e dar tudo de si para nos fazer bem e felizes, pois nós nos amamos demais.

Eu amo ele demais.

Havia vomitado seis vezes naquela semanas, e era apenas quarta-feira. Meus seios estavam sensíveis e eu não estava com vontade de comer nada.

Finalmente, criei coragem e levantei-me para olhar o resultado.

"Pregnant."

Lágrimas se formaram em meus olhos e eu estava tremendo mais do que nunca.

Coloquei uma de minhas mãos em minha boca, chocada com o fato de que eu tinha um ser-vivo em meu útero. Toda essa responsabilidade apenas com dezessete anos.

Eu seria capaz de criar, educar, alimentar e fazer todas as outras milhares de tarefas maternas?

Eu precisava contar à minha mãe antes de todo mundo. Ela era minha única e melhor amiga.

O que ela pensaria de mim? Que eu era uma adolescente irresponsável que não usou camisinha porque confiou no namorado e no anti-concepcional? Talvez, afinal eu era isso.

‹𝟹

Eu caminhava até a casa de Josh.

Faltavam apenas uns dois minutos para eu chegar na casa do meu namorado e contar para ele que eu estava gerando uma vida dentro do meu útero, feita por nós dois.

Qual seria a reação dele?

Seria igual a da minha mãe?

Seria igual a minha?

Dei mais alguns passos até avistar de longe a casa de Josh.

No quintal havia uma movimentação; um carro preto e chique – que eu nunca havia visto – estacionado em frente à moradia de meu namorado, e duas pessoas ao lado do veículo.

Me aproximei, até perceber que uma dessas pessoas era Josh, e a outra, uma menina loira e baixa. Quem era ela? Estranhei, pois era de uma da manhã.

Assim que vi o que aconteceu, meu queixo quase foi ao chão.

Eles estavam se beijando.


Eu queria chorar, gritar e me esconder de todo mundo. Eu queria ficar sozinha. Eu queria parar de existir.

Saí correndo dali, e Beauchamp nem sequer me viu.

Eu corri, corri muito, sem olhar para trás, carregando lágrimas grossas pelo rosto e ódio, raiva, tristeza, medo, desapontamento e muito outros sentimentos, todos ali, naquele mesmo momento.

𝗹𝘂𝗻𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora