~ Capítulo 5 ~

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Já haviam se passado alguns poucos meses desde o meu aniversário, talvez 2. Brooklyn realmente havia levado Sophie para conhecer meu pai na noite anterior ao meu aniversário. Ele não foi muito com a cara dela, mas preferiu ocultar isso de Brooklyn, já que o mesmo parecia completamente apaixonado pela garota.

A noite do meu aniversário também havia sido divertida, eu, Brook e Rye havíamos passado o dia inteiro assistindo filmes e jogando conversa fora, juramos que teríamos Marvey da próxima vez nem que eles tivessem que vir puxados pelos cabelos, mas até hoje eles nunca vieram aqui, só nos víamos no colégio ou em algumas festas que eles nos chamavam para ir. Na mesma noite eu fiquei o tempo inteiro curioso com o tal presente que Rye iria me dar, ele disse que só me daria no final da "festa", e foi o que ele fez. Me entregou o embrulho um pouco envergonhado dizendo: "para você descobrir o que eu realmente tentei te dizer com a frase em espanhol". Sorri por ele ter se lembrado daquilo e abri seu pacote. Era um dicionário de espanhol e tinha um envelope nele, eu o peguei e abrir para ler o que estava escrito: "Nunca había visto a alguien con ojos tan hermosos como los tuyos... Espero que goste da verdadeira tradução da frase e me desculpe por não ter te dito antes. Com amor, Ryan". Tinha achado fofo, por mais simples que tivesse sido, eu não conseguia parar de sorrir.

Mas acontece também que eu nunca parei para tentar descobrir o verdadeiro significado da frase, e é exatamente isso que eu estou fazendo agora, caçando cada uma dessas palavras, mesmo depois de 2 meses que ele havia me dito aquilo. Eu consegui descobrir o significado e não consegui parar de sorrir para mim mesmo. "Nunca havia visto alguém com os olhos tão bonitos quanto os seus". Não sei porquê aquilo havia me chamado atenção, mas com certeza foi o melhor presente que eu poderia ter ganhado de aniversário, e por isso eu fiz uma pequena nota mental, para me lembrar de agradecer mais uma vez ao Rye por aquele presente. Hoje mesmo de preferência, já que iríamos a mais uma festa que Mikey e Harvey haviam nos chamado para ir.

Já estava quase na hora da festa, mas eu não estava com muita pressa. Brooklyn já estava praticamente pronto e eu ainda estava indo tomar banho, foi um pouco difícil traduzir aquela frase, já que eu não entendia nada de espanhol.

– Nós vamos nos atrasar, Andrew – Brooklyn dizia, me fazendo revirar os olhos por sua pressa e por utilizar o nome que eu tanto odiava.

– Eu já estou indo, não vou demorar – é óbvio que eu ia demorar, mas ele não precisava saber daquilo.

Um tempo depois que eu havia tomado meu banho e me arrumado, nós chegamos na tal festa. Óbvio que não sem antes escutar o sermão de Mikey por termos chegado atrasados e Brooklyn se defendendo dizendo que a culpa era minha. Apenas dei de ombros, não me importava em chegar atrasado, pelo menos não naquela noite.

A primeira coisa que eu percebi foi bem idiota, mas por favor, finjam que ficaram chocados na hora que eu disser. Sim, Ryan estava ainda mais lindo naquela noite do que em qualquer outro dia. Talvez fosse a bebida me controlando. Ou não, eu não havia tomado nem metade de um copo ainda.

– Eres aún más hermoso esta noche, y también lo son tus ojos – Rye dizia em espanhol que, mais uma vez, para mim pareceu grego. Ele dizia com tanta facilidade que eu me sentia meio tolo por não entender.

– O que isso significa? – perguntei, fingindo não estar tão interessado. A verdade é que eu estava bastante, ele havia me impressionado com a última tradução.

– Vejo que o senhor Andy Fowler não tem estudado o dicionário de espanhol – ele dizia virando um restinho de cerveja que havia em seu copo, ele não parecia tão experiente com bebidas.

– Sabe como é, Google tradutor tá aí pra isso – eu disse simples e ele apenas assentiu com um sorriso no rosto. Por estar bêbado o sorriso ficou um pouco estranho, mas ainda era o mesmo sorriso.

Só aqui que eu percebi que eu era o único que estava com a mente mais no lugar, mas já era de se esperar, já fazia um bom tempo que estávamos ali e quando chegamos Rye já estava na festa por ser primo do aniversariante. Eu nem sabia que era um aniversário. Olhei para o lado e vi que Brooklyn conversava com uma garota e também a beijava, logo presumi ser Sophie, Brook era muito fiel em seus namoros, mas dessa vez eu sei que vai ter apenas decepções. Eu tentei ajudá-lo e alertá-lo, mas esse aí é mais burro que uma pedra, nunca me escutaria.

– Você não parece estar curtindo a festa – mesmo bêbado, Rye parecia ainda estar com a cabeça no lugar, era um pouco engraçado vê-lo assim, nunca tinha visto antes – Quer ir lá para fora? – concordei com a cabeça, eu havia bebido menos que os outros. Não para parecer responsável, mas sim porque naquela noite eu não estava tão afim assim, então Rye e eu fomos para o lado de fora tomar um pouco de ar – Imaginei que aqui fora estivesse um pouco mais quente.

– Estamos no inverno, Ryan, tem neve por todo lado – ri um pouco com aquilo, já faziam alguns dias que havia começado a nevar, lógico que isso não nos impediu de vir para a festa, mas Rye bêbado estava fazendo com que eu não me arrependesse de ter vindo.

– Acho que você me deixa quente – ele dizia me fazendo corar ferozmente, nem sabia o motivo. Como assim eu o deixava quente? – Desculpa, não queria te deixar envergonhado – ele parecia tímido dessa vez, com vergonha do que havia dito talvez, era fofo.

– Não tem problema – sorri para ele – Se você estiver com frio, eu posso te dar um abraço, já que eu te deixo quente – dei uma risada, sabia que esse não tinha sido esse o sentido da frase, mas resolvi cortar o clima constrangedor que havia brotado ali.

– Se você não se importar – ele abriu aquele sorriso que eu gostava tanto de olhar, e eu nem sabia o porquê. Abracei ele que estava apenas com uma camisa, provavelmente ele havia imaginado que a bebida o esquentaria, mas desde que viemos aqui para fora que ele não tomava um gole de seu copo, que ainda estava na metade – Você está ainda mais lindo está noite, e seus olhos também.

– O que? – eu havia ficado confuso, tentei assimilar algumas vezes o que ele havia dito mas só conseguia entender a mesma coisa.

– É a tradução do que eu te disse mais cedo. Você realmente tem que estudar mais o dicionário – ele dizia rindo, o que me fez soltar uma leve risada também. Eu nunca tinha notado o quão bom era passar um tempo com ele, por menor que fosse esse tempo.

Nós estávamos ali, abraços e sentados na varanda da casa. Havia um barulho muito alto que vinha de dentro, mas eu praticamente não o ouvia, sempre o observava sorrir, ele realmente tinha um sorriso muito bonito. Então foi aí que eu me dei conta. Aquela garota que eu tanto esperava não existia, eu não ligava mais para ela, eu queria conhecer cada vez mais o moreno ao meu lado, queria acordar e ver aquele sorriso que eu tanto gostava de admirar, sem contar nas várias vezes que eu me perdi no seu olhar. Era realmente incrível estar com ele.

– É uma tradução linda – disse, assim que percebi que ele olhava intensamente para meus olhos, como se tivesse algo muito interessante para ver, e eu logo senti minhas bochechas esquentarem e me praguejei mentalmente por isso. Ele era tão lindo e me deixava tão confuso. Aquela noite estava sendo incrível por causa de um simples alguém. Por causa daquele sorriso, aquele maldito sorriso. Oh céus, eu estou tão apaixonado pelo melhor amigo do meu irmão...

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O Melhor Amigo do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora